Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/10/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir-o.html antes de ler esta postagem:
Henri Perron passa algum tempo concentrado no
escritório de L’Espoir... Verifica a correspondência e os artigos dos
jovens colaboradores... Gosta do que lê, mas os textos de Sézenac o
desapontam... Lambert apareceu querendo saber das impressões que o outro teve
de Portugal... Deu boas notícias sobre a crítica favorável ao Courrier
Roman, escrito pelo chefe durante a guerra... Ele mesmo leu de uma só vez, e
também o considera muito bom...
Lambert
alerta sobre a necessidade de Henri tomar cuidado com o assédio de Robert
Dubreuilh, que passaria a pressionar L’Espoir a uma filiação com o SRL.
Depois que Lambert sai, Marie-Ange Bizet entra, sem ser convidada... Ela é uma
jovem jornalista do Lendemain e pretende uma entrevista com Henri.
Ele quer fazer a outra entender que não concede entrevistas, mas decidiu
permitir uns quinze minutos de conversa.
Ela quis saber as origens
de Henri, recordações de infância, detalhes “pitorescos”... Mas nada disso o
outro tem para falar. Conta que o pai era farmacêutico em Tulle, e que as
conversas dos adultos da família eram dominadas pelas transformações políticas,
econômicas e sociais pelas quais o mundo passava... As dificuldades das classes
laboriosas, o Comunismo e seu avanço, as encruzilhadas da civilização... Depois
Henri é levado a revelar que deixou a pequena cidade, atraído que foi pelo tio
para uma vaga no Vendredi, jornal parisiense. Falou ainda sobre La
Mésaventure, seu primeiro romance aos vinte e cinco anos, e da interação com
Dubreuilh, que o apoiou na trilha intelectual...
Prosseguindo a narrativa em que era direcionado pela repórter, Henri
falou sobre sua participação na guerra... Logo foi ferido e, na Resistência,
fundou L’Espoir com Luc, em 1941. Disse que estava com o projeto de lançar
a revista mensal Vigilance com Dubreuilh, mas que nada tinha a dizer
sobre o partido político que o outro estava criando. A moça ainda queria saber
sobre o panorama político que Henri conheceu em sua viagem a Portugal... Henri
tratou de encerrar a conversa dizendo poucas palavras sobre como parecia
improvável que Salazar recebesse pressões internacionais, sobretudo porque ele
tinha o poder de negociar bases aéreas com os norte-americanos.
(...)
Na sequência, Henri segue
com Paule ao Isba, um restaurante com música cigana ao vivo. Lá estão
Scriassine, Robert Dubreuilh, Anne e Julien. O local e o fundo musical são
preferências de Scriassine... À porta do lugar, um batalhão de repórteres
estava posicionado. Os intelectuais da Resistência eram celebridades... Mas
isso era algo que eles não cultivavam, e Robert era o mais agressivo quando se
tratava de lidar com assédio da imprensa.
Henri é convidado a, mais uma vez, falar sobre
sua viagem de férias... Em poucas palavras diz que a situação daquele país era
de tristeza, apesar de suas belezas naturais... Sabemos bem os motivos dessa
breve conclusão...
Aparentemente Scriassine
demonstrava mais interesse em beber e ouvir música do que tratar de assuntos de
política. Porém o assunto dominante foi mesmo o partido de Dubreuilh e a sua
insistência em fazer do L’Espoir o jornal oficial de seu SRL.
Robert falou também da revista e logo ouviu palpites de Scriassine.
Falando sobre os ditadores
Salazar e Franco, Henri lamentava o fato de os norte-americanos temerem muito
mais o avanço do comunismo. Sobre isso Scriassine, Henri e Dubreuilh debateram
e um certo mal estar ocorreu porque Scriassine considerava as posições de
Robert muito próximas da União Soviética. Para Scriassine a URSS era uma ameaça
à Europa. Já Robert via que a saída para a França seria um governo de
Frentes Populares, de independência em relação aos soviéticos. Ele considerava
a forte influência norte-americana muito mais perigosa aos franceses.
Henri
também sentiu-se incomodado com a intimidação de Dubreuilh em relação ao L’Espoir. Robert
mostrava que o jornal não representava nenhum posicionamento político mais
sério e que
o SRL necessitava daquele veículo de informação para agregar maior
militância.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir.html...
Leia:
Os Mandarins. Editora
Nova Fronteira.
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/03/coracoes-sujos-de-fernando-morais-morre.html
antes de ler esta postagem:
Um ano depois dos acontecimentos em Tupã, quando
os “sete samurais” chamaram a atenção por caminharem resolutos na intenção de
executar o cabo Edmundo, que havia ultrajado a sagrada bandeira do Japão (aqueles
episódios que marcam o início de toda a narrativa contida em Corações Sujos...), foi decretada a prisão de Eiiti Sakane (era a sexta vez que isso ocorria)...
Ele era o único dos tokkotai ainda à solta. No final de 1946, Sakane fez a mulher e os
filhos retirarem-se de Tupã... E na mesma época em que fora decretada a sua prisão,
início de janeiro de 1947, já estava instalado numa chácara em Osasco, bem próxima
da capital.
Sakane estava em “missão sagrada”, já que seu objetivo era eliminar Paulo Morita (aquele que
trabalhava como intérprete para a polícia, auxiliando-a na captura de kachigumi). Essa era uma tarefa que ele
perseguia há muito tempo...
Morita continuou suas atividades de colaborador da polícia e era visto em
vários eventos públicos ao lado das autoridades... Mas os seus dias pareciam
estar contados, já que ronin começou a segui-lo de perto e a conhecer seus
hábitos cotidianos. Assim, Sakane considerou que o momento adequado para eliminá-lo seria
de manhã, quando Morita passeava com a filha (de apenas oito meses) no parque da Aclimação,
antes de ir para o trabalho.
Na quente manhã de segunda-feira, 6 de janeiro, Sakane (que contou com
a ajuda de três amigos) cumpriu sua missão na entrada do parque... Viu que o
homem vinha com a criança ao colo e surpreendeu ao surgir bem à frente deles
para disparar três tiros certeiros... Na sequência fugiu na direção do bairro do Paraíso...
A polícia apareceu para resgatar a criança e identificar o
cadáver... O morto não era Paulo Morita, mas sim o seu cunhado, Nassaji Suzuki.
Sakane
nunca foi pego pela polícia... Conta-se que durante os anos 1960 ele foi visto
apresentando-se como Massao Koga, e sobrevivendo da venda de equipamentos de
fotografia.
(...)
O saldo que a Shindo Renmei
deixou para a História em um ano e um mês de atuação foi de 23 mortos e 147
feridos... Mais de 30 mil japoneses foram investigados e fichados por terem
alguma ligação com a associação. Quase 1500 foram acusados pelo Ministério
Público. Desses, 381 tiveram denúncias na Justiça.
Corações Sujos nomeia-os um a
um. Antes do último atentado de Sakane, o presidente Eurico Gaspar Dutra
decretou a expulsão de oitenta deles... Porém nunca chegaram a deixar o Brasil, já que os recursos em sua defesa demandaram muito tempo para análises... No natal
de 1956, quando a maioria já havia cumprido pelo menos dez anos de prisão, o
presidente Juscelino Kubitschek colocou todos em liberdade.
Leia:
Corações Sujos. Companhia das Letras.
Um
abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/03/filme-quem-quer-ser-um-milionario-jamal_27.html antes de ler esta
postagem:
A euforia da plateia e dos telespectadores era
intensa... A emoção tomava conta de todos porque o humilde Jamal, com o acerto,
estava apto para a última questão e na iminência de ganhar os 20 milhões...
Enquanto isso, no reduto de Javed, o programa televisivo também era assistido.
O mafioso reconheceu Jamal... Mandou trancafiar e vigiar Latika...
Surpreendentemente, Salim resolve que ela deve fugir e entrega-lhe a chave do
carro com o seu próprio aparelho celular...
Salim
sabe que está traindo o chefe e que não terá escapatória. Enche uma banheira
com dinheiro em cédulas e entra nela... Aguarda a chegada dos algozes... A
porta é arrombada e ele dá um tiro certeiro em Javed, que cai morto. Mas na
sequência é ele quem recebe vários tiros... Seu suspiro final evoca: “Deus é
Grande”.
Latika parou o carro e se instala em meio a uma
multidão que acompanha o programa no qual o seu amado está prestes a se tornar
um milionário. Ele pode desistir da questão final ou arriscar tudo o que já
havia ganhado... Prem Pumar deixa claro que se aceitasse o desafio final e
errasse a resposta perderia tudo.
Jamal aceita, e vai
arriscar... Por incrível que pareça, a questão decisiva a que deve responder
também marcou sua difícil existência... O enunciado informa o nome de Athos e
Phortos e solicita o nome do terceiro mosqueteiro. Jamal sorri, diz que não
sabe a resposta... Mas ele tem uma “ajuda extra”... Ele pode apelar para o Phone-a-Friend, que consiste em
solicitar a um amigo através do celular a resposta correta. Jamal informa o
número de seu irmão...
Latika havia deixado o aparelho de Salim no carro. Mas, assistindo ao
programa, parte em disparada e chega a tempo de atender a ligação...
Evidentemente emocionados, Jamal e Latika trocam suspiros... Mas é claro que
ela também não sabe a resposta. A ligação é interrompida e o moço teve de
escolher uma das alternativas apresentadas... Para um final feliz, ele escolheu
“Aramis”, a resposta correta.
(...)
Quem quer ser um milionário?
Salim queria ser um milionário... Em seus momentos finais percebeu o quanto
havia errado em muitas decisões que tomou durante a vida... Morreu numa
banheira lotada de dinheiro... O dinheiro que fazia Javed e Maman milionários era sujo, cheirava a sangue,
corrupção, sofrimento e morte.
Jamal aparece na estação de
trem... Ele acabou de se tornar um milionário, mas não está trajando roupas de um milionário... A bela Latika também
não. Os dois se abraçam e se beijam... Dançam uma coreografia para muitos... A
vida compartilhada: essa foi a maior riqueza para os dois.
Indicação (16 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/03/filme-quem-quer-ser-um-milionario-jamal_22.html antes de ler esta
postagem:
O policial que interrogava Jamal ficava
sensibilizado... Inicialmente não aceitava que o que havia acontecido no
programa de televisão fosse apenas sorte do humilde rapaz, inclusive autorizava
o uso de violência contra ele para obter confissão... Mas a narrativa do moço
era repleta de situações comoventes...
Explicando
como foi que acertou a pergunta sobre a efígie da nota de cem dólares, Jamal revelou sobre a ocasião em
que reencontrou o menino (que fazia parte do grande grupo explorado por Maman)
que foi cegado para cantar e pedir esmolas... Depois de muitos anos, o garoto
conseguiu reconhecer Jamal apalpando seu rosto... Tanto tempo sem enxergar,
cantando e recebendo dinheiro nos locais movimentados de Mumbai, deram-lhe a
habilidade de reconhecer o mundo através do tato... É ele quem recebe de
Jamal uma nota de cem dólares e mostra saber
o valor da nota pelo tato... Diz reconhecer nela a figura de Benjamin Franklin...
Então, convencido que
estava da veracidade da história de Jamal, o policial permite que ele retorne
ao programa... A segunda noite é de audiência ainda maior. Nosso protagonista
tinha certeza de que seria assistido por Latika no reduto de Javed, onde quer
que ele se situasse...
Em sua maratona de testes
em Quem quer ser um milionário?,
Jamal não dispensou as “ajudas” a que tinha direito. Por incrível que pareça o
moço seguiu com a oportunidade de conquistar a premiação de 20 milhões de
rúpias... Ele possuía duas “ajudas”
quando veio a questão sobre cricket. Definitivamente, Jamal não sabia a resposta correta... Não conhecia os nomes dos jogadores... Sua tensão aumentou ainda mais
quando o apresentador, Prem Kumar, interrompeu o programa para os intervalos
comerciais.
Ele e Jamal retiraram-se para o banheiro...
Houve
uma conversa entre os dois... E o apresentador aparentemente incentivou o
candidato, que afirmava sinceramente não saber da resposta...
A surpresa ficou por
conta de uma marca feita por Kumar no espelho para onde Jamal se dirigiria...
Ali estava gravada a letra B.
No retorno ao palco, Jamal solicita a “ajuda 50 por 50”, que eliminaria
duas das três alternativas incorretas para a resposta... Sobraram apenas as
alternativas B e D. Jamal escolheu a D... E acertou! Então, de fato, o apresentador
canastrão queria eliminá-lo do programa...
Indicação (16 anos)Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2012/03/filme-quem-quer-ser-um-milionario-o-fim.html
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/03/coracoes-sujos-de-fernando-morais_24.html antes de ler esta
postagem:
Na ocasião em que participou da execução de
Mori, Shimano saiu ferido... Seu andar capengante denunciava o episódio... Sua
recuperação foi lenta e isso, de certa forma, o isolou em relação aos rumos que a seita seguia...
Mesmo assim, mantinha sua disposição de cumprir o papel de eliminar
“derrotistas”.
Katsuo Yagui, o Napoleão,
logo soube que o confronto com os assassinos exigia uma força maior. Ele passou
a contar com a proteção de Pedro Seleiro, que exercia funções policiais.
Seleiro era um tipo bem conhecido na localidade de Braúna, e sua carreira
policial devia-se mais ao fato de o lugar carecer de um delegado titular...
Gozava da alta consideração dos japoneses makegumi,
de quem era amigo... Ele até chegou a pedir ao delegado de Araçatuba a
permissão para que Napoleão Yagui pudesse andar armado a fim de se proteger...
Não recebeu autorização, mas não pestanejou e municiou o amigo por conta
própria.
Este Seleiro era conhecido
por abusar da truculência. Houve ocasião em que, ao saber do boato de
recrutamento para ações da Shindo, invadiu residências japonesas com arma em
punho e distribuindo bofetões... Levou alguns para a cadeia, onde passaram por
sessões de intimidação e violência extremada. Também há o caso de um japonês
que mantinha o retrato do presidente Vargas com uma faca traspassando o
rosto... Sua casa foi invadida por Seleiro, que o surrou com chicote até
deixá-lo desfigurado e estirado ao chão.
Os japoneses de Braúna passaram a respeitar Napoleão Yagui ainda mais...
O respeito que demonstravam era acima do comum... Ele era constantemente visto
armado, e todos os simpatizantes da Shindo temiam uma atitude vingativa de sua
parte, então evitavam ter de passar por ele, ou ter de trocar palavras com
ele... Todos conheciam suas qualidades de faixa preta e seu rancor em relação
aos kachigumi.
No
dia 30 de setembro de 1946, Pedro Seleiro ficou sabendo da reunião clandestina
de um grande grupo tokkotai na
cidade. Ele quis reforços da polícia de Araçatuba, mas foi autorizado a
organizar a repressão, inclusive com a colaboração de japoneses makegumi. Entre os que ele arregimentou estavam Rioji
Endo (confeiteiro), Takeshi Shirikawa e Mitsuyuki Kono (lavradores). Todos eram
atiradores qualificados e chegados de Napoleão Yagui que, como sabemos, tinha
suas diferenças com os tokkotai.
Partiram para a expedição num caminhão . Passaram pelo bairro Perobal já pela manhã do dia seguinte, porém
não encontraram seus inimigos. A seguir encaminharam-se à colônia Senador, onde
encontraram uma casa que havia abrigado os tokkotai.
Ali, os moradores revelaram que eles estavam no bairro São Martinho, na casa de
Jiro Tetsuya.
A narrativa que passou como “oficial” é, mais ou
menos, a que segue: Por volta das 10 da manhã chegaram à casa, que ficava num
cafezal. Seleiro aproximou-se sozinho e ordenou que os tokkotai se retirassem, porém eles fugiram em meio aos pés de
café... Houve troca de tiros e Namide Shimano foi ferido mortalmente. Seu corpo
foi carregado para a delegacia de Glicério.
Mas foi realizado um exame
de corpo de delito por Romeu Ferraz e pelo clínico Amir Leite... O documento,
que foi destruído (garantindo, assim, que nenhuma imputação caísse sobre
Seleiro e seus amigos), atestava que Namide Shimano havia sido vítima de tortura
antes de morrer e que projéteis de diferentes armas o atingiram.
Corações Sujos relata que o filho de Seleiro atesta que o tokkotai foi morto trocando tiros com o
seu pai que, "pode ter chutado ou golpeado com o revólver a cabeça de sua
vítima". Mas é evidente que o ódio ao kachigumi
impulsionou seus algozes perseguidores...
Apenas vinte metros separam as
sepulturas de Pedro Seleiro e Shimano no cemitério de Penápolis .
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/03/coracoes-sujos-de-fernando-morais-o-fim.html
Leia:
Corações Sujos. Companhia das Letras.
Um
abraço,
Prof.Gilberto