quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – o rei estava exausto devido aos últimos acontecimentos e também por crer que os deuses o puniam; os príncipes o “revisitam” e anunciam que pretendem se casar com a mesma princesa; admitem não serem merecedores de Psique, então ambos pretendem desposar Téssora; discussão sobre a situação desagradável; Psique é preterida e Magnetes torna-se noiva

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O rei acertou que os dois príncipes do reino vizinho poderiam realizar nova visita, pois concordaria que, além de Téssora, também Psique se casasse. Bastavam os acertos finais e isso estava sendo um tremendo alívio para o pai das moças, que já andava meio paranoico devido aos últimos acontecimentos... Ele desejava paz, já que nem conseguia mais dormir... É por isso que andava exausto.
(...)
No dia da visita, o rei estava sonolento e foi direto ao assunto (a união matrimonial das filhas) para resolver tudo do modo mais rápido... Mas aconteceu que o príncipe mais velho anunciou que havia um problema que precisavam resolver ali mesmo. É que ele e o primo pretendiam se casar com a mesma princesa.
O rei indignou-se evidenciando que aquilo era uma afronta aos costumes do povo... Téssora, que antevia passar por mais uma decepção, fez questão de destacar que aquela situação era imoral. A rainha nem tinha palavras para expressar o seu sentimento de horror... Então os moços entraram em detalhes a respeito de seus sentimentos...
Foi o mais moço quem iniciou dizendo que desde que vira Psique sentira profunda admiração por ela... Seu primo falou mais ou menos a mesma coisa.
Via-se que era com acanhamento que se pronunciavam daquela forma.
Psique enrubesceu no mesmo instante. Téssora enchia-se de rancor.
(...)
Mas de repente o mais velho dos rapazes concluiu que não era digno da beleza estonteante da caçula, e é por isso que preferia se casar com Téssora... A malvada filha do rei pulou de sua cadeira, e mais admirada tornou-se ao ouvir que o mais jovem dos príncipes também pretendia se casar com ela... Este argumentou que perderia o juízo se, depois de se casar com Psique, provocasse alguma angústia a ela.
É claro que Téssora não cabia em si de tanta alegria. Psique, de sua parte, tornou-se arrasada.
A rainha explicou que não havia a menor possibilidade de uma de suas filhas se casar com dois homens... Téssora mudou completamente sua opinião anterior e arguiu que o juízo da mãe era moralista demais, pois, como havia o costume de admitirem inúmeros deuses, não haveria mal algum em uma mulher “possuir mais que um marido”.
Evidentemente a rainha chamou-lhe a atenção e pediu que não envergonhasse a todos com suas sentenças irrefletidas.
O mais novo dos príncipes respondeu que entendia as preocupações da rainha, e é por isso que resolvia naquele mesmo momento abrir mão da disputa com o primo e pedir a mão de Magnetes.
(...)
Mas que mudança!
As duas pretendidas se saudaram ao mesmo tempo em que a rainha advertia o rapaz sobre sua deselegância ao “tratar uma dama como segunda opção”... Magnetes querendo mostrar que a observação da mãe era sem importância, e também que possuía raciocínio apurado, disse que não era segunda opção, mas sim a terceira...
(...)
Acertaram que os dois príncipes passariam a noite no castelo e que no dia seguinte levariam as duas noivas para sua nova morada no reino vizinho, onde os casamentos se realizariam...
Psique estava arrasada emocionalmente... Téssora desdenhou de sua condição e disse-lhe que poderia retornar aos estudos para se tornar uma sacerdotisa. A rainha quis saber de sua caçula o que ela havia feito para provocar o afastamento dos pretendentes...
É claro que a moça não sabia responder as motivações que os levaram a mudar suas intenções.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Eros se entristece profundamente ao despejar o feitiço no rosto de Psique; a princesa desperta assustada e a divindade alada se fere com a própria flecha; os dramas do rei aumentaram muito e ele decidiu ceder Psique em casamento

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Eros desceu ao mundo dos mortais. Veio para cumprir a tarefa estabelecida por Afrodite, para quem a beleza de Psique era uma afronta. Mas Eros não se conformava... Sabia que a mãe sempre fora boa para com os mortais e nunca manifestara tanta inveja como em relação à jovem princesa.
O seu drama naquele instante era cumprir uma tarefa que em síntese primava por ser totalmente contrária às suas convicções e identidade de “deus do Amor, ícone do desejo e do prazer”... Mas sabia que não podia falhar sob pena de sofrer severa punição.
Ele contemplou as feições de Psique de modo apaixonado mais uma vez antes de se fazer algoz... Notava que esteticamente a princesa se assemelhava a uma “estátua esculpida por um artista apaixonado”. Chegou mesmo a proferir que sentia profunda dor por cometer aquela injustiça e que preferia morrer a ter de derramar-lhe o feitiço... Mas o senso de dever foi maior e despejou a gota amarga no rosto da donzela...
Por um breve instante Psique tornou-se esverdeada... Aquela transformação foi pesarosa para Eros, que deitou a cabeça no colo da sentenciada e chorou. Ele trazia escondido um frasco contendo água doce e, na tentativa de atenuar ou diminuir os efeitos cruéis do feitiço, decidiu “ministrar” uma gota...
Mas aconteceu que no momento em que ia fazer isso, a moça despertou e se assustou. O resultado foi que toda a água doce que trazia caiu sobre o seu rosto... O susto levou Eros a se ferir acidentalmente com a ponta de uma das flechas que trazia costumeiramente.
Sem conseguir tornar-se invisível novamente, a divindade procurou se retirar o mais rápido que podia, porém o máximo que conseguiu foi colocar-se num ponto escuro do quarto. Psique conseguiu notar que havia um estranho no aposento e gritou por socorro. Só então Eros percebeu-se ferido pela própria flecha e ficou apavorado... A princesa exigiu que ele se revelasse, mas Eros garantiu que não podia fazer isso, confessou-se apaixonado por ela, que doravante não poderia mais deixar de pensar nela e prometeu que tornaria a vê-la.
Depois voou pela janela...
(...)
Os gritos de Psique acordaram o pai, que se dirigiu até ela munido de um punhal. Ele perguntou o que havia ocorrido e ela respondeu que um homem havia entrado pela janela... O rei, que mal conseguia dormir devido às suas preocupações com o futuro da família e o destino do país, ficou abalado. Porém não pôde deixar de destacar que uma invasão ali era impossível, pois o castelo estava totalmente resguardado por vigias de sua guarda armada... A menos que o intruso fosse uma divindade... Então Psique revelou que viu que um vulto saiu voando pela janela... O rei quis fazê-la entender que ela teria se assustado com algum sonho ruim, apenas isso.
(...)
Psique só se tranquilizou e dormiu com a garantia de que o pai permaneceria velando o seu sono... De sua parte, o rei estava mesmo preocupado com o episódio. Via que se tornava cada vez mais difícil cumprir a promessa que fizera aos deuses... Um apaixonado anônimo invadindo o quarto de Psique! Aquilo não poderia terminar bem.
É claro que o rei colocaria tropas no encalço de qualquer suspeito de tamanha ousadia... O assunto seria muito comentado e desgastaria a imagem da família... Talvez tivesse de pensar na possibilidade de casar Psique “com alguém forte o bastante para protegê-la”.
(...)
Um mês se passou e não houve uma noite sequer sem que a princesa reclamasse a presença do pai para que pudesse dormir... Então o rei enviou uma mensagem ao reino vizinho para anunciar que aceitava ceder a mão de Psique ao príncipe mais velho e, além disso, concedia que Téssora se casasse com o mais novo.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Afrodite irrita-se ao saber do devotamento dispensado a Psique; a deusa incube Eros de gotejar água da fonte amarga no rosto da princesa para amaldiçoa-la; a divindade do Amor desce até o aposento de Psique, contempla a sua beleza e lamenta a crueldade da punição imposta

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Afrodite estava incomodada com o fato de os templos a ela destinados estarem vazios... Eros disse a ela que todos a veneravam, mas emendou que entre os mortais havia Psique, uma princesa que maravilhava as pessoas com a sua beleza... Os homens se encantavam de tal forma com ela que se atiravam submissos aos seus pés.
O relato de Eros foi finalizado por um suspiro... Ele notou que a mãe o observava e ouvia atentamente enquanto finalizava suas conclusões.
(...)
O jovem e belo deus alado explicou que até então ninguém conhecera a beleza estonteante de Psique porque ela permanecera confinada no palácio... Mas, acrescentou, uma incursão para além dos muros permitiu que o povo a conhecesse e passasse a admirar os seus dotes... Sabia-se que a consideravam uma semideusa e que até altar em sua honra já havia sido erguido.
A vaidosa Afrodite não conseguiu ouvir aquelas revelações sem uma ponta de revolta e quis saber mais a respeito do altar destinado a Psique. Eros esclareceu que os idólatras para lá afluíam e depositavam muitas oferendas.
Essa última informação foi a gota d’água para que Afrodite explodisse toda a sua indignação... Não era possível que uma reles mortal a afrontasse. E justo a ela, que havia recebido a Palma da Beleza, honraria divina “que nem mesmo Hera, a mulher de Zeus” obtivera.
A situação era demais vexatória para a deusa, que decidiu “dar um motivo” para que Psique se arrependesse por tão ousada afronta...
Eros demonstrou preocupação com a agitação de Afrodite. Deu sua opinião sentenciando que retirar a beleza da mortal seria algo injusto... Mas não era essa a intenção da deusa. Para ela, a melhor punição consistia em “tirar o efeito que a beleza de Psique causava nos homens”... Para tanto, contava com os préstimos de Eros que certamente concretizaria a sua vingança.
O deus do Amor não demonstrou grande entusiasmo, mas Afrodite explicou que o banquete com os deuses a impediria de ela mesma “dar a merecida lição” à mortal... Então ela explicou ao filho que em seu jardim havia duas fontes (uma com água doce e outra com água amarga). Bastava ele coletar um pouco da água amarga num frasco e visitar Psique em pleno sono para pingar algumas gotas do líquido enfeitiçado em seu rosto. Isso seria suficiente para que instantaneamente ela perdesse o seu encanto...
Eros entendeu que aquele castigo faria com que ninguém mais se interessasse por Psique. Acostumado a espalhar sentimentos apaixonados e a enamorar os casais, quis saber de Afrodite se a princesa nunca conseguiria se casar... A deusa da Beleza respondeu que isso tinha a ver com a “segunda parte de seu plano” de vingança.
Ela exigiu rapidez na execução de seu projeto contra a mortal. Garantiu ao filho que estava ficando irritada e que isso não era bom para ela, pois a irritação produzia rugas em seu belo rosto.
(...)
Eros abriu suas asas e sobrevoou o reino onde Psique vivia... O momento era ideal, já que os que viviam no castelo dormiam profundamente. Mesmo assim, fez-se invisível aos olhos humanos, então pôde descer aos aposentos de Psique sem que nenhum inconveniente fosse provocado. Tornou-se materializado e aproximou-se do leito da princesa... Então pôde ver o quanto ela era bela de fato. Lamentou profundamente ter sido encarregado de concretizar a crueldade estabelecida por sua divina mãe...
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – nova discussão entre o rei e a rainha; Téssora jura vingar-se de Psique; Em seu palácio no Olimpo, Afrodite nota que os mortais já não lhe rendem homenagens; Eros e as revelações lisonjeiras sobre a princesa Psique

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Como podemos notar, foi o sentimento nutrido pela inveja que levou Téssora a tramar o atentado contra a própria irmã caçula... Mas vimos que o resultado não foi o que ela esperava, pois não só Psique estava viva, como era adorada pelo povo que estava vislumbrado com sua beleza...
O retorno da princesa ao castelo foi marcado pela euforia coletiva... Téssora sentiu o seu ódio aumentar, esquivou-se de qualquer responsabilidade na saída de Psique para longe dos muros e deu a entender que a menina tramara sozinha a incursão... Mais uma vez ela intimidou Magnetes, que teve de participar da mentira junto ao pai.
(...)
Ao que tudo indica as duas conseguiram se safar da indignação do rei... Este, por sua vez, era só lamentação ao se perguntar por que aquilo tinha de ocorrer com a sua família... A rainha se recusou a partilhar daquela preocupação. Para ela, em vez disso, ele deveria se alegrar pelo retorno de Psique...
Em sua limitação, o rei achava que deveria punir a menina com chicotadas... Desesperado, disse que a culpa era da esposa. Ele entendia que, devido ao descuido da rainha, era tarde demais para que a situação fosse remediada.
É claro que o juízo do rei deixou a esposa desconsolada. Enquanto ela se retirava a um canto do jardim para derramar suas lágrimas, Magnetes e Téssora confabulavam a respeito do retorno de Psique... Afinal, o que dera errado?
Para Téssora, os dois tipos que havia contatado eram estúpidos e a traíram... Magnetes disparou que outra possibilidade era o fato de Psique ser mesmo muito inteligente e suficientemente esperta para se virar sozinha “fora dos muros do palácio”... Essas palavras irritaram Téssora que prometeu a si mesma que a caçula não perdia por esperar, pois ela se vingaria.
(...)
Não é por acaso que os episódios de encantamento provocados pela estonteante beleza de Psique são alinhavados na história narrada por Roriz. Veremos que as exageradas manifestações populares justificarão a ira divina que se abaterá contra a princesa... Assim, além do desejo de vingança de Téssora, Psique sofreria os ataques de Afrodite, a deusa da Beleza.
(...)
Aconteceu que o tempo passou e Afrodite notou que os templos a ela dedicados já não eram frequentados nem mesmo para as habituais oferendas... Em seu palácio no Monte Olimpo refletia sem entender o que estava ocorrendo. Então perguntou a Eros (seu filho, deus do Amor, conhecido por disparar as flechas que levavam as pessoas a se apaixonarem) se os mortais haviam perdido o encantamento por ela.
Eros respondeu que não havia a menor possibilidade de isso ocorrer, pois conhecia o coração dos mortais e sabia que todos a amavam... Garantiu ainda que a mãe era dotada de beleza única, não havendo nenhuma mulher no mundo que pudesse ser comparada a ela.
Foi o próprio Eros, porém, quem revelou à mãe que havia uma princesa que estava abalando corações. Ele destacou que Psique era muito bela e que os homens atiravam-se a seus pés logo que a viam... Eles se transformavam em seus “servos encantados”... Afrodite quis saber mais a respeito daquela que poderia ser uma “rival mortal”. Então Eros emendou que “sim”, Psique era dotada de beleza diferenciada...
É claro que é Roriz que nos apresenta o deus do Amor explicando a Afrodite que “os olhos, a boca, tudo nela é como uma paisagem ao longe, delineada por Gaia após o Caos. A voz é como o som de um rio, e seu corpo é capaz de fazer Cronos, o deus do Tempo, parar por uma eternidade o determinismo a que os homens estão fadados só para poder percebê-la melhor”.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

sábado, 21 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Psique quis passear pela feira livre a fim de experimentar frutas; um vendedor passou mal ao contemplá-la e ser beijado por ela; as pessoas imaginaram que Psique era uma deusa e aglomeraram-se ao seu redor; confusão com as tropas do palácio; uma princesa carregada pelos braços do povo; enquanto o portão principal era derrubado, a família real assistia a tudo sem entender; Téssora mente mais uma vez

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Na praça principal, onde a feira estava montada, Psique saiu em disparada em meio às barracas... Chegou a uma onde estavam dispostas maçãs e perguntou se podia experimentar uma delas. Distraidamente, o feirante respondeu que bastava pagar “uma moeda”. A moça estranhou a troca e disse ao homem que não possuía dinheiro.
O feirante achou que ela só podia estar brincando. Estava pronto para disparar impropérios contra aquilo que julgou tratar-se de um abuso, quando se deparou com a beleza de Psique. No mesmo instante, seu estado de espírito foi de tal modo alterado que ele disse que a moça poderia levar toda a sua barraca de frutas sem nada pagar-lhe, se esse fosse o seu desejo. A princesa pegou uma das frutas, retribuiu a gentileza com um beijo no rosto do feirante, agradeceu e foi se retirando...
O velho negociante de maçãs ficou tão emocionado que corou e perdeu os sentidos. Ao notar a delicada situação, Psique pediu que a ajudassem a socorrê-lo. É claro que o seu alerta fez com que mais pessoas a notassem. E logo todos começaram a admirá-la... Um menino gritou que uma deusa estava entre eles... Alguém disse que se tratava da própria Afrodite... Comentaram que não podia ser, pois Afrodite era mais velha, assim a jovem só podia ser uma semideusa...
Todos os que se aproximavam de Psique queriam tocar-lhe os cabelos e vestes... A princesa ficou encurralada e não conseguia pedir socorro, pois de repente viu-se cercada por uma multidão... Maior confusão ocorreu quando tropas do castelo (enviadas pelo rei para procurá-la) notaram o alvoroço e quiseram dispersar o apinhado de gente. Os populares entenderam que a bela moça sofria uma ameaça e quiseram partir para cima dos soldados.
A essa altura suas vestes estavam rasgadas... Psique gritou o mais que pôde pedindo que parassem com a confusão... No mesmo instante as agressões cessaram e todos silenciaram. Ela pediu que a levassem para casa.
É claro que teria dificuldades para prosseguir sozinha. Mas aconteceu que, em vez de abrir passagem, a multidão a ergueu e a conduziu até os portões do castelo... Psique ficou assustada porque ela foi passando por cima das pessoas... E todos fizeram questão de colaborar com a sua travessia... Então “Psique flutuou sobre suas cabeças até adentrar os jardins da enorme residência”...
Eram tantas as pessoas que o portão principal não suportou a pressão e acabou derrubado... A essa altura, a família real se encontrava chocada ao ver que a caçula chegava carregada pelo povo “como se fosse a maior de todas as heroínas”. Levaram-na até a rainha, que estava em prantos... O rei se dirigiu ao povo e, para dispersá-lo, agradeceu, disse que estava tudo bem e que todos podiam retornar aos seus afazeres.
Aconteceu que as pessoas permaneceram como que paralisadas a contemplar Psique. Ela estava abraçada à mãe e quando se virou todos se ajoelharam... Téssora e Magnetes estavam visivelmente decepcionadas e não conseguiam crer no que assistiam. Então Psique pediu que o povo se retirasse... Fez isso sem precisar gritar... Foi impressionante notar o seu pedido se realizando.
(...)
Logo que as dependências do castelo ficaram livres da massa, o rei quis saber de Psique o que havia ocorrido, mas a rainha interveio dizendo que ela precisava de repouso... O rei desconfiava de suas outras duas filhas, que diziam nada saber... Téssora acrescentou que ouvira Psique falar que “queria tomar sol na praia” durante aquela manhã... Magnetes teve de confirmar a mentira que a mais velha improvisou...
O perplexo rei espantou-se ao lembrar-se da distância entre o castelo e a praia.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Téssora planejou um atentado à vida de Psique; a jovem foi transportada por dois tipos para um despenhadeiro banhado pelo mar; no instante mesmo em que estavam para atirá-la, contemplaram a sua beleza e ficaram maravilhados; submeteram-se às vontades de Psique, que queria apenas tomar um pouco de sol e retornar ao castelo

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Então ficamos sabendo que Téssora colocou em prática um plano para prejudicar a sua irmã caçula... Psique foi entregue a dois tipos que a colocaram numa carruagem... E foi só nesse momento que a princesa percebeu que não seria acompanhada pelas duas irmãs. Mesmo assim, ela estava convicta de que Téssora e Magnetes estavam se esforçando para que ela pudesse passar um tempo agradável nas proximidades do mar.
É claro que reconhecer-se sozinha numa carruagem com estranhos deixou-a muito assustada... Seu tormento seria ainda maior se ela percebesse Téssora entregando duas moedas de ouro aos homens enquanto recomendava que fizessem “o serviço conforme havia combinado”.
(...)
É bom que se saiba que Magnetes não conhecia aquela parte do plano da irmã mais velha. Apavorada ao ver a caçula sozinha na carruagem, pediu-lhe que fizesse alguma coisa... Quis saber o que estava acontecendo ao mesmo tempo em que disparava que não haviam combinado nada daquilo... Mas Téssora a intimidou respondendo que “sim”, era exatamente o que tinham acertado... E acrescentou que ela não podia sentir pena da outra porque isso só serviria para estragar o plano... Garantiu que, sendo Psique a mais inteligente, se comportaria muito bem longe dos muros do palácio...
Téssora sentia-se triunfante... Soltava gargalhadas... Por outro lado, foi com preocupação que Magnetes viu a carruagem se distanciar... Assustada, seguiu para perto da irmã mais velha para acompanhá-la no retorno ao palácio.
(...)
Psique estava muito assustada... Não conseguia entender o que fazia naquela carruagem e nem tinha condição de imaginar o seu destino... Pensou na família...
Conforme o dia clareava, o calor ia se tornando mais intenso... Por uma pequena fresta conseguiu observar que, de fato, iam em direção ao mar. Sua sensação passou a ser de muito medo.
De repente a carruagem estacionou. Os dois tipos a retiraram e um deles carregou-a sobre os ombros... Estavam numa grande elevação bem acima do mar. Dali só se via grandes rochas. Psique foi colocada na extremidade de modo que ela pôde observar a violência das águas contra os rochedos... A menina jamais “vira tanta água reunida em um só lugar”... Como o calor aumentava, retirou a capa que lhe cobria a cabeça.
Não fica difícil entender que o plano era lançá-la em direção a uma morte certa... Mas aconteceu que, ao contemplarem a beleza de Psique, os tipos ajoelharam-se admirados... Arrependidos, disseram que não podiam fazer-lhe mal, pois viam que a princesa era mais bonita do que Afrodite... Psique ficou sem entender o que estava acontecendo com os dois. Perguntou-lhes por que lhe fariam mal se fizeram o favor de transportá-la...
Os homens beijaram suas mãos ao mesmo tempo em que lhe diziam que eram os seus escravos dispostos a realizar todo e qualquer desejo seu. A princesa respondeu que desejava apenas tomar sol... E foi isso o que finalmente ocorreu.
Podemos imaginar uma cena bem estranha: Psique aproveita ao seu modo os raios solares enquanto é observada pelos dois, que permaneceram ajoelhados por todo tempo.
(...)
Psique resolveu que queria retornar ao palácio, porém manifestou que gostaria de passar pelo mercado popular para experimentar algumas frutas... Os homens fizeram exatamente como ela pediu.
De fato, a jovem princesa estava se sentindo muito bem graças ao “passeio” ao despenhadeiro.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Téssora e Magnetes ouviram a discussão entre pai e mãe; ficaram sabendo do radicalismo do rei em relação ao seu compromisso de manter Psique isolada da vida mundana; as duas seguiram para o quarto da caçula e a convenceram a dar uma escapada do castelo no início do dia seguinte

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A discussão entre o rei e a rainha foi ouvida por Magnetes e Téssora, que permaneceram escondidas atrás da porta... Depois elas seguiram para o quarto de Psique. A caçula pediu que elas se retirassem porque não queria mais confusões... Foi Magnetes quem tratou de lembrar a comparação que o príncipe fez... Para ele, Psique era mais linda do que Afrodite!
Era o despeito que levava as duas irmãs até o quarto da caçula... Elas manifestaram indignação em relação ao comportamento dos príncipes, tipos “mal encarados e grosseiros”... Téssora disse que era bem provável que quisessem se casar com Psique... Magnetes completou esclarecendo que ela poderia “desistir deles a qualquer momento”.
Psique perguntou-lhes se achavam que os dois haviam se apaixonado por ela... Téssora respondeu que isso era evidente, mas ressaltou que Psique precisava tomar sol para se bronzear um pouco. Disse que Psique estava pálida e “sem cor”, mas esclareceu que aquilo poderia ser resolvido com um passeio fora do palácio... Então sugeriu que uma caminhada pela praia lhe faria bem...
(...)
O autor elaborou este episódio para destacar a inveja e maldade das irmãs mais velhas de Psique, notadamente de Téssora...
(...)
É claro que a caçula nunca saíra do palácio... Magnetes chamou Téssora a um canto e lembrou-lhe as advertências do pai, que não aceitaria que Psique fosse vista por homens, e que, caso isso ocorresse, a menina sofreria castigos físicos.
Mas era exatamente isso que a invejosa Téssora desejava... Magnetes percebeu que o plano da outra era perfeito, então tomou parte da conversa ao confirmar que saíam “diariamente para tomar sol além dos limites do palácio”...
Psique quis saber se o bronzeamento atrairia a atenção dos príncipes... As irmãs disseram que uma “corzinha” não lhe faria mal, além de torná-la ainda mais atraente.
Mas a ingênua Psique era também obediente às recomendações do pai... Ela simplesmente não entendia por que não podiam tomar sol nas dependências do palácio... Téssora conteve a irritação que sentiu nesse momento e respondeu que não era a mesma coisa...
Depois, sem possibilitar novas trocas de argumentos e perguntas, a mais velha disse que na manhã seguinte a pegariam bem cedo para levá-la secretamente a “um lugar encantador”.
É claro que a consciência de Psique queria lembrá-las das proibições impostas pelo pai... Mas Téssora antecipou que ele nada sabia de suas incursões com Magnetes...
Por dentro Psique passou a desejar tomar sol perto do mar, apesar de ao mesmo tempo temer afrontar a autoridade do pai... Mesmo assim acreditou nas irmãs, desejou que os deuses lhes dessem bons sonos e agradeceu pelos conselhos...
As malvadas disseram que não precisava agradecer, pois só faziam aquilo porque pensavam no bem dela.
(...)
Magnetes e Téssora providenciaram uma capa preta e fizeram Psique vesti-la... Deixaram o palácio escondidas pela escuridão da manhã que estava para começar... Não foi difícil passar pelos sonolentos soldados que guardavam a entrada... O coração de Psique disparou... Tudo era novidade para ela...
O cheiro de frutas frescas de uma feira e dos ares de fora do castelo chamava-lhe a atenção...
Chegaram até uma carruagem de onde saíram dois tipos fortes. Então Téssora disse que eles a acompanhariam.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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