Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_1.html antes
de ler esta postagem:
Enquanto
tomava o café, Polly mostrou um retrato que estava no quarto e o elogiou
dizendo que o Navalha estava muito bem na fotografia. Quis saber quando ele lhe
trouxera... Lucy não entendeu a pergunta enquanto a outra insistia em saber se
ele lhe entregara ali mesmo no quarto.
Lucy respondeu que Mac Navalha não estivera em seus aposentos... Polly
mostrou-se surpresa ao mesmo tempo em que admitia que aquilo não tinha a menor
importância. Depois emendou que “os caminhos do destino são bastante
emaranhados”.
Na verdade, Polly ficou satisfeita
ao saber que seu marido bandido não visitara sua desafeta. Lucy percebeu no
mesmo instante e falou que deviam parar com a “conversa mole”, já que podia ver
que o que a colega queria era “espionar”.
Polly não se fez mostrou depreciada pela observação e
pediu-lhe que dissesse a verdade sobre o paradeiro do Navalha. Lucy respondeu
que não tinha a menor ideia e que Polly é quem devia saber.
(...)
Então a situação era essa... Uma desconfiava que a outra soubesse onde o
Navalha se escondia. Chegaram ao ponto de jurar que não sabiam.
Polly confirmou que, por incrível que pudesse parecer,
não sabia mesmo. Disse isso e sorriu. Bem diferente era a postura de Lucy, que
se pôs a chorar. Cada vez mais satisfeita, a outra não pretendia amenizar o
drama de sua oponente, e disse que o Navalha sumia num momento delicado, quando
ele sabia que tinha “dois compromissos”.
Lucy desabafou que já não aguentava mais, pois tudo lhe era terrível
demais. Polly não escondeu sua alegria, respondeu que estava feliz e que, ao
menos no fim da tragédia, podia dizer que tinha encontrado “uma verdadeira
amiga”. Animada, perguntou se podia oferecer-lhe um pedaço de bolo.
Entristecida, Lucy pediu-lhe que não fosse tão amável, pois não merecia...
Depois sentenciou que “os homens não prestam”. Sim, Polly concordou, mas,
indignada acrescentou um “o que podemos fazer?” Lucy manifestou que desejava
esclarecer algo que colocaria a situação “a limpo”... Disse isso e acrescentou
que sabia que a outra ficaria bem zangada.
Evidentemente Polly ficou curiosa...
Ainda mais que Lucy disse que “ela não é verdadeira”... Falou enquanto apontava
para a própria barriga. Ela estava querendo dizer que “por causa do bandido”
havia forjado uma barriga de grávida. Então Polly ainda mais riu e exclamou que
aquilo era “fantástico”.
Com um travesseiro, Lucy
moldara uma barriga de grávida. Polly a chamou de “danada de esperta”... Depois
perguntou-lhe se gostaria de ficar com o Navalha, pois ela mesma lhe dava “de presente!”.
Se o achasse, podia pegá-lo para si!
(...)
A
conversa foi interrompida porque desde o corredor ouviam-se passos
apressados... Polly quis saber o que estava acontecendo.
Lucy foi até à janela e viu que Mac Navalha estava novamente preso... A
outra mostrou-se decepcionada ao mesmo tempo que dizia que “agora acabou”.
De repente a Dona Célia
Peachum chegou ao quarto... Ao ver Polly, disse-lhe que devia trocar de roupa,
pois enforcariam o seu marido. A mulher garantiu que trazia o vestido de luto e
que a filha seria uma “viúva linda”. Esperava que ao menos fizesse “uma cara
mais alegre”.
(...)
O próximo cenário evidencia um momento específico: “cinco
horas da manhã de sexta-feira”... Mac Navalha foi trazido pelos tiras para a “cela
dos condenados à morte”, ele que estivera com as prostitutas de Turnbridge
havia sido traído novamente por elas e seria enforcado.
Os sinos de Westminster repicaram...
(...)
O policial Smith confirmou que os sinos estavam
repicando pela primeira vez... Com a autoestima elevada, exigiu que o bandido mantivesse
a postura ao ficar de pé e que desse um jeito em sua “cara amarrotada”. Era de
se envergonhar! Precisava saber que quando os sinos repicassem pela terceira
vez, “às seis em ponto”, já estaria enforcado.
Outro policial informou que antes das cinco as ruas de Newgate estavam
abarrotadas de “gente de todo tipo”... No momento não teriam como passar por
elas. Smith estranhou... Como ficaram sabendo? O outro respondeu que pelo visto
logo toda Londres ficaria sabendo e, assim, os que haviam se preparado para “ver
o cortejo da coroação” apareceriam para assistir à execução do Navalha. Se isso
de fato ocorresse, a rainha desfilaria com as ruas esvaziadas.
Smith concluiu que tinham de fazer as coisas sem perder tempo, pois
assim as pessoas conseguiriam ir também ao cortejo que ocorreria às sete. Era
preciso que os policiais fizessem o que tinha de ser feito sem vacilar.
(...)
Mac Navalha perguntou as horas ao Smith... Este
respondeu-lhe com agressividade, “Você é cego? Cinco e quatro”!
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_4.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto