sábado, 1 de maio de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – Lucy estava bem decepcionada e disse que não voltaria a encontrar o Mac Navalha; Polly a anima ao dizer que ela certamente era a dona dos sentimentos do bandido; narrativa sobre o breve e tumultuado caso com o senhor Macheath; o homem teria pedra em vez de coração?; Polly admite que teria deixado seu ciclo social e lamentava a estima pelo Navalha; café, bolo e sentimentos não revelados

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/05/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold.html antes de ler esta postagem:

Polly pediu a Lucy que dissesse ao Mac Navalha que ele havia sido cruel com as duas e que, além disso, as tratara de modo lamentável... Mas Lucy respondeu que não o veria novamente. Polly mostrou-se desconfiada e insistiu que certamente os dois ainda se encontrariam.
(...)
Veremos que, na verdade, Polly gostaria de saber do paradeiro do Navalha e ao mesmo tempo entender se a outra era mesmo a dona do coração do bandido.
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A postura de Lucy era a de quem “sofre grande decepção”. Ela estava bem diferente daquela Lucy do encontro na cela do Navalha e disse que Polly devia ser muito estimada pelo tipo. Por sua vez, Polly garantiu que ele amava unicamente à Lucy.
Como quem acaba de ouvir o que o coração deseja, Lucy respondeu que a filha dos Peachum era muito amável. Polly a tratou por “distinta senhora” e disse que “o homem sempre tem medo da mulher que o ama demais”... Emendou que, consequentemente, ele evita a pretendente e até a menospreza. Disse essas coisas e confessou que logo que a vira entendeu que o Navalha estava comprometido de um modo que jamais preveria.
Lucy não escondeu seu encantamento e perguntou se a outra falava sério... Polly a tratou novamente por “distinta senhora”, respondeu afirmativamente e disse que se sentia ofendida pela desconfiança.
Lucy a chamou de “querida senhorita” e admitiu que ambas o amavam demais. Polly concordou que aquilo talvez fosse verdade. Na sequência explicou como conheceu o Navalha e tudo o mais aconteceu.
(...)
Polly contou que viu o senhor Macheath pela primeira vez no Hotel do Polvo. Fazia apenas dez dias! E cinco dias depois se casaram!
Para ela o caso era recente, curto e de muita agitação. Só no dia anterior é que ficara sabendo que a polícia o estava perseguindo por conta de vários crimes! No momento estava conversando com a outra que ele amava e não tinha a menor ideia do que ainda estava por vir...
Mais uma vez Polly a tratou por “distinta senhora” e confessou que, doze dias antes, nem podia “adivinhar que seria capaz” de se “envolver com um homem”.
Depois dessas palavras, houve breve silêncio... Então Lucy a tratou mais uma vez por “senhorita Peachum e disse que a compreendia.
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Suspiraram e, quase que ao mesmo tempo, as duas disseram, uma à outra, “Senhora Macheath”...
Polly adiantou-se a falar que nas últimas horas vinha pensando muito a respeito de Mac Navalha. Algo nada fácil... Confessou à outra que ficara com inveja do modo como ele a havia tratado bem diante de seus olhos. O que podia fazer? Restou-lhe retirar-se, mas tinha de destacar que isso aconteceu por causa da pressão de sua mãe. Todavia tinha certeza de que ele não lamentou nem se importou...
Polly finalizou o desabafo cogitando que talvez o homem que disputavam tivesse uma pedra no lugar do coração... Quis saber o que Lucy pensava a respeito.
(...)
Lucy a chamou de “querida senhorita” e respondeu que não sabia se o Navalha era o único culpado naquela história... Disse também que Polly jamais deveria “deixar sua classe social”...
Novamente, quase que ao mesmo tempo, as duas disseram, uma à outra, “Senhora Macheath”... Polly suspirou e respondeu que Lucy tinha razão. Talvez devesse fazer como seus pais e conduzir “tudo em termos comerciais”.
Sim. Lucy concordou... Sem dúvida! Então Polly pôs-se a chorar e desabafou que o Navalha era o seu “único bem”. A outra a consolou dizendo que desgraça como aquela sempre pode acontecer até “à mulher mais inteligente do mundo”. Depois sentenciou que, legalmente, Polly era a esposa e isso devia tranquilizá-la.
Lucy sensibilizou-se com a tristeza de Polly e disse que não queria vê-la deprimida. Perguntou-lhe se poderia oferecer “uma coisinha”, algo para comer...
Polly assentiu e, quando a outra se retirou, exclamou para si (e para o público) “que peste!”...
(...)
Não demorou e Lucy retornou com café e bolo.
Se estava bom? Polly a tratou por “distinta senhora” e respondeu que não era preciso se incomodar tanto.
Silenciaram e comeram do bolo.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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