quinta-feira, 15 de abril de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – ainda o texto da peça – Mac Navalha ouviu a discussão exposta pelo “Dueto do Ciúme”, deu razão à Lucy, a quem chamou de querida e disse-lhe para ficar tranquila; o bandido deu a entender que Polly queria apenas azucriná-lo com aquele “truque” e a conversa de casamento; novas agressões e a moça fica sabendo que Lucy estava grávida do Navalha; chega a Senhora Peachum, impõe nova humilhação à filha e exige que ela retorne para casa


Mac ouviu a discussão das duas (o “Dueto do Ciúme”), então pediu à Lucy, a quem chamou de querida, que ficasse tranquila. Explicou-lhe que tudo não passava de um truque de Polly que, na verdade, pretendia separá-los... Já era certo que seria enforcado, então quis dizer que a moça “adoraria desfilar por aí como minha viúva”. Depois, dirigindo-se à filha dos Peachum, a advertiu dizendo que o momento não era adequado para aquele tipo de encenação.
Polly se espantou com as palavras do Navalha... Então ele tinha coragem de renegá-la? Ele a respondeu com outra pergunta, querendo saber se ela tinha mesmo coragem de azucriná-lo com “este papo de que estou casado”... Tinha de piorar ainda mais a sua desgraça? Era isso mesmo? Balançou a cabeça mostrando que reprovava a sua atitude.
(...)
Lucy aproveitou que Mackie esbravejou com sua adversária e também revolveu chamar-lhe a atenção... Disse que, com sua atitude, Polly estava se expondo excessivamente, além de aborrecer o “cavalheiro”!
Polly nem podia crer no que estava ouvindo... Dirigiu-se à sua desafeta e disse que ela faltava com a educação. Emendou que a “prezada senhorita” deveria aprender que “na presença de sua esposa, um homem deve ser tratado com um pouco mais de discrição”.
O Navalha a interrompeu dizendo que ela estava “indo longe demais”... Lucy completou o que o outro iniciou e alertou a “prezada dama” que, se ela criasse caso, seria obrigada a “chamar o guarda para que ele lhe mostre onde fica a porta” para que conduzisse a “senhorita” para fora.
Polly a corrigiu, pois exigia ser tratada por “senhora”. Exclamou por três vezes e provocou Lucy ao dizer que os ares que ela adotava caíam-lhe muito mal. Por fim deixou claro que, enquanto esposa legítima, seu lugar era ali mesmo junto ao Mac Navalha.
Lucy ainda mais se irritou... De modo algum podia aceitar aquela provocação. Não quer ir embora mesmo tendo sido expulsa por ela e pelo Navalha! O que é isso? Será que teria de falar mais claro?
Polly sentiu-se ofendida e partiu para o ataque... Gritou que a outra devia “fechar a latrina”... Chamou-a de trapo e ameaçou encher sua cara de sopapos” caso não se calasse. Lucy exigiu que Polly se retirasse. Chamou-a de lambisgoia e, aos gritos, sentenciou que não tinha como tratá-la na base da delicadeza.
(...)
Os ataques de Lucy foram incisivos e notamos que Polly não estava preparada para tanta agressividade. Disse que podia notar a “delicadeza” da outra e que sua dignidade não permitia rebaixar-se a tanto... Visivelmente abalada, chorou.
O pior para ela estava por vir... Lucy chamou-a de vagabunda e pediu-lhe que observasse bem sua barriga. Será que não notava que estava grávida? Será que imaginava que aquilo era “obra do espírito Santo”?
Polly espantou-se ao mesmo tempo em que tirava suas conclusões a respeito da agressividade da outra... “Está prenha!” E tinha coragem de se gabar? Ironizou que a “moça fina” não devia ter permitido o abuso...
O caso é que Polly reconhecia que havia sido iludida pelo Navalha, um aproveitador de mulheres que havia engravidado aquela que estava diante dela e lhe agredindo com terríveis ofensas. Profundamente desanimada, chorou...
O bandido quis se manifestar, mas entre lágrimas ela respondeu que era demais. Aquilo não podia ter acontecido. Como ainda confiar nele? Já não sabia o que podia fazer.
(...)
O drama de Polly ainda mais cresceu quando sua mãe chegou. E ela já apareceu dando broncas e garantindo que tinha certeza de que ela estava junto ao patife... Exigiu que viesse para o seu lado e vociferou que quando o bandido fosse enforcado ela poderia “se enforcar junto”. Será que não percebia a desagradável situação que ela fazia a “venerável mãe” passar?
Dona Célia insistiu que estava ali para retirar a filha, mas não pôde deixar de notar que o Navalha tinha logo duas lhe fazendo companhia. Um “Nero”!
Polly pediu à mãe que a deixasse, pois ela não sabia de nada... Mas a Senhora Peachum não permitiu que ela continuasse sua lamentação e exigiu que se juntasse a ela no caminho para casa...
Lucy aproveitou mais essa oportunidade de oprimir a adversária e mostrou-lhe que “sua mamãe tem que lhe dizer como se comportar”.
Polly parecia vacilar, a Dona Célia exigiu que se retirasse rapidamente... A moça respondeu que iria, mas precisava dizer mais uma coisa ao Mackie Navalha... Algo muito importante... Mas aconteceu que sua hesitação a impediu de se manifestar de uma vez. Também por isso sua mãe a esbofeteou, gritou que aquele corretivo também era importante e a arrastou para fora.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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