Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/04/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_80.html antes
de ler esta postagem:
Polly
foi arrastada pela mãe para fora do pavilhão onde Mac Navalha estava
encarcerado... Uma cena triste. Mas ele e Lucy não esconderam seu regozijo. Ele
disse que ela “esteve maravilhosa”... Depois se referiu a Polly como vadia e
salientou que, por pena dela, não a tratou como merecia.
Ele quis saber se Lucy chegou a pensar que o que Polly havia dito (sobre
terem se casado) era verdade... Ela o chamou de “amorzão” e confirmou que sim,
chegou mesmo a pensar que ele teria cometido o disparate de se casar às
escondidas com a filha dos Peachum. O Navalha observou que, se fosse verdade, a
Dona Célia jamais o teria metido naquela enrascada... Chamou a atenção de Lucy
para o modo como ela o havia tratado... Certamente não como um genro, mas como
“sedutor”.
Lucy mostrou-se feliz e
disse que gostava de ouvi-lo falar do fundo do coração... O que poderia
dizer-lhe? O amava e preferia vê-lo na forca a vê-lo nos braços de outra
qualquer... O bandido respondeu que sua vida estava nas mãos dela.
A filha de Brown (é bom que não nos esqueçamos) gostou
de mais essa manifestação do amado e pediu-lhe que repetisse... O descarado
assim o fez e ela pediu-lhe que a deixasse fugir com ele.
O Navalha saiu-se com uma desculpa e disse que, se fugissem juntos,
teriam dificuldades para se esconder... Mas prometeu que logo que a caçada
terminasse a mandaria buscar.
Lucy ficou satisfeita com tudo o que conversaram...
Por fim quis saber se podia fazer algo para ajudá-lo no momento. O Navalha
pediu a ela que lhe trouxesse seu chapéu e sua bengala.
Ela cumpriu conforme a orientação e atirou os objetos para dentro da
cela... Como agradecimento, ele manifestou que “o fruto do amor” que ela gerava
sob o coração os uniria “por toda a eternidade”.
(...)
Lucy se retirou...
O policial Smith apareceu e
entrou na cela. Pediu ao Navalha que lhe entregasse a bengala. Este não quis
nem saber de obedecer e se esquivou... O tira apossou-se de uma cadeira e o
perseguiu, mas o bandido conseguiu escapar das grades. Vários outros policiais
saíram em seu encalço.
(...)
A certa distância estava
Brown, que não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Ainda muito
entristecido, planejava trocar umas ideias com o velho amigo.
Conforme
se aproximava, o chefe de polícia arriscava chamar mais incisivamente pelo
Navalha. Todavia não obtinha nenhuma resposta, e como não sabia de sua fuga
pensava que o outro ainda estivesse magoado...
Brown não se conteve e resolveu entrar na cela... Obviamente exclamou
uma surpresa e, aliviado, deu graças a Deus por saber que ele havia escapado.
(...)
Outro que apareceu no
presídio foi o Senhor Peachum... Ele se dirigiu ao policial Smith, se
apresentou e esclareceu que estava ali para receber “as quarenta libras
prometidas em troca da prisão do bandido Macheath”.
O “rei dos mendigos” foi até a cela, mas, em vez de
Macheath, encontrou o chefe Brown... Indignado, Peachum esbravejou que podia
ver muito bem que, pelo visto o bandido havia saído para uma “voltinha” e em
seu lugar ficou ninguém menos do que o chefe Brown-o-tigre.
Brown, que não esperava por essa, queixou-se dizendo que não era
culpado... Peachum reforçou a afirmação, “claro que não!” Do contrário, o que
pensaria do chefe de polícia? Aquilo parecia mesmo impossível.
O policial bem podia perceber que o velho estava
debochando, mas disse que não sabia mais o que fazer. Ainda sem perder a
ironia, Peachum respondeu que acreditava que a autoridade máxima da segurança
londrina só podia “estar se sentindo péssimo”.
Brown quis confirmar que se sentia péssimo mesmo... Falou que se sentia
impotente... Paralisado. Uma situação horrível, já que tipos como o Navalha
faziam o que bem entendiam com as forças de segurança pública.
Bem sabemos que, por dentro, o policial estava
feliz... Entendia que os problemas do amigo haviam terminado. No momento tinha
de arranjar um modo de despachar o velho Peachum. Mas este insistiu em suas
provocações ao sugerir que talvez fosse bom Brown retirar-se um pouco,
deitar-se, fechar os olhos “como se nada tivesse ocorrido”... Poderia
imaginar-se num “belo prado verde com nuvenzinhas no céu”. Mais importante
seria “tirar da cabeça” todas as situações terríveis: “as que passaram e,
principalmente as que ainda virão”.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/04/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_19.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto