Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/04/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_8.html antes
de ler esta postagem:
Na
cena seguinte vemos as celas da prisão...
O policial Smith estava fazendo as vezes de agente penitenciário,
cuidando do local. Ele recepcionou o chefe Brown, que desceu os degraus que
davam acesso ao local visivelmente preocupado.
(...)
Smith apontou para uma
direção indicando a cela que estava ocupada por Mac Navalha e disse que se o
chefe de polícia quisesse vê-lo teria de encaminhar-se para lá. Brown negou que
quisesse ir à cela do outro e, sem parar de esfregar as mãos nervosamente,
disse ao guarda que, pelo amor de Deus, “resolva sozinho, por favor”. Antes de
retirar-se, orientou o agente a dar alguma refeição para que o preso pudesse se
alimentar. Ressaltou que devia entregar uma “refeição decente”... E vinho.
Smith já se dirigia para a cela e de repente parou...
Voltou-se para Brown e quis saber se devia providenciar cigarros também. É
claro! Mas o chefe lembrou-se que o Navalha tinha preferência por charutos,
então pegou dois de sua própria carteira e os deu para que fossem entregues ao
prisioneiro. O policial entendeu que ele não teria tempo de “fumar muitos
mais”...
Essas últimas palavras ainda mais abalaram o chefe Brown.
(...)
Numa das celas estava um tipo a arrastar as correntes
presas às algemas nas mãos e em suas pernas. Preocupado, o prisioneiro estava
andando de um lado para outro em seu cubículo... A cela em frente à sua era
ocupada pelo Navalha, que estava deitado, devidamente acomodado e cochilando.
Smith posicionou-se diante das grades e cumprimentou-o. Mac foi logo querendo
saber se Brown havia lhe trazido alguma novidade, então o tira respondeu que o
chefe estava muito perturbado.
Não era para menos... A festa da coroação estava se aproximando. Foi
isso o que Smith explicou, mas, ironicamente, o Navalha quis saber se não lhe
conseguiam “algemas mais pesadas”. Aquelas estavam muito desconfortáveis! O
agente penitenciário foi logo dizendo que tinham “algemas de vários preços”,
era só uma questão de saber quanto o detento estava disposto a gastar.
O Navalha quis saber qual
era o preço de “nenhuma algema”... Smith não pestanejou e respondeu que eram
$50. No mesmo instante o outro passou-lhe as notas pelos vãos da cela e por
isso recebeu um agradecimento, “Obrigado, Capitão”. Na sequência começou a
retirar-lhe as algemas.
Smith perguntou-lhe o que
gostaria de comer... O detento perguntou o que havia na cantina. Mas não se
tratava disso! O tira deixou claro que estava oferecendo algo de restaurante,
de fora da cadeia. Era só dizer que ele providenciaria. O Navalha entendeu que
lhe ofereciam o “último jantar” a que tinha direito.
(...)
Agente
penitenciário e detento conversavam distraidamente quando foram surpreendidos
por tiros disparados na área externa. Alguém estava sendo executado? O Navalha
segurou com firmeza as grades e arregalou os olhos. Smith o sossegou garantindo
que aquilo era “para outro”, não para ele. Era bom que sossegasse. O que queria
jantar?
Smith o servia com esmero... Enquanto não obtinha resposta sobre o
“pedido”, entregou-lhe um dos charutos dados por Brown. Era só avisar... Todos
“sempre ficaram satisfeitos” com seus préstimos! Disse mais essa e se retirou.
Desvencilhado das algemas,
charuto à boca, o Navalha decidiu verificar com atenção as grades de sua cela.
A tela tornou-se escura e a ação seguinte se passa no
escritório de J.J. Peachum.
(...)
Ali a movimentação era das mais intensas...
Peachum observava com atenção os seus agregados. Temos
a impressão de que todos haviam se reunido após uma convocação urgente. Mas por
quê?
Assistimos à organização do grande protesto, a “grande marcha” de
maltrapilhos que deveria causar muita confusão à cidade durante as comemorações
da coroação da rainha. Peachum resolveu mesmo provocar o tumulto como desforra
ao chefe Brown.
(...)
Os mendigos estavam “bem ornamentados” e portavam cartazes de protesto.
Um deles trazia os dizeres “não ignorem a miséria!” Os assistentes estavam em
polvorosa, pois além de terem de organizar o pessoal deviam dar conta de
atender ao telefone e transmitir orientações.
O “grupo 3” já estava
devidamente pronto... Então podia partir. Logo vários deles se retiraram
organizadamente. Célia Peachum desceu para ajudar... Filch havia recebido uma
incumbência importante, pois o vemos atendendo chamadas e passando informações
ao patrão... “O décimo distrito está pronto!”
O “rei dos mendigos”
preenchia um grande mapa ao mesmo tempo em que sentenciava que o pessoal do 10º
se uniria ao 4º distrito na Nelson’s Columm, às oito...
Haveria agitações da gente miserável nas ruas, e
elas não seriam poucas nem pacíficas.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/04/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_11.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto