Também o grupo que estava ao piano se
despediu... Nancy pediu que não guardassem rancor se por acaso não puderam se
divertir. Eles garantiram que a noite havia sido muito agradável para todos,
inclusive para os que se retiraram antes.
Estavam a falar sobre
essas coisas quando foram interrompidos pelo próprio Alvarez que acabava de
descer as escadas e dizia que estava contente, pois não precisaria pedir
desculpas a ninguém.
Ele beijou Nancy e pediu-lhe perdão... Aos que ainda estavam na sala
disse que chegava a tempo de pedir-lhes que voltassem logo. Como desculpa para
a sua ausência, falou que estivera no estúdio de pintura...
Uma das convidadas se intrometeu e disse que não permitiria que o marido
mantivesse um atelier fora de casa. Ela mesma não conhecia da arte, pois não se
interessava por telas, tintas e pincéis.
A
mulher disse também que lia pensamentos... Esse negócio de pintar à noite, e
ainda mais quando havia uma festa na própria casa... Alvarez quis mostrar que
também tinha a habilidade ler pensamentos e revelou que sabia de coisas que os
presentes andaram pensando antes de chegarem à festa. Está claro que ele tinha o
que dizer, principalmente sobre as ofensas que ouvira quando estivera em frente
à casa disfarçado de velho mendigo. Disparou àquela que o provocara que sabia
que ela não gostaria de ter ido à festa, e que só o fez “pela sociedade”.
A mulher fez-se de
indignada e respondeu que todos estavam felizes por terem comparecido.
Evidentemente que a sociedade interessa, mas todos estavam agradecidos. Alvarez
pediu que ficasse tranquila, já que havia “tratado” do que esperavam dele. A
mulher perguntou se ele dera um jeito em “tudo”...
Como
se vê, a conversa se tornava enigmática. É provável que ela não tivesse a menor
ideia de qual era o assunto que ele tocava... Mas logo se tornou claro quando
ele respondeu “$500 a menos para não acostumá-las mal”. Outra lamentou ao
afirmar que era justamente dessa quantia que precisavam para “inaugurar a
cantina maternal”.
Como podemos notar,
ele tocou na conversa do grupo da associação de caridade ao chegar à casa. Elas
haviam comparecido apenas porque Alvarez era generoso em suas contribuições em
dinheiro para a causa.
(...)
Depois ele se dirigiu
ao grupo de homens que ouvia a conversa com atenção e sugeriu-lhes que
completassem a soma que a associação de caridade estava necessitando. Adiantou
que não gostaria de ser o único a ter o mérito das contribuições...
Ele
sabia bem que os tipos que ali estavam haviam apostado $500 para quem acertasse
a origem de sua fortuna. Um dos deles foi logo se justificando que acabara ficando
sem dinheiro... Manifestou que os amigos que o acompanhavam podiam testemunhar.
O outro também confessou que com ele ocorrera o mesmo... O primeiro a se
desculpar manifestou que Alvarez pensava que todos eram milionários como ele.
Alvarez percebeu que
o momento era adequado para dizer-lhes umas verdades. Levou-os a um canto e
falou que não tinha capitais estrangeiros da Rússia ou de qualquer outro
país... Além disso, ninguém administrava seus bens, não investia na bolsa ou
vivia de renda. Os tipos o olharam atônitos... De repente, se virou para o
terceiro dos homens e declarou que ele havia vencido “a aposta”, sendo assim, podia
dar às senhoras o dinheiro que estava no bolso do paletó.
As mulheres da associação receberam aliviadas o dinheiro. Alvarez disse
que não deviam lhe agradecer por nada, pois “acima de tudo estava a verdade”.
Obviamente os convidados se espantaram com os gestos e palavras do estranho
anfitrião. A mulher que iniciou a discussão sobre “leitura de mentes”
adiantou-se a dizer que não sabia que ele tinha ainda essa habilidade da “magia”...
Virou-se para Nancy, se despediu mais uma vez e agradeceu em nome de todos.
(...)
Alvarez
acompanhou os convidados... Ainda teve tempo de dizer a um dos tipos que não
era de bom tom confiar nas cotações da bolsa de valores. Devia saber que se
falassem a verdade ninguém ganharia dinheiro. O homem o cumprimentou e se retirou.
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto