Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_62.html antes
de ler esta postagem:
O policial Smith voltou à cena pedindo ao senhor
Macheath que, por favor, se preparasse...
Todos sabiam o que o
tira informava. Era chegada a “hora última” do Mac Navalha... A Senhora Célia
Peachum gritou por Polly e por Luccy dizendo-lhes que deviam amparar o marido
no momento derradeiro.
O bandido quis dizer qualquer coisa dirigindo-se às duas
desafortunadas... “Minhas senhoras, seja lá o que for entre nós...”. Mas não
concluiu a mensagem que pretendia deixar porque Smith o levou. Vamos!
(...)
Na
sequência temos a “marcha para a forca” e todos os que estiveram à direita e à
frente do condenado se puseram a sair por portas à esquerda*...
*Obviamente caminham por trás do palco, pois ressurgem do outro lado com
lanternas na mão.
O
Navalha chegou ao patíbulo.
(...)
O velho Peachum deu
início a um novo discurso:
“Prezado público, lá vem o fim:
O senhor Macheath será enforcado,
Pois toda a cristandade age assim –
Cada qual paga pelo seu pecado.
Porém não pensem como aprovado
Por nós o que pratica tanta gente.
O senhor Macheath não será enforcado:
Nós temos um desfecho diferente.
Na ópera, a injustiça que nos laça
Fica vencida, pela graça.
Eis um arauto com a boa nova,
Que salva o herói da escura cova.
(...)
Terceiro final de três vinténs.
O arauto anunciado entra a cavalo...
O coro canta – Escuta
quem vem ai!
O real arauto a cavalo vem aí!
O arauto, briosamente montado, não é outro senão o chefe Brown! Ele
chegou anunciando que: “Por motivo de sua coroação, Sua Majestade a Rainha
ordena que o Capitão Macheath seja imediatamente libertado”.
Todos
aplaudiram entusiasticamente... Brown tinha mais a dizer: “Ao mesmo tempo, ele
será elevado à categoria de nobre hereditário”...
A euforia tomou conta
dos que acompanhavam o que era para ser a execução... Então Brown prosseguiu:
“e receberá o castelo de Marmarel, bem como uma pensão de dez mil libras até o
fim de sua vida. Aos casais de noivos aqui presentes, Sua Majestade transmite
seus régios votos de felicidades”.
(...)
Obviamente
o Navalha não cabia em si de tanta felicidade... “Salvo, salvo”! Emendou que
sabia que “quando o Diabo fecha a porta, Deus abre uma janela”.
Polly também vibrava
de felicidade ao saber do perdão ao seu “querido Mac”... A Senhora Peachum
mostrou toda sua satisfação ao dizer que “afinal, tudo acaba bem”... A vida
assim é realmente boa... E assim devia ser, e tranquila também “se os reais
arautos chegassem sempre a galope”.
O “rei dos mendigos”,
Peachum, pai de Polly e sogro do Navalha, concluiu que todos deviam permanecer
em seus lugares* “para cantar o coral dos mais pobres deste mundo”...
*Neste ponto devemos
entender que ele se dirige também à plateia.
Peachum diz que todos os presentes representam a “vida dura” dos “mais
pobres deste mundo”, cujo fim é dos piores, “é péssimo”, diferentemente do
final do criminoso Navalha que todos acabavam de presenciar. Aos pobres, os “reais
arautos” não aparecem “depois de os pisados desta vida terem se levantado. Por
isso a iniquidade não deveria ser por demais perseguida”.
Todos cantam:
“Jamais persigam tanto a iniquidade,
Pois ela mesma exaure seu alento.
Pensem na noite fria que invade
O nosso vale, cheio de lamento”.
Fim.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_10.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto