segunda-feira, 22 de junho de 2020

Filme – “Dios se lo pague” – Alvarez dá ordens a Thomaz referentes à demissão do jardineiro corrupto; a sós com o marido, Nancy sente que deve abrir-se sobre suas angústias; revelando que apenas o conforto material não lhe traz a felicidade almejada; Alvarez lembra-lhe do contrato que acertaram no início da relação; ela desaba num pranto ao perceber que ele pode deixá-la sem maiores traumas; ele admite que precisa dela, que um dia lhe revelará sobre o que sabe do mundo e da hipocrisia burguesa; belo colar de rubis e esperança de dias melhores para o casal

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/06/filme-dios-se-lo-pague-o-grupo-junto-ao.html antes de ler esta postagem:

Alvarez e Nancy ficaram a sós na grande sala... Thomaz chegou oferecendo uma taça de champanhe... Ela recusou, mas o marido aceitou de bom grado e foi dizendo ao mordomo que teria de fechar a porta da garagem sempre que o motorista descesse à calçada... Emendou que o jardineiro deveria ser despedido logo ao amanhecer.
(...)
À Nancy exibiu o traje, mostrando que teve tempo de vesti-lo antes do fim da festa. Ela respondeu que mais um pouco e poderia ter aparecido com traje de dormir. Ele prometeu que chegaria mais cedo na próxima festa... Nancy estava bem chateada e redarguiu que não haveria próxima festa.
Alvarez tratou de contemporizar... Disse que ela adotasse os procedimentos que achasse melhor. Ressaltou que no início do relacionamento ela aparentava a “imagem da mulher feliz” e emendou que ao menos chegou a tempo de dizer-lhe que estava muito bonita. Ela perguntou: “quanto tempo durará esta vida?”. Ele respondeu que “esta vida durará sempre” e na sequência quis saber por que ela indagava... Faltava-lhe algo?
Nancy respondeu que precisava entender. Alvarez perguntou se não era suficiente saber que a amava... Mas não era apenas uma questão de dizer-lhe. Então não tinha tudo o que sempre quis? Joias, casa e criados... Jamais pedira-lhe algo que não recebesse! Ele lembrou-lhe que no dia anterior pedira um colar de rubis... Foi difícil, mas encontrou a linda peça.
(...)
Nancy trazia muitas amarguras... Havia passado de uma vida cheia de dificuldades e dívidas para uma repleta de conforto ao lado do Alvarez milionário... Mas ela nada sabia do homem que garantia-lhe todo conforto material... Evidentemente sentia-se só e tinha outras necessidades afetivas.
Alvarez percebeu sua angústia e disse que entendia que a mulher tem necessidade de brilhar tanto quanto o ambiente que a rodeia. As joias e os belos vestidos, tudo faz parte de seu cenário ideal. Nancy quis saber se ele pensava que o dinheiro dele podia comprar tudo, inclusive sua consciência e condição de mulher.
Ele se sentiu ofendido por essa indagação. Disse que jamais pensara algo assim e que ela devia se lembrar das condições que ele impôs e que ela as aceitou. Por fim ela sentenciou que ele não devia se sentir culpado... Afinal, como poderia saber que a mulher que encontrou na rua pudesse merecer algo diferente?
Alvarez exclamou que jamais quis saber do passado dela... Ela devolveu-lhe que só fez isso para que não lhe perguntasse do passado dele. Como poderia agradecer-lhe? Bem podia ser que, por necessidade, frequentasse ambientes degradantes... Mas não se podia dizer que não tivesse uma alma limpa. Insistiu que ele poderia deixar tais ambientes “tão limpo” como quando havia entrado.
Nancy caiu em prantos... Ao que tudo indica pensava que estava pronta para encarar o fim da relação. Ele a deixaria e continuaria a se sentir “limpo”. Pediu perdão. De sua parte, Alvarez disse que não havia lhe perguntado nada e que não havia necessidade de ela prosseguir com o desabafo. Insistiu que haviam feito o trato e que ela prometera respeitá-lo.
Ele não queria que ela continuasse a chorar. Disse-lhe que seria muito difícil viver sem ela e que talvez um dia lhe revelasse coisas que a deixariam mais tranquila. Nancy quis saber o que ele poderia lhe explicar... Alvarez disse que “revelaria tudo” e só então saberia os motivos de ele mesmo sentir horror: “a mentira burguesa”, “decência, honestidade, justiça”...
Ele pediu que ela acreditasse... Disse enigmaticamente que vivia “na multidão que enche a cidade”, e assim conhecia “do mais alto ao mais baixo”. Sabia que todos mentiam e viviam de mentir. Nancy respondeu que acreditava em suas palavras. Por fim Alvarez cravou que “só é verdade o que é bonito e está no alcance”; “o que se pode fechar com a chave”; “o que não pode tirar a calúnia nem a difamação”... No final das contas quis saber o que importava o que pensavam de cada um deles e da relação que viviam...
Ele entregou-lhe o colar de rubis e acrescentou que as mentiras do mundo não poderiam evitar que ele lhe enfeitasse o belo pescoço. Ela se tornou radiante. Esse foi o pedido de perdão para a sua chegada tardia à festa tão bem preparada por ela.
(...)
Nancy fez um gesto de quem quer dizer algo...
Ele quis saber...
Ela manifestou que era uma pena ele odiar as mentiras...
Porque naquele instante iria dizer-lhe uma.
Disse que o adorava...
Abraçaram-se e com um beijo selaram o fim do mal estar da noite.
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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