quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Poema de Pedro Bandeira, "O nome da gente"

Gosto desse poema do Pedro Bandeira. Diversas vezes, quando pretendo introduzir uma discussão sobre a identidade, resgato O nome da gente.

Minha ideia é apresentá-lo sem o título. Leio para os alunos e peço que eles leiam espontaneamente... Há grupos em que vários querem ler... Tudo bem... Permito que vários leiam... Conforme lemos, discutimos sobre o que cada um entende do texto...

Normalmente apresento algumas questões que servem de roteiro:
O que o texto está querendo dizer?
Quem faz perguntas do tipo que aparece no poema? Uma criança? Por quê?
As propostas apresentadas (isso só seria justo se eu escolhesse o nome dele... Quando ele for grande ele que procure um...) são possíveis? Por quê?
Que título você daria ao texto?
E você, gosta de seu nome? Como gostaria de se chamar?
Depois das discussões é interessante elaborar uma síntese sobre o que o grupo disse em relação aos questionamentos... Em diversas ocasiões ouvi a meninada querendo explicar, por exemplo, as diferenças entre jacaré e crocodilo... Depois disso apresento um texto que adaptei de um livro de Mirta Goldberg, “Quem sou eu?” Mas sobre isso escrevo outro dia.
O nome da gente
Por que é que eu me chamo isso
e não me chamo aquilo?
Por que é que o jacaré
não se chama crocodilo?
Eu não gosto
do meu nome,
não fui eu
quem escolheu.
Eu não sei
Por que se metem
com o nome
que é só meu!
O nenê
que vai nascer
vai chamar
como o padrinho,
vai chamar
como o vovô,
mas ninguém
vai perguntar
o que pensa
o coitadinho.
Foi meu pai que decidiu
que o meu nome fosse aquele
isso só seria justo
se eu escolhesse
o nome dele.
Quando eu tiver um filho,
não vou pôr nome nenhum.
Quando ele for bem grande,
ele que procure um
Um abraço,
Prof.Gilberto

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