segunda-feira, 15 de junho de 2020

Filme – “Dios se lo pague” – o camarote ao lado não era do misterioso homem; ao som de “Lohengrin”, o diálogo se torna um preâmbulo do que a noite lhes reservava; restaurante e jantar dançante; a mulher procura a todo custo manter a aparência de gente abastada; ele quer saber se ela aceitaria um homem que lhe oferecesse todas as regalias a que aspirava

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/06/filme-dios-se-lo-pague-moca-pode-passar.html antes de ler esta postagem:

A respeito do senhor elegante, cavalheiro conhecedor da música clássica, podemos imaginar muita coisa. A mulher que certamente não conhecia a atmosfera do grande teatro não sabia o que esperar daquele encontro. O tipo parecia se divertir ao falar da música de Wagner e não dava mostras de que havia lhe enviado a entrada, então a cada minuto que passava ela se sentia mais constrangida.
(...)
Os dois permaneceram em silêncio enquanto a orquestra terminou a peça. Na sequência ele se levantou dando a entender que se retiraria. Ela quis saber o motivo e como resposta ouviu que de modo algum ele queria comprometê-la... Então, por que entrou no camarote? Ele explicou que o dele ficava ao lado e tinha visto o taxista incomodá-la... Ela argumentou que ele poderia a ter defendido do próprio camarote...
O homem deu a entender que se aproximou para ajudá-la. Mantendo postura altiva, ela pegou a bolsa mostrando que estava disposta a pagar-lhe o dinheiro que havia entregado ao taxista... Talvez esperasse que o tipo recusasse, mas como isso não ocorreu, teve de admitir que deixara o dinheiro em casa. Ele apenas pediu que o deixasse continuar a ouvir o concerto junto dela e emendou que, nesse caso, seria ele quem ficaria lhe devendo.
O maestro retoma a regência... O silêncio volta a imperar no auditório e camarotes.
(...)
A moça nota que uma família acabava de chegar ao camarote que estava vazio... Perguntou-lhe sobre quem eram. Ele respondeu que não sabia... Isso obviamente derrubava sua afirmação de que o estava ocupando. Ela disse exatamente isso e ele redarguiu dizendo que também ela dissera que esperava alguém... Como sabia que ela havia mentido? A mulher quis saber. O tipo que se tornava cada vez mais misterioso respondeu que descobriu logo que observou os olhos dela. Seria uma “cantada”? Ela perguntou... Ele respondeu que isso talvez fosse “uma influência da música”.
Os dois passaram a falar da beleza da música, de como ela aproxima as pessoas e “aviva os sentidos”... Isso a fez se lembrar do mendigo da noite anterior e de suas palavras, então disse que “um amigo lhe dissera coisas parecidas”. Na sequência o lembrou que ainda não havia se apresentado... Ele desconversou e anunciou que a orquestra tocava “Lohengrin”...
Este é o seu nome? Não, ele teve de responder e explicar que “Lohengrin” é uma das mais belas composições de Wagner... O personagem chega desde as nuvens num barco puxado por cisnes brancos e deposita sua espada bem aos pés de Elsa, “dos cabelos de ouro”, e lhe oferece seu braço e seu amor. Como condição pede a ela que nunca lhe pergunte “quem é e de onde vem”...
A jovem concordou que se trata de um enredo poético, mas vê-se que não tinha a menor condição de prosseguir a conversa ou de se manter na audiência porque se levantou e se dirigiu à saleta anexa ao camarote... Preocupado, o homem quis saber se ela estava se sentindo mal... Ela respondeu que não era nada, logo melhoraria, além disso não queria estragar a poesia de Wagner. Com a insistência do outro, ela acabou dizendo que com a pressa de se dirigir ao concerto acabou saindo de casa sem se alimentar e que desde o dia anterior não havia comido nada.
(...)
Na cena seguinte vemos o casal em um restaurante... O jantar é farto, pessoas alegres dançam numa concorrida pista, onde eles também se encontram.
O ambiente fez muito bem aos dois. Conversam animadamente e ele tem a chance de dizer que graças à música podia abraçá-la... Ela se diverte e num dado instante diz que o absurdo da situação era que ainda não sabia quem era ele... Ele podia dizer o mesmo em relação a ela, então estavam empatados. Ela decidiu arriscar e mentiu ao afirmar que era uma senhora respeitável, possuía rendas e vivia numa mansão com um lindo jardim, tinha empregados, joias e muitos vestidos... Isso sem contar os três automóveis e as muitas viagens ao exterior!
O homem quis saber o que ela diria se encontrasse alguém que oferecesse a vida que ela lhe descrevera... Ela mostrou-se indignada porque ele não acreditara em suas palavras. A música havia acabado, então ele sugeriu que quando a banda voltasse a tocar ela lhe contasse tudo o que pensava enquanto dançassem. Queria saber se ela aceitaria um homem que lhe oferecesse tudo o que ela demonstrava apreciar... Ela respondeu que “dependeria do preço”.
O preço, segundo ele, seria não perguntar nada a respeito de sua vida, sobre o que faz ou de onde vem, e saber apenas o que ele disser... Ela associou o tal tipo ao Lohengrin... Ele aceitou o jogo e perguntou o que ela diria ao Lohengrin...
Ela respondeu que não era o que esperava... E que, além disso, não sente falta de nada em sua vida, pois já tem tudo o que sempre desejou.
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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