Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2012/01/filme-revolucao-dos-bichos-o-animalismo.html antes de ler esta postagem:
Jessie preocupou-se ao descobrir que seus
filhotes haviam sido confiscados... Farejou até descobrir que estavam sendo
doutrinados... Solicitou a Napoleão que lhe devolvessem a cria, porém o líder
recusou o pedido da cadela. O porco Squealer, que era uma espécie de
conselheiro de Napoleão, disse ao chefe que a tristeza dela poderia contagiar
aos demais... Napoleão sabia que podia evitar traumas com os liderados se
pudesse “distraí-los” com alguma outra coisa.
O rato estava querendo
saber onde foi parar o leite e as maçãs... Se o Animalismo garantia a igualdade entre todos, dizia ele, todos
deviam ter acesso ao leite e às maçãs... Os demais animais também se interessaram
em saber onde estavam as maçãs e o leite da fazenda... Snowball disse que
estavam com os porcos... De repente apareceu o grande Pincher à frente da
televisão funcionando... Logo todos se distraíram. Um trecho do programa
transmitido apresentava as galinhas se alimentando utilizando os recursos
cedidos por Deus...
Bicos e garras para ciscar. A programação é interrompida por Squealer, que pronunciou
a todos que o “Grande Napoleão” colocou o aparelho ali no celeiro para que
todos pudessem se divertir e relaxar... “Isso é Animalismo na prática”. Argumentou ainda que, para o sucesso do Animalismo, os porcos deviam ficar com o
leite e as maçãs... Já que os porcos são as
“cabeças pensantes” da fazenda, era necessário que se alimentassem melhor,
assim Jones não ousaria retornar (?). Para o bem de todos (?), os porcos
continuariam a ficar com o leite e as maças... Para evitar sedições, ligava-se
a televisão e todos silenciavam ante a maravilha dos sons e imagens que saíam
da caixa... O velho Boxer não entendeu bem por devia ser daquela forma e por
que “Napoleão estava sempre com razão”.
Jessie
indagava sobre os rumos da revolução, pois ficara sem saber por que não podia
mais ter contato com os filhotes, além de notar que os porcos estavam impondo a
todos o que deviam fazer e pensar... Conversou com Boxer sobre seus temores,
mas tudo o que ouviu foi que “precisamos de líderes” e que “Napoleão nunca está
errado” nas decisões que toma... Eles não sabiam que Napoleão havia subtraído o
leite para os porcos e também para os cães, que faziam parte de sua “guarda
especial”... Napoleão estava assumindo mais poder do que qualquer outro animal.
Longe de sua fazenda, o frustrado fazendeiro Jones entregava-se ainda
mais à bebida... Naturalmente sofria as pressões de seus credores,
principalmente do senhor Pilkington. É ele quem tem
a ideia de colocar uma escuta na fazenda onde os animais estão rebelados... É
algo que parece absurdo, mas é isso mesmo o que ocorre, assim, à distância, os
humanos podem ouvir o que se passa no “território animal” e deduzir sobre o que
lá se passa e que medidas podiam tomar. Os humanos reuniram-se para ouvir o que o
microfone instalado no celeiro captava... Vários entre eles consideravam os
ruídos dos animais sem significado algum, porém Pilkington alertava que os
animais estavam muito bem organizados, se comportavam seguindo um padrão
organizado e seguiam determinados códigos. É ele mesmo quem sentencia que
chegara o momento de invadir a fazenda.
Indicação (livre)
Continua...
Um
abraço,
Prof.Gilberto
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Logo que os animais retiraram-se da câmara frigorífica, assustados com a
cabeça do mártir Major, depararam-se do lado de fora com o porco Snowball... Este
havia inscrito com tinta branca, sobre tábuas do celeiro, a síntese do
pensamento do velho Major para que todos pudessem ver e conhecer... Podemos
dizer que eram regras que deveriam ser seguidas a partir da revolução que se
iniciara... Elas fundamentavam os princípios do Animalismo.
A
partir do Animalismo os animais que
haviam conquistado sua liberdade: Nunca poderiam se tornar semelhantes aos
homens; então, eles deviam entender que “quem anda em duas pernas é inimigo”;
os que andam sobre as quatro pernas ou têm asas são amigos; nenhum animal
deveria se portar como humano, nunca deveria usar roupas, dormir numa cama,
ingerir bebidas alcoólicas, fazer negócios ou matar outro animal; todos os
animais devem formar uma unidade e irmandade... Todos os animais são iguais.
À sua maneira, o porco Napoleão dava sequência à
Revolução... Em conversa à parte com o cão Pincher, um rottweiler, obteve deste
o juramento de que se manteria fiel a ele, servi-lo acima dos demais... Dessa
forma, Pincher assumia o “cargo de líder da guarda animal”... Ele trouxe os
outros cães da fazenda perante Napoleão (isso incluiu os filhotes recém
nascidos da Jessie). Depois,
quando Snowball ainda conversava com os demais animais e ensinava-lhes os
princípios do Animalismo, Napoleão
chegou comunicando a todos que tinham um trabalho a fazer... E não era uma
tarefa que pudesse ser realizada de modo qualquer! A colheita devia ser concluída
mais depressa do que os humanos faziam... O líder pedia que todos ficassem em
fila para receber as instruções...
O trabalho teve início e enquanto
os porcos contabilizavam o produto do trabalho, os demais animais se dedicavam
com todas as suas forças. Esse era o caso de Boxer, o cavalo, que procurava
empregar toda a sua força na tarefa que recebera. Jessie narra que todos
experimentavam uma grande felicidade ao trabalharem o campo juntos... Napoleão
verificava a contabilidade e sentenciava que os animais precisavam se esforçar
mais... Então todos se empenhavam ainda mais.
Snowball apresentou a todos em assembleia a
“bandeira da liberdade” em cujo centro destacavam-se “o casco e o chifre”... Dava
aulas de leitura às demais espécies e queria fazê-las entender que “Educação é
Conhecimento, e que Conhecimento é Poder”... Mas para o porco Napoleão o Poder era
conquistado por outros caminhos.
Indicação (livre)
Continua...
Um
abraço,
Prof.Gilberto
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Corações Sujos apresenta com detalhes a
reunião dos tokkotai vindos do
interior para São Paulo no início de março. Eram eles: Massakiti Taniguti (32 anos,
lavrador); Tatsuo Watanabe (33 anos, farmacêutico); Hiromi Yamashita (21 anos,
vendedor ambulante); Shimpei Kitamura (26 anos, tintureiro); Tokuiti Hidaka
(20 anos, comerciário) e Taro Mushino, lavrador. Os jovens Hidaka e Shimpei
Kitamura vinham com o histórico de sua participação nos episódios de Tupã,
quando pretendiam capturar o cabo Edmundo...
Shinyashiki encaminhou-os à Tinturaria Oriente, onde foram acolhidos por Kamegoro Ogazawara, de
quem receberam novas orientações. Depois de alguns dias foram encaminhados para
a chácara de Kenjo Sawai (nome artístico de Tsurutaro Ushisawa)... Ele era um
“patriota revoltado” com os traidores makegumi e,
ao conhecer Sunao Shinyashini, tornou-se um colaborador, disponibilizando sua
propriedade (em Santo Amaro, zona sul de São Paulo) às necessidades tokkotai. Tanto é que, quando os seis
matadores chegaram ao sítio, encontraram outros quatro lá instalados. Eram
eles: Fumio Ueda,
Kozonori
Yoshida, Massao Honke e Mitsuro Ikeda.
Os tokkotai
foram divididos em dois pelotões, cada um com cinco matadores... Receberam
novas instruções e indumentária (basicamente as bandeiras do Japão que deviam
ser usadas sob a roupa, e capas amarelas como a dos feirantes). Num primeiro
momento, além dos nomes de Chuzaburo
Nomura e de Shigetsuna Furuya, os tokkotai receberam o de Shibata
Miyakoshi, que também devia ser executado... A sua morte seria a resposta de
Kikawa ao que este considerava alta traição do antigo companheiro...
A ação planejada para o
atentado a Miyakoshi contou com a participação dos dez tokkotai e de Shinyashiki na madrugada de 31 de março. Ela deu-se
em frustrada devido à residência de Miyakoshi ser próxima à da rica família do conde
Matarazzo (no encontro da Avenida Paulista com Rua Pamplona), e por isso mesmo,
contar com uma vigilância extraordinária.
As ações da madrugada seguinte tinham como alvos Shigetsuna Furuya e Chuzaburo Nomura... O
quintal de casa do ex-diplomata Furuya foi invadido por cinco tokkotai liderados por Tatsuo Watanabe.
Kitamura, Hidaka, Ikeda e Yoshida faziam parte desse grupo. Apesar do tiroteio
e de tentarem arrombar a casa, devemos saber, Furuya saiu ileso... Nada do que
havia sido ensaiado funcionou... Nenhuma carta de sentença ou adaga japonesa
para suicídio foi entregue à vítima... Apenas Watanabe e Ikeda se entregaram à
polícia... Os demais fugiram para locais diversos.
Taniguti
foi o tokkotai que chefiou Honke,
Ueda, Yamashita e Mushino. Esse grupo obteve sucesso em sua empreitada... Invadiram
a casa pela cozinha e imobilizaram a esposa de Nomura, que foi brutalmente
executado com diversos tiros. Os rituais ensaiados não foram cumpridos na
ação... Na fuga os tokkotai foram
deixando pistas, como sapato, capa... Uma semana depois, os cinco estavam
presos com boa parte dos dirigentes da Shindo.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/02/coracoes-sujos-de-fernando-morais.html
Leia:
Corações Sujos. Companhia das Letras.
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abraço,
Prof.Gilberto
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seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2012/01/coracoes-sujos-de-fernando-morais_26.html antes de ler esta postagem:
Na ocasião em que Kikawa, Negoro e Tomari solicitaram à polícia que a
Shindo Renmei fosse legalizada, deixaram várias assinaturas de afiliados que
endossavam o pedido, além do endereço da sede da associação: Rua Paracatu, 98,
Bosque da Saúde.
Foi
para lá que os policiais seguiram após o atentado sofrido por Shigetsuna Furuya
e o assassinato de Chuzaburo Nomura ocorridos no início de abril de 1946. O
delegado Geraldo Cardoso de Mello recebeu a incumbência de presidir o inquérito
contra os envolvidos, que deveriam ser expulsos do país.
No casarão da Rua Paracatu encontram
onze japoneses que não ofereceram nenhum tipo de resistência... Entre eles
estavam Ryotaro Negoro e Seiichi Tomari, que respondiam pela direção do
movimento (já que Kikawa estava foragido), além de Eiiti Sakane (aquele do
episódio dos “sete samurais” de Tupã). Os policiais logo notaram no interior do prédio
a foto do imperador e bandeiras do Japão. O símbolo da Shindo, uma flor de
cerejeira bordada num tecido branco, também se destacava... Uma casa vizinha
era conectada ao ambiente. Lá
foram encontradas as instalações de uma rádio, outras salas para reuniões,
ambientes dormitórios, laboratórios para revelação fotográfica,
documentos diversos como cartilhas e listas de nomes de “derrotistas” a serem
eliminados...
Parte
da imprensa ficou encantada com a ousadia e abnegação dos capturados em
relações às suas crenças... E coube ao delegado Alfredo de Assis a apresentação
do material apreendido (mapas, bandeiras, fotografias e até edições da Life em que o Japão e os japoneses eram
noticiados como grandes vitoriosos dos conflitos da Segunda Guerra), fazer os
esclarecimentos possíveis e apresentar a lista com 40 nomes que estavam na mira
da Shindo para serem assassinados.
Dentre os nomes dos
sentenciados pela Shindo, estavam os de Yoshikazu Morita (que havia sido
enviado como interprete para Marília, também durante os episódios dos “sete
samurais” de Tupã), Sukenari e Hideo Onaga (respectivamente pai e filho,
jornalistas considerados “corações sujos” pelo pessoal da Shindo)... Os demais
da lista eram empresários japoneses “derrotistas”, como os já executados Ikuta
Mizobe e Chuzaburo Nomura.
Alfredo
de Assis contou detalhadamente, não sem alguns equívocos, sobre os episódios
que resultaram nos acontecimentos de 2 de abril... Ele explicou que os
assassinos vieram de Quintana, Marília, Pompéia e Tupã... Eram divididos em
grupos chamados tokkotai (Unidade
Especial de Ataque)... Em São Paulo, recebiam dinheiro para a aquisição de uma
arma usada (no caso de não possuírem uma), e treinamento em locais mais
afastados do centro da cidade.
Os matadores eram contatados desde um bom tempo por
homens como Sunao Shinyashiki, que arregimentava jovens dispostos a servir a
Shindo em honra do imperador e do Japão... Os que se dispunham à tarefa
entendiam que não estavam cometendo nenhum crime, seu serviço era de “limpeza”
da colônia... Os
sentenciados saberiam com antecedência que haviam sido julgados e teriam o
“direito” de se suicidarem em vez serem executados... No caso de os matadores serem
capturados pela polícia, não deviam oferecer nenhuma resistência, além de deixar
claro que não tinham nada contra o Brasil ou o seu povo, apenas contra os
“corações sujos”... Aliás, recebiam a orientação de se entregarem à polícia tão
logo terminassem de executar todos da lista que recebessem... Nunca poderiam revelar
qualquer relação com a Shindo Renmei.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/01/coracoes-sujos-de-fernando-morais_28.html
Leia:
Corações Sujos. Companhia das Letras.
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seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2012/01/coracoes-sujos-de-fernando-morais_1388.html antes de ler esta postagem:
Corações Sujos apresenta alguns dados
sobre a cidade de Bastos que, por aquele tempo, podia ser considerada um
ambiente japonês incrustado no Brasil... Dos 9 mil habitantes, 7 mil eram
japoneses... Só para termos uma ideia, no Tiro
de Guerra (como é conhecido o quartel militar em várias partes do interior
paulista) dessa cidade, os recrutas eram, quase todos, filhos de famílias
japonesas... A colônia imprimiu seu modo de vida na localidade, assim os
bairros em Bastos lembravam os vilarejos japoneses, e não foi por acaso que o
beisebol tornou-se o principal esporte na região...
Por tudo isso, naturalmente, a cidade tornou-se
alvo de investigação policial... Apurou-se que metade dos japoneses locais contribuía
com a Shindo Renmei... A polícia descobriu os equipamentos da Rádio Bastos, montada pela seita, a
serviço da propagação dos ideais Yamatodamashiie e das mais absurdas e forjadas notícias referentes
às derrotas aliadas e vitórias do Japão e triunfo do imperador.
Os que não demonstravam crença na “propaganda vitorista”
eram incomodados de diversas formas... Em suas residências recebiam as
tradicionais ameaças e misteriosas caixinhas com pó de mostarda, que explodiam e causavam ferimentos
no rosto e braços... A seita não tinha
dificuldades em conseguir adeptos mais fervorosos e decididos a executar as
tarefas que solicitava...
Na
tentativa de colocar um basta nas picuinhas entre os japoneses de Bastos, o
delegado Luis Bernardo de Godoy e Vasconcelos baixou normas pesadas em 28 de
setembro de 1945 contra a comunidade. As normas retomavam a chamada “legislação
especial aos súditos do Eixo”, proibindo tudo aos nipônicos e tratando-os de
modo excessivamente preconceituoso.
Mas também havia os japoneses aproveitadores que viam no fanatismo dos
membros da liga a oportunidade de ludibriá-los e se enriquecer... O caso dos
folhetos sobre a chegada da esquadra japonesa, por exemplo, era obra dos
enganadores... Pior que isso era o estelionato praticado a partir do
convencimento acerca da vitória japonesa na guerra e a conquista de um fabuloso
império no Pacífico... O fanatismo era tal que os seguidores da Shindo
acreditavam nisso e compravam lotes em ilhas “conquistadas” (inclusive na
Austrália!) pelo Japão. As “propriedades” eram vendidas pelos “vitoristas
vigaristas” a preços exorbitantes.
O
texto também faz referências à história de Ikuta Mizobe. Este senhor era
diretor da Cooperativa Agrícola de Bastos e havia sido contratado pelas
empresas colonizadoras para dirigir a cooperativa devido à sua experiência como
funcionário da prefeitura Yamaguti, de onde era natural... Seu posto na Cooperativa
conferia-lhe inúmeras responsabilidades e reconhecimento em meio à comunidade
nipônica. Mas Mizobe fizera circular um comunicado aos funcionários sobre a
derrota do Japão na Guerra e sua rendição (agosto de 1945). Ele transmitira a
ideia de que todos deviam se conformar com a situação e que o melhor era manter
a serenidade diante dos fatos...
Em visita ao município de
Bastos, Seiichi Tomari ficou sabendo das atitudes de Ikuta Mizobe. Tomari e os
correligionários da Shindo consideravam-no um “coração sujo”. Sendo assim, a
iniciativa mais óbvia para os kachigumi era a de executá-lo.
Mizobe
é descrito como um homem bem simples, um tipo de família e consciente de suas
responsabilidades... Comunicava à polícia as ameaças que vinha sofrendo, mas
percebemos que ele parecia não crer na seriedade delas, pois nunca teve proteção
especial... O livro tece detalhes sobre o atentado que sofreu a partir dos
depoimentos de Satoru Yamamoto, que foi quem o matou na noite de 7 de março de
1946, depois de permanecer por várias horas atocaiado no quintal da vítima. Então,
25 dias antes do assassinato do empresário Chuzaburo Nomura, a “Liga do Caminho
dos Súditos” havia feito a sua primeira vítima fatal, o senhor Mizobe. A
polícia demorou a concluir que os fatos eram correlacionados.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/01/coracoes-sujos-de-fernando-morais-cai-o.html
Leia:
Corações Sujos. Companhia das Letras.
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Prof.Gilberto
Hoje
a cidade e seus moradores receberam várias e merecidas homenagens... Teve passeios,
exposições, apresentações musicais e encenações diversas... Também houve
debates e protestos... De antigos arquivos retirei
um texto em que ensaiava uma crônica sobre uma tarde em que me dirigi ao centro para comprar uma máquina fotográfica... Mesclei com trechos de outro já postado aqui. Embora o resultado seja um pouco confuso, reflete um pouco do muito que tenho a agradecer por viver aqui.
Retratos da cidade
Aconteceu
numa tarde de mês de outubro, há uns vinte anos.
Lembro-me de que o sol das treze fervia a atmosfera do centro da cidade,
que amanhecera glacial. É por isso que por todos os lados e de todas as saídas
de lojas, restaurantes, ônibus, carros particulares e táxis, as pessoas
carregavam nos braços os pesados agasalhos matutinos. Aqui e ali ambulantes
ofereciam aos gritos água, cerveja, refrigerante... À minha direita o
teatro municipal, atrás ficara o viaduto do Chá. Um engravatado, que se dirigia
à República, anunciava versículos bíblicos e obrigava os passantes a se
desviarem para a rua Xavier de Toledo. Os seus gritos não eram páreo para os
barulhos dos motores e das buzinas. Pensei que o que eu mais queria era
desaparecer dali.
Caminhava
extenuante em direção àquela rua em que várias lojas de cine-foto-som se
instalaram. Tentava andar apressado, queria chegar logo ao meu destino, uma
daquelas lojas, mas estava muito cansado e irritado com o calor, a poluição do
ar e o ensurdecedor barulho. Seguia sufocado. Em vez de atravessar a rua em que
o semáforo insistia em amarelo piscando, decidi passar pela galeria de
subsolo que me levaria ao outro lado. Muitas pessoas também recorriam ao
atalho. Nas paredes estavam instaladas grandes fotografias. Não, não tinha tempo.
Decidi observá-las mais devido ao cansaço do que por interesse contemplativo.
A um primeiro passar d’olhos o que se viam eram
imagens costumeiras da cidade com seus grandes edifícios, igrejas, intensos
movimentos de massas humanas e cenas despercebidas de tipos os mais diversos
misturados ao concreto, e um não sei quantos outros motivos que retratam a
cidade como um organismo. De repente as imagens levaram-me a pensar
sobre certas atmosferas.
A
primeira delas era sobre o momento em que aquelas obras foram edificadas. A
segunda é a que evoca a existência dos seres humanos que tomam (ou podem tomar)
contato com elas, quer dizer, quem são, como vivem, quais as relações que
mantêm com as edificações, e assim por diante. Entre as tantas fotografias
havia um quadro que também podia sugerir essas análises. Era o quadro que me
levava à terceira atmosfera, a imponência das edificações, o modo como
elas documentam um passado e, ao mesmo tempo, deixam as marcas no presente, no
agora. Notei o seu entorno e tentei perceber se elas estavam mais envolvidas por outras
edificações, assim ajudando a compor um todo, ou se estavam mais
isoladas, sendo, dessa maneira, o todo.
As imagens também me
lembravam os seres humanos. Aqueles tipos mesmos que circulavam lá em cima. O
que pretendem ao erigirem tais edificações? De que modo estão organizados? Qual
seria a hierarquia das suas prioridades? As edificações demandaram um esforço
nelas concentrado. Há uma certeza de que os homens e mulheres que
tiveram (ou têm) contato com as edificações não sobrevivem a elas, monstros que
permanecem supratemporariamente. Embora não sejam elementos naturais,
vão se constituindo elementos da natureza por tempos de longuíssimas durações.
Para os que as contemplam também fica a sensação de um pertencimento.
É,
não ajudei na elaboração de nenhuma das igrejas, dos vitrais ou das torres, mas
elas não me são estranhas. É o que ocorre em relação à cidade em que vivo... Apenas existo e nela me locomovo, acesso a determinadas paragens e faço uso de
seu sistema de transportes, passo por galerias como aquela, tudo isso de modo natural,
assim vou também fazendo parte daquilo que a cidade é.
Conclui que fazer referência ao momento em que foram edificadas é pensar
na relação que os homens e mulheres mantinham com o seu tempo, como o dividiam,
contavam, enfim, como se apropriavam dele. De repente chamou-me a atenção uma
série de fotogramas dispostos de modo sequencial. Neles eu via uma
referência ao tempo, à sua passagem e aos eventuais registros que devem ter a
ver com o produto das atividades humanas, seus negócios. Percebo pastas que
servem para arquivar notas (?), um relógio, um calendário, faróis de automóveis
trafegando pela noite paulistana, fachadas de casas humildes... A imagem do
relógio nos remete a um momento em que os fenômenos naturais contavam muito
para a divisão do tempo. A marcação de passagem do tempo, ali, é natural.
Fazendo parte da seleção de imagens, os fotogramas me inquietavam também
porque havia alguns que registravam certos detalhes, como frestas, janelas que
nos remetem à imaginação sobre o que é o outro lado... Quer dizer, são detalhes
tão pequenos que fazem parte do cotidiano das pessoas que eles são quase
inexistentes, ou invisíveis.
A
imagem que vinha imediatamente a seguir era a de um ser humano posicionado no
interior (?) de uma construção tão imponente, que dessa feita era o rapaz que
passava despercebido, tornando-se um quase inexistente, ou invisível. As
dimensões da edificação são tão grandiosas que o recorte feito pelo
fotógrafo não nos permite entender se se trata de uma tomada de interior ou
exterior.
Saí da galeria e segui
pensando nas imagens vistas e nos sentimentos que elas evocavam.
Prossigo
em direção ao meu destino, à minha volta estão os tipos da Paulicéia com
a sua pressa e as edificações. Estamos sob a mira de alguma objetiva?
Sairemos invisíveis na próxima imagem? Mais uma vez passo os olhos pelo
concreto do centro. São Paulo não nasceu aquilo que estava representado na
fotografia noturna nem naquela da edificação que oficialmente marca o
nascimento da cidade. Mas o que vi exposto fez um contraponto à
confusão. A lentidão do tempo está ali, ainda que em seu entorno os
arranha céus, o movimento do tráfego e o ensurdecedor barulho insistam em
sufocá-la e sufocar-me.
A imagem
foi extraída de Extraído de http://www.google.com.br/imgres?um=1&hl=pt-BR&biw=1066&bih=590&tbm=isch&tbnid=PnGwd0MBDyTDIM:&imgrefurl=http; 25/01/2012;11:40)
Um
abraço,
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No
momento de homenagens ao velho Major, o porco Snowball tomou a palavra e disse
que cabia a eles mudarem a situação... Já o porco Napoleão foi mais incisivo,
dizendo que todos ali deviam respeito eterno ao velho Major... Em seguida
conclamou: Revolução!
Os humanos da Manor estavam estranhando o
comportamento dos animais da fazenda... Jessie foi chamada a alimentar-se dos
suculentos ossos do velho Major esquartejado, no entanto recusou-os... Numa
tarde chuvosa, Jones avaliava os papéis de balanço da fazenda e se afogava no
uísque para esquecer as dívidas... À sua volta estava a esposa reclamando de
seu comportamento irresponsável... Mas ele não tinha paciência para discutir
com ela... Saiu e convidou Denis e Eric, trabalhadores na fazenda, para saírem
e beberem mais em outra parte... Eles o advertem que os animais ainda não
haviam sido alimentados, mas para Jones a tarefa podia ser deixada para depois
da bebedeira.
De sua parte, os animais observaram os irresponsáveis
se retirando e abandonando-os sem o tratamento que deveriam receber... Jones e
os dois amigos só retornaram à noite... Os animais estavam “morrendo de fome”,
mas Jones não se importou com eles e decidiu continuar se divertindo com os
amigos em casa. Depois do cansaço provocado pela bebedeira, todos dormiram.
Liderados
por Boxer, os animais decidiram seguir até o armazém onde podiam encontrar
comida... Enquanto seguiam cantavam Animais
do Mundo Unam-se/Ergam-se e preparem-se para a luta... Derrubaram a porta
do depósito e se regalaram das rações disponíveis... A algazarra era tanta que
Jones acordou.
Ele
e os amigos se dirigiram ao armazém. Estava armado, mas foram surpreendidos pelos
animais (carneiros e a cadela Jessie à frente), que se atiraram sobre eles...
Acidentalmente a arma disparou e o estrondo despertou também a esposa de
Jones... A
ação foi surpreendente para os humanos, já que todos os animais do lugar se
envolveram no ataque... Havia muitas aves e outros animais menores, mas havia
os maiores e mais agressivos... Embora os porcos não se envolvessem diretamente
no confronto, ficavam nas proximidades conclamando os demais à luta... Napoleão era o mais empolgado. O ataque foi tão
vigoroso que Jones, a esposa e os dois funcionários fugiram apavorados em seu
carro em direção ao bar... Lá esperava encontrar o amparo de seus semelhantes,
porém só ouviu ultrajes, principalmente do senhor Pilkington... Para ele o
perigo estava na possibilidade de uma revolução como aquela se espalhar pelas
demais fazendas.
Na fazenda, Napoleão
proclamava aos demais animais que eles tinham tomado posse do lugar... Todos
entoavam o “hino revolucionário” e estavam bem empolgados... Os porcos
mantinham-se elaborando a continuação das ações. Snowball era um porco
voluntarioso... Estava se esforçando para
aprender a ler e conseguir, com a leitura, contribuir para a organização da
sociedade que estava surgindo... Jessie confiava neste animal e recorria a ele
sempre que percebesse as necessidades dos demais.
Ela o acompanhava, e o
ajudou a pintar a nova placa de identificação da fazenda, que se tornou “Fazenda Animal”.
Jessie retirou-se do grupo e se instalou no celeiro,
pois chegava o momento de ter filhotes... Napoleão e seu fiel parceiro, o porco Squealer, descobriram a
televisão no interior da casa e perceberam que ela poderia ter a sua
utilidades, já que as pessoas acomodam-se e silenciam-se ao assisti-la...
Napoleão apresentou a televisão em funcionamento aos demais animais e
surpreendeu-se pelo modo como permaneceram hipnotizados por ela...
Propôs que a casa fosse mantida como museu, mas
ninguém se manifestou por estarem totalmente voltados ao aparelho. Os porcos
mostraram aos demais que todo o conforto dos humanos era obtido graças aos
sacrifícios dos animais... Ao chegarem ao matadouro depararam-se com a carcaça
do velho Major e de outros tantos que já não viviam. Todos ficaram ainda mais
horrorizados ao avistarem a cabeça de Major em um freezer...
Indicação (livre)
Um
abraço,
Prof.Gilberto
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De 1937 a 1945 o Brasil sofreu a Ditadura do Estado Novo, período de
muita repressão política e censura aos meios de comunicação... O fim do Estado
Novo coincidiu com a derrota dos países totalitaristas no conflito mundial...
Com a redemocratização, o partido comunista voltou à ativa e à liderança do
movimento sindical... Greves pipocaram por todo o país e, graças ao clima de
liberdade, elas eram noticiadas livremente... A polícia estava tão preocupada
com antigas lideranças comunistas, como Luis Carlos Prestes, que não dava
grande importância aos acontecimentos que assolavam a comunidade japonesa...
Para
rebater a perseguição que sua “Liga” estava sofrendo, Kikawa, Negoro e Tomari,
acompanhados de vários companheiros entregaram à polícia, com um pedido de
legalização da Shindo, um documento em que caracterizavam a seita como uma
associação cultural... Evidentemente a polícia negou, até porque as associações
estrangeiras continuavam proibidas... O delegado Geraldo Cardoso de Mello
encarregou o intérprete Mário Botelho de Miranda de verificar os proponentes e
a papelada... Mas a verdade é que a polícia não levava a situação a sério...
Depois
de despachar os japoneses, Miranda dispôs-se a analisar com mais calma os
documentos e chegou à conclusão de que algo mais sério poderia ocorrer...
Prisões foram iniciadas, entre elas a de Isamu Matsumoto (dos episódios em Tupã
– ele confessou ser chefe da Shindo naquela localidade)... Negoro e Tomari
também foram presos, mas logo colocados em liberdade... Kikawa simplesmente
desapareceu do mapa...
Na madrugada de 2 de abril de 1946 a polícia
prendeu dois membros da Shindo depois de terem participado de uma tentativa
frustrada de assassinato de Shigetsuna Furuya (ex-diplomata, que também havia
assinado o “documento de esclarecimento à comunidade nipônica” sugerido por Shibata
Miyakoshi)...Os dois presos eram Tatsuo Watanabe e Mitsuro Ikeda (27 e 29 anos
respectivamente).
Logo depois o delegado Cardoso de Mello foi informado do assassinato do
empresário Chuzaburo Nomura, o “rei do rami”, em sua casa. O morto pertencia ao
grupo dos “proeminentes japoneses no Brasil” e só não assinou o documento que
circulou nos jornais porque estava viajando na ocasião de sua divulgação...
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Corações Sujos retorna no tempo
para tratar da ocasião em que a Shindo Renmei foi fundada... Agosto de 1942, na
cidade de Marília... Depois de muitas articulações, o pessoal ligado aos
princípios políticos defendidos por Kikawa conseguiu que a polícia autorizasse
a realização de um casamento no melhor hotel da cidade... Tudo não passava de
pretexto para reunir uma assembleia que trataria dos assuntos relativos à
unidade de todos em torno do Yamatodamashi
e da recuperação da auto-estima da comunidade naqueles tempos de guerra
envolvendo a pátria e as perseguições, proibições e preconceitos sofridos por
todos... O
episódio tornou-se violento porque cidadãos comuns consideraram que os
japoneses estavam burlando a lei e, ainda por cima, disfarçando um movimento
político em honra de seu país e imperador... Houve quebra-quebra e intervenção
policial... Muitos terminaram o dia presos ou feridos gravemente... Kikawa e
seus dois antigos companheiros, o capitão Yamauchi e o coronel Wakiyama
escaparam pelos fundos... Com eles estavam ainda Ryotaru Negoro e Seiichi
Tomari (que seriam assíduos nas visitas a Kikawa em seu cárcere).
Morais destaca que, apesar das leis que as proibiam,
havia muitas associações japonesas... A Shindo Renmei, que significa “Liga do
Caminho dos Súditos”, tornou-se a principal e mais radical. Como sabemos, mesmo
durante a sua prisão, Kikawa seguia no comando da “Liga” e um de seus objetivos
era o de fundir as várias associações que vinham atuando clandestinamente pelo
interior paulista (e também do Paraná) sob o vigor e princípios da Shindo... Chegou
a contar cerca de 100 mil sócios espalhados pelo interior de São Paulo...
Graças à contribuição em dinheiro, ela tornou-se também a mais poderosa. Uma
empresa de fachada, a atacadista Casa
Paulista, foi constituída na capital para conseguir recursos e enviar
agentes (que se passavam por vendedores) para as mais remotas regiões onde
vivessem japoneses a fim de arrebanhar simpáticos à causa, tornando-os filiados da
associação... Para os seguidores de Kikawa, não bastava o afiliado ser um
membro colaborador, era necessário ter um passado totalmente limpo, quer dizer,
devia ser um patriota convicto. Tomari e Negoro se tornaram os agentes da
Shindo Renmei que visitavam os núcleos japoneses com cartilhas que explicitavam
os princípios da seita, classificavam os súditos em categorias que iam de
“fervorosos” a “preguiçosos” e “delatores”, e investigavam bem de perto
(produzindo relatórios) os de “conduta suspeita”... Implacáveis contra os que consideravam traidores da
pátria e do Yamatodamashi, os dirigentes sentenciam-nos à morte... Militantes da seita cuidavam de aterrorizá-los com mensagens sobre a
necessidade de manterem “a garganta lavada”. É claro que essas ações eram
criticadas pelos makegumi, que relatavam
as ameaças e pediam autorização para andarem armados... Pediam o fechamento da
Shindo...
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seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2012/01/talvezseja-interessante-retomar.html
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A convicção de significativa parcela da colônia japonesa no Brasil em
relação à vitória do Japão na Segunda Guerra Mundial era, no mínimo, estranha...
Enquanto o mundo inteiro celebrava a derrota dos países do Eixo, diversos
militantes de sociedades como a Shindo Renmei comemoravam a “vitória japonesa”,
se articulavam para o “retorno triunfal” à pátria e atuavam espalhando terror
entre os que aceitavam a verdade dos fatos.
Os
que defendiam esse ponto de vista sustentavam a “superioridade nipônica”... Sua
ideologia não admitia outra realidade que não fosse o domínio imperial japonês
sobre o vasto Pacífico. Ao mesmo tempo, seu imperador representava a
personificação da tradição milenar e o futuro da nação... Seus ideais eram
militaristas.
Shibata Miyakoshi estava no
Brasil há pouco tempo, mas tornou-se conhecido e respeitado pela comunidade,
tanto que se tornou diretor de uma das empresas cuidava dos processos de
imigração... Sentiu-se indignado com a grande quantidade de membros da colônia
que não conhecia a verdade sobre o final da guerra. Portanto Miyakoshi era um makegumi.
Por considerar a situação vergonhosa, ele ofereceu à
polícia um plano de ação para sensibilizar os compatriotas... Em resumo
consistia em distribuir cópias dos documentos originais da rendição para serem
distribuídas pela colônia. Para esclarecer melhor aos mais reticentes, ele se
dispunha, ainda, a elaborar um documento assinado pelos mais proeminentes
japoneses no Brasil... Não
foi fácil conseguir cópia da rendição... Ela percorreu um longo trajeto
passando por Itália e Argentina... Mas ela chegou acompanhada de traduções e de
uma mensagem do Ministro das Relações Exteriores do Japão.
O texto dos japoneses
“esclarecidos” pedia serenidade à colônia e era endossado por personalidades de
grande vulto em empreendimentos diversos... A polícia definiu que mais eficaz
ainda seria a publicação dos documentos nos jornais de grande circulação...
Entre os proeminentes
japoneses no país, que assinavam o documento apenso, estava o coronel Jinsaku
Wakiyama... Ainda na prisão, ao ler o texto makegumi
e o nome do antigo companheiro, Junji Kikawa soube o porquê de sua ausência nos
últimos anos.
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Os textos que seguirão são sobre o
filme (que é adaptação do clássico de Orwell).
No começo temos uma
tempestade e a narração de Jessie, que é uma velha cadela... Ela e outros
animais estão escondidos dos espiões de Napoleão. Ela nos leva a entender que a
natureza, através da tempestade, estava sentenciando o final de uma experiência
vivida pelos animais da fazenda... Depois de muito tempo escondidos, poderão
retomar a vida...
A propriedade de Jones, a fazenda Manor, ia de mal a pior... Mas os
problemas existentes eram resultado de sua péssima conduta. Mesmo estando
endividado, não dava ouvidos às advertências da esposa e passava boa parte do
dia embriagado e reclamando da vida... Os fazendeiros locais viam-no como um
péssimo exemplo e sabiam que logo perderia a propriedade por não saldar suas
dívidas. Jones só via possibilidade de saná-las obtendo novos empréstimos do
próspero Pilkington..
Este Pilkington era um tipo que ostentava ares de
aristocrático... Casado e pai de dois filhos, era muito bem conceituado pela
comunidade. O vemos com a família numa charrete pela estrada que margeia a
propriedade de Jones... Os Pilkington seguem alegres e se divertem com as
peraltices dos garotos que, com estilingues, atiram pedras nos animais do
caminho... Estão chegando para devolver a égua Mollie...
Jones está bêbado e tenta arar o campo com o
auxílio de Boxer, seu cavalo. Boxer não segue em linha reta porque Jones não
consegue conduzi-lo... O fazendeiro segue proferindo ofensas ao animal e
bebericando em sua garrafa. Os homens se cumprimentam, falam sobre os serviços
de Mollie e da reunião festiva que Jones fará com o pessoal local em sua
propriedade... Seu maior interesse é conversar amistosamente com Pilkington
para obter novos empréstimos... Este está de olho na fazenda de Jones.
Jessie chega até a amiga Mollie
e diz que à noite haverá uma reunião no celeiro com os demais animais da
fazenda... De volta ao trabalho, Jones só sabe proferir ofensas ao esforçado
Boxer... Percebendo que este será agredido pelo homem, a cadela Jessie lança-se
sobre ele. Jones cai zonzo de tão bêbado, e achamos que está morto... Um corvo,
que acompanhava o trabalho do fazendeiro, desce dos ares e adverte a Jessie que
“nenhum animal deve atacar uma pessoa”... Ela retruca que “nenhuma pessoa deve
atacar um animal”.
Jones foi despertado de seu torpor com a água
despejada em seu rosto pela irritada esposa... Ele deveria levá-la para a para
a cidade, já que ficaria na casa da irmã... Depois disso, retornou para a Manor, onde recepcionou outros
fazendeiros num encontro regado a bebidas... Enquanto ele e os convidados
comiam e bebiam, os animais iniciaram sua reunião sem serem incomodados.
Eles se encontraram no celeiro para ouvir o velho
porco Major, que teve um sonho e marcou o encontro para compartilhar aquilo que
considerava uma “revelação”... De modo ordeiro, cada grupo posicionou-se para
ouvi-lo. Chamado de “o mais sábio entre nós”, o velho porco Major foi anunciado
para proferir a mensagem que lhe fora enviada no sonho. Solenemente, ele inicia
dizendo que se sente na obrigação de ensinar o que sabia porque não teria muita
vida pela frente... Diz que a vida dos animais é curta, de muito trabalho e sacrifícios...
São mantidos apenas com comida o suficiente para suportarem o cotidiano de
trabalho e, quando já não são mais necessários aos humanos, seguem para o cruel
abate... Major, então, sentencia que “o homem é o maior inimigo dos animais”...
Entrementes, os humanos se divertiam bebendo na
casa do endividado Jones... O trecho apresenta as mazelas sociais (bebedeira,
interesses, traição)... Lá no celeiro, o velho Major prosseguia afirmando que “livrar-se
dos homens era a solução para os problemas dos animais”... Assim, eles mesmos
seriam “donos do produto do próprio trabalho” e se tornariam “livres e
iguais”... O modo de viver humano foi condenado por Major, que disse que jamais
os animais deviam se vestir, ficar sobre duas pernas, ou fazer negócios como os
humanos...
Os
animais cochichavam sobre como poderiam viver sem certos cuidados que os homens
dispensam a eles. Já o rato, que vivia a negociar acordos com os demais animais,
não achou muito interessante o que ouviu... Porém o discurso de Major era
cativante... Ele falava sobre uma “irmandade de animais” na qual todos são
amigos...
Mais tarde, o porco Major falou sobre o final de
seu sonho... Revelou-lhes uma música (um hino sobre Justiça e Liberdade), que
logo ensinou a todos... Animais de todo o
mundo unam-se/Ergam-se e preparem-se para a luta... Uma canção sobre os
sofrimentos dos animais e sobre a chegada do dia em que seriam redimidos pela Revolução.
A bebedeira na casa de Jones terminou às altas horas...
Seus convidados foram se retirando para o sono em seus lares... Os Pilkington
pernoitaram na casa do anfitrião... No celeiro, os animais prosseguiram em alto
som a cantoria do hino que aprenderam... Tanto barulho fizeram que Jones despertou,
e seguiu armado para a instalação... Os animais ficaram apavorados... O homem atordoado
escorregou na lama e acidentalmente disparou seu rifle, e o disparo atingiu o
porco Major, que morreu.
No dia seguinte o velho Major era esquartejado
para se tornar refeição... Os animais estavam muito sentidos com o ocorrido e
prestaram homenagens ao mártir no local onde caiu morto... Os porcos
manifestaram-se sobre os encaminhamentos que deviam dar à situação... Nada mais
era como antes depois das palavras de Major
Continua...
Indicação (livre)
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abraço,
Prof.Gilberto