Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_10.html antes
de ler esta postagem:
Jenny afrontou a segurança da prisão e conseguiu
acesso à cela do Navalha, a quem Smith acabava de levar a refeição.
Jenny conseguiu o
feito alegando que ficaria por pouco tempo, insistiu que ela e o condenado
haviam sido muito amigos e que precisava dizer-lhe algumas verdades. Smith
acabou sendo ludibriado principalmente porque teve a promessa de passarem
juntos a noite.
(...)
Mac Navalha ficou profundamente irritado ao ver a “vadia”... Enquanto
ele assim a tratava, o guarda entrou na cela para servi-lo.
Houve
uma discussão entre o preso e Jenny. Ele entendia que era por causa dela que
estava encarcerado e a agrediu verbalmente. Ela começou a chorar porque queria
ajudá-lo, mesmo sabendo de seu envolvimento com Suky Tawdry*...
* Aqui temos de aceitar
que, no filme, embora sem qualquer indicação a respeito, Suky Trawdy pode ser a
garota que o Navalha encontrou na noite em que estava sendo perseguido pelos
policiais. Como sabemos, ele foi preso na casa dela.
Smith
se aproximou das grades para conter a agitação de Jenny. Mesmo estando de fora,
ela o abraçou buscando ser consolada. O caso é que, enquanto segurava o guarda,
fazia sinais ao Navalha para que ele se retirasse da cela.
O condenado fez isso
mesmo. Aproveitou que Smith estava de costas para ele e preso à outra, então retirou-se
e trancou as grades com a chave que havia sido deixada na porta. Para a decepção
do carcereiro, ele é que acabava encarcerado enquanto o Navalha escapava e
Jenny tomava o seu rumo.
(...)
As ruas da cidade estavam
tomadas de mendigos com seus cartazes agressivos. Os maltrapilhos contrastavam
com a população, que havia se vestido com roupas elegantes para saudar a rainha.
Cavalheiros e damas sentiam-se horrorizados com a passagem dos miseráveis.
Os policiais se apressavam para controlar a movimentação e pelo visto
usariam armamento pesado contra os manifestantes que se mostravam irredutíveis...
Os que comandavam acharam por bem comunicar o chefe de polícia e logo um deles
chegou ao gabinete avisando que mais de trezentos mendigos marchavam para
Piccadilly. Brown orientou-o a dispersá-los. O tira emitiu a ordem pelo
telefone e ficou sabendo que a turba ainda mais avançara e já havia passado “pela
barreira da Baker Street”...
Brown, que ouvia atentamente, ordenou que prendessem a todos. O outro
obedeceu e sugeriu que usassem cassetetes contra os manifestantes... No mesmo
instante, o chefe de polícia avançou para o policial chamando-o de idiota e
proibindo qualquer ato mais violento. Desesperado, emendou que não podiam bater
em “milhares de mendigos”, ainda mais no dia da coroação.
Neste mesmo momento, o “fiel funcionário do
Banco” enviado por Polly chegou ao gabinete. Ele trazia a pasta com as dez mil
libras referentes à fiança. Explicou isso ao policial que o barrou na porta.
Brown se adiantou para ouvir o homem e a certo custo conseguiu lembrar-se da
exigência que ele mesmo havia feito.
Sem esconder o
contentamento, o chefe de polícia tomou o telefone e ligou para a “Divisão C”
para avisar que o Mac Navalha seria libertado. Mas nem chegou a falar da fiança
porque desde a prisão disseram-lhe que o prisioneiro havia fugido. Transtornado
passou a informação aos demais e isso fez o enviado de Polly segurar firmemente
a pasta para retornar ao Banco. Brown exigiu que ele esperasse, depois
tomou-lhe o dinheiro e o dispensou alegando que estava “confiscando bens”.
(...)
Já nas ruas, Mackie Messer, o Navalha, observava os cartazes que o
denunciavam e que estavam afixados em vários pontos. De repente foi abordado
por um de seus capangas que, por fazer parte do staff de Polly, estava muito
bem trajado de fraque e cartola... O tipo bateu-lhe no ombro querendo saber se
o capitão iria à coroação.
Irritado,
Mac Navalha exigiu que o outro se calasse. Explicou que acabara de fugir da prisão...
O capanga sorriu e explicou que bem sabia que o chefe estava livre porque eles
haviam pagado a fiança.
É claro que o Navalha
desconfiou e ficou sem entender. Como pagaram sua fiança? Ele havia acabado de
fugir! O capanga começou a se desesperar, pois se era assim, “tinham jogado dez
mil fora”. Como não parava de se lamentar, o capitão quis saber em qual “esgoto”
do Soho estava funcionando o seu escritório...
O
capanga então explicou-lhe que agora o chefe era “diretor-presidente” do City Bank,
numa localização exemplar, Piccadilly. Um banco de verdade? Dez mil de fiança? O
Navalha não podia crer... Sim, um Banco muito honesto! Essas foram as palavras
do outro. O fugitivo, presidente de Banco, ajeitou seu colarinho e recebeu as
orientações sobre como chegar à sede.
Pelas calçadas circulavam a gente mais elegante em direção às
festividades de coroação da rainha.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_25.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto