Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold.html antes
de ler esta postagem:
Polly
pediu a Lucy que dissesse ao Mac Navalha que ele havia sido cruel com as duas e
que, além disso, as tratara de modo lamentável... Mas Lucy respondeu que não o
veria novamente. Polly mostrou-se desconfiada e insistiu que certamente os dois
ainda se encontrariam.
(...)
Veremos que, na verdade, Polly gostaria de saber do paradeiro do Navalha
e ao mesmo tempo entender se a outra era mesmo a dona do coração do bandido.
(...)
A postura de Lucy era a de
quem “sofre grande decepção”. Ela estava bem diferente daquela Lucy do encontro
na cela do Navalha e disse que Polly devia ser muito estimada pelo tipo. Por
sua vez, Polly garantiu que ele amava unicamente à Lucy.
Como quem acaba de ouvir o que o coração deseja, Lucy
respondeu que a filha dos Peachum era muito amável. Polly a tratou por “distinta
senhora” e disse que “o homem sempre tem medo da mulher que o ama demais”...
Emendou que, consequentemente, ele evita a pretendente e até a menospreza.
Disse essas coisas e confessou que logo que a vira entendeu que o Navalha
estava comprometido de um modo que jamais preveria.
Lucy não escondeu seu encantamento e perguntou se a outra falava
sério... Polly a tratou novamente por “distinta senhora”, respondeu
afirmativamente e disse que se sentia ofendida pela desconfiança.
Lucy a chamou de “querida senhorita” e admitiu que
ambas o amavam demais. Polly concordou que aquilo talvez fosse verdade. Na
sequência explicou como conheceu o Navalha e tudo o mais aconteceu.
(...)
Polly contou que viu o senhor Macheath pela primeira vez no Hotel do
Polvo. Fazia apenas dez dias! E cinco dias depois se casaram!
Para ela o caso era recente, curto e de muita agitação. Só no dia
anterior é que ficara sabendo que a polícia o estava perseguindo por conta de
vários crimes! No momento estava conversando com a outra que ele amava e não
tinha a menor ideia do que ainda estava por vir...
Mais uma vez Polly a tratou
por “distinta senhora” e confessou que, doze dias antes, nem podia “adivinhar
que seria capaz” de se “envolver com um homem”.
Depois dessas palavras,
houve breve silêncio... Então Lucy a tratou mais uma vez por “senhorita Peachum
e disse que a compreendia.
(...)
Suspiraram
e, quase que ao mesmo tempo, as duas disseram, uma à outra, “Senhora Macheath”...
Polly adiantou-se a falar que nas últimas horas vinha pensando muito a
respeito de Mac Navalha. Algo nada fácil... Confessou à outra que ficara com
inveja do modo como ele a havia tratado bem diante de seus olhos. O que podia
fazer? Restou-lhe retirar-se, mas tinha de destacar que isso aconteceu por
causa da pressão de sua mãe. Todavia tinha certeza de que ele não lamentou nem
se importou...
Polly finalizou o desabafo cogitando
que talvez o homem que disputavam tivesse uma pedra no lugar do coração... Quis
saber o que Lucy pensava a respeito.
(...)
Lucy a chamou de “querida senhorita” e respondeu que
não sabia se o Navalha era o único culpado naquela história... Disse também que
Polly jamais deveria “deixar sua classe social”...
Novamente, quase que ao mesmo tempo, as duas disseram, uma à outra, “Senhora
Macheath”... Polly suspirou e respondeu que Lucy tinha razão. Talvez devesse
fazer como seus pais e conduzir “tudo em termos comerciais”.
Sim. Lucy concordou... Sem dúvida! Então Polly pôs-se
a chorar e desabafou que o Navalha era o seu “único bem”. A outra a consolou
dizendo que desgraça como aquela sempre pode acontecer até “à mulher mais
inteligente do mundo”. Depois sentenciou que, legalmente, Polly era a esposa e
isso devia tranquilizá-la.
Lucy sensibilizou-se com a tristeza de Polly e disse que não queria
vê-la deprimida. Perguntou-lhe se poderia oferecer “uma coisinha”, algo para
comer...
Polly assentiu e, quando a outra se retirou, exclamou para si (e para o
público) “que peste!”...
(...)
Não demorou e Lucy retornou
com café e bolo.
Se estava bom? Polly a
tratou por “distinta senhora” e respondeu que não era preciso se incomodar
tanto.
Silenciaram e comeram do bolo.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_3.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto