Mais adiante chegava um grupo de convidados...
Com eles vinham alguns que seguiriam para o clube. Estes lhes desejaram boa
diversão. Antes de se separarem, um dos tipos comentou que só comparecia em
consideração à generosidade do anfitrião junto à associação de caridade porque,
não fosse isso, jamais teria vindo. As festas ali eram das mais esquisitas,
comentou... O homem nunca aparecia aos eventos que ele mesmo promovia! Depois
comentaram sobre a anfitriã, que certamente estaria nervosa... Como podia ter
se casado com Alvarez (este era o nome do homem rico com quem a conhecida dos
mendigos havia se casado)? Alguns ainda o julgavam solteiro... Mas pelo que se
dizia teria se casado após uma viagem que fizera ao exterior.
Viam a mulher sempre
sozinha, então concluíam que o casamento ia de mal a pior... Tanto falaram que
alguém sugeriu que parassem de criticar, pois não teriam o que dizer no dia
seguinte.
Outros dois convidados chegaram... Um deles agradeceu ao outro por tê-lo
trazido, já o que frequentava o local completou dizendo que as noites ali eram das mais agradáveis. Barata,
que não perdia uma só palavra do que diziam as pessoas, comentou com o velho
que estranhamente aqueles haviam chegado falando bem do ambiente... O velho
respondeu que, provavelmente, se enganaram de festa.
Outros
três tipos interromperam os passos em direção à casa para tratar de uma
aposta... Dois deles não se entendiam sobre as origens da misteriosa riqueza do
Alvarez. Apostaram $500... Um deles garantia que os capitais do homem só podiam
ser estrangeiros, vinham da Rússia. Para o outro, Alvarez vivia de renda... Como
o colega nunca ia à Bolsa de Valores, não sabia como ela funciona... Desse modo,
o segundo apostador já se considerava vencedor. O terceiro tipo recolheu o
dinheiro das apostas e quis saber quem seria o juiz... O próprio Alvarez?
Perguntariam a ele? O primeiro apostador respondeu que ele mesmo verificaria na
Bolsa... O outro insistiu que se o amigo não cumprisse o combinado, no dia
seguinte tomaria posse do dinheiro apostado.
Depois que esses
entraram, Barata comentou que intrigava o quanto as pessoas se importam com a
vida alheia. O velho o indagou se ele mesmo não estava ali para conferir a
felicidade da mulher que costumavam ver na igreja...
(...)
Um
dos empregados conversou com o motorista da casa... A senhora pedia que lhe
avisassem sobre a chegada do marido assim que ele aparecesse. Estava nervosa,
pois ainda não estava acostumada e a todo momento lhe perguntavam sobre Alvarez...
O motorista garantiu que ela não teria uma boa noite, pois sabia-se que o patrão
só chegava depois de terem saído os últimos convidados. Sobre este diálogo,
Barata comentou que o ricaço devia estar na farra em algum lugar.
O velho mendigo
respondeu que o homem estava trabalhando àquela hora. Mas Como? Barata quis
saber... No mesmo instante alguém passou diante deles e o velho pediu-lhe “uma
esmolinha para um pobre desgraçado”. Barata voltou à carga e perguntou se o
velho acreditava mesmo que o homem rico trabalhava àquela hora. O amigo
respondeu que “exatamente naquela hora”.
Barata quis saber se
o velho conhecia o dono daquela casa... Este respondeu-lhe afirmativamente. E
completou que o tipo se chamava Mario Alvarez e trabalhava na rua. Garantiu que
naquele mesmo momento o homem havia encerrado o trabalho do dia. E como o velho
podia saber? Barata indagou e este lhe respondeu que ele próprio era Mario
Alvarez. Os dois continuaram a caminhar... Obviamente Barata seguiu espantado.
(...)
Neste ponto é bom assumir... Já faz um tempo que sabemos que aquele tipo
misterioso e milionário que encontrou a jovem protagonista só podia ser o velho
mendigo... Ele sugeriu que ela frequentasse lugares de cultura e mais apropriados.
No camarote 314 apareceu exatamente aquele que o reservou para ela. E quem mais
poderia confiar que não seria importunado? Além do mais, as conversas com o
Barata já apontavam para essa revelação.
(...)
A casa está em festa...
Os casais dançam no grande salão... Há sorrisos
e boas conversas por todos os lados. A anfitriã se mostra simpática e solícita
com todos. Um dos “apostadores” a tirou para dançar... O telefone tocou e ela saiu
para verificar. A chamada era para certo Doutor Silva, que estava ao lado do
piano. Ela demonstrou preocupação, no entanto o criado Thomaz a acalmou
garantindo que o senhor Alvarez tinha o hábito de chegar bem mais tarde.
Pode
ser que do outro lado da linha fosse mesmo o patrão... Nesse caso, Thomaz só
podia ser alguém de sua confiança.
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto