segunda-feira, 10 de maio de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill - cogitando sobre a “Suky Trawdy” do filme; Jenny ludibria Smith e consegue libertar Mac Navalha; Smith, o carcereiro, foi encarcerado; os rebeldes maltrapilhos avançam pelas ruas de Londres e chocam a população; os policiais buscam orientações no gabinete do chefe de polícia; o dinheiro da fiança chega ao Brown; ao saber da fuga do velho amigo, o corrupto policial se apropria dos valores enviados por Polly; nas ruas, o Navalha encontra um de seus homens e fica sabendo das excelentes novidades


Jenny afrontou a segurança da prisão e conseguiu acesso à cela do Navalha, a quem Smith acabava de levar a refeição.
Jenny conseguiu o feito alegando que ficaria por pouco tempo, insistiu que ela e o condenado haviam sido muito amigos e que precisava dizer-lhe algumas verdades. Smith acabou sendo ludibriado principalmente porque teve a promessa de passarem juntos a noite.
(...)
Mac Navalha ficou profundamente irritado ao ver a “vadia”... Enquanto ele assim a tratava, o guarda entrou na cela para servi-lo.
Houve uma discussão entre o preso e Jenny. Ele entendia que era por causa dela que estava encarcerado e a agrediu verbalmente. Ela começou a chorar porque queria ajudá-lo, mesmo sabendo de seu envolvimento com Suky Tawdry*...

                   * Aqui temos de aceitar que, no filme, embora sem qualquer indicação a respeito, Suky Trawdy pode ser a garota que o Navalha encontrou na noite em que estava sendo perseguido pelos policiais. Como sabemos, ele foi preso na casa dela.

Smith se aproximou das grades para conter a agitação de Jenny. Mesmo estando de fora, ela o abraçou buscando ser consolada. O caso é que, enquanto segurava o guarda, fazia sinais ao Navalha para que ele se retirasse da cela.
O condenado fez isso mesmo. Aproveitou que Smith estava de costas para ele e preso à outra, então retirou-se e trancou as grades com a chave que havia sido deixada na porta. Para a decepção do carcereiro, ele é que acabava encarcerado enquanto o Navalha escapava e Jenny tomava o seu rumo.
(...)
As ruas da cidade estavam tomadas de mendigos com seus cartazes agressivos. Os maltrapilhos contrastavam com a população, que havia se vestido com roupas elegantes para saudar a rainha. Cavalheiros e damas sentiam-se horrorizados com a passagem dos miseráveis.
Os policiais se apressavam para controlar a movimentação e pelo visto usariam armamento pesado contra os manifestantes que se mostravam irredutíveis... Os que comandavam acharam por bem comunicar o chefe de polícia e logo um deles chegou ao gabinete avisando que mais de trezentos mendigos marchavam para Piccadilly. Brown orientou-o a dispersá-los. O tira emitiu a ordem pelo telefone e ficou sabendo que a turba ainda mais avançara e já havia passado “pela barreira da Baker Street”...
Brown, que ouvia atentamente, ordenou que prendessem a todos. O outro obedeceu e sugeriu que usassem cassetetes contra os manifestantes... No mesmo instante, o chefe de polícia avançou para o policial chamando-o de idiota e proibindo qualquer ato mais violento. Desesperado, emendou que não podiam bater em “milhares de mendigos”, ainda mais no dia da coroação.
Neste mesmo momento, o “fiel funcionário do Banco” enviado por Polly chegou ao gabinete. Ele trazia a pasta com as dez mil libras referentes à fiança. Explicou isso ao policial que o barrou na porta. Brown se adiantou para ouvir o homem e a certo custo conseguiu lembrar-se da exigência que ele mesmo havia feito.
Sem esconder o contentamento, o chefe de polícia tomou o telefone e ligou para a “Divisão C” para avisar que o Mac Navalha seria libertado. Mas nem chegou a falar da fiança porque desde a prisão disseram-lhe que o prisioneiro havia fugido. Transtornado passou a informação aos demais e isso fez o enviado de Polly segurar firmemente a pasta para retornar ao Banco. Brown exigiu que ele esperasse, depois tomou-lhe o dinheiro e o dispensou alegando que estava “confiscando bens”.
(...)
Já nas ruas, Mackie Messer, o Navalha, observava os cartazes que o denunciavam e que estavam afixados em vários pontos. De repente foi abordado por um de seus capangas que, por fazer parte do staff de Polly, estava muito bem trajado de fraque e cartola... O tipo bateu-lhe no ombro querendo saber se o capitão iria à coroação.
Irritado, Mac Navalha exigiu que o outro se calasse. Explicou que acabara de fugir da prisão... O capanga sorriu e explicou que bem sabia que o chefe estava livre porque eles haviam pagado a fiança.
É claro que o Navalha desconfiou e ficou sem entender. Como pagaram sua fiança? Ele havia acabado de fugir! O capanga começou a se desesperar, pois se era assim, “tinham jogado dez mil fora”. Como não parava de se lamentar, o capitão quis saber em qual “esgoto” do Soho estava funcionando o seu escritório...
O capanga então explicou-lhe que agora o chefe era “diretor-presidente” do City Bank, numa localização exemplar, Piccadilly. Um banco de verdade? Dez mil de fiança? O Navalha não podia crer... Sim, um Banco muito honesto! Essas foram as palavras do outro. O fugitivo, presidente de Banco, ajeitou seu colarinho e recebeu as orientações sobre como chegar à sede.
Pelas calçadas circulavam a gente mais elegante em direção às festividades de coroação da rainha.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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