quarta-feira, 24 de junho de 2020

Filme – “Dios se lo pague” – Alvarez começa a contar ao Barata os motivos de ter passado amargos tempos na cadeia; ele e a esposa Maria eram operários e viviam à beira da miséria; à noite dedicação a um projeto de máquina; dupla jornada e doença; visita do patrão à casa; dissimuladamente, o empresário conseguiu convencer a ingênua Maria de que se tratava de um bom empregador; descobrindo os segredos do pobre Yuca

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/06/filme-dios-se-lo-pague-alvarez.html antes de ler esta postagem:

Mario Alvarez disse ao Barata que na época em que foi preso trabalhava “como uma besta” numa fábrica... Trabalhava dia após dia numa época em que ainda não haviam inventado as leis de patentes. Durante a noite dedicava-se a desenhar projetos para uma máquina que tinha tudo para revolucionar a indústria têxtil e, se obtivesse a patente do invento, garantiria vida melhor à família.
Barata quis saber se o amigo tinha filhos. Alvarez explicou que a vida miserável que levava não lhe possibilitava pensar em filhos... O seu salário mal dava para satisfazer as necessidades da esposa, Maria, ela também operária explorada numa fábrica.
O amigo apontou para uma moldura que destacava a fotografia de uma mulher... Alvarez admitiu que era ela e emendou que se tratava de uma pessoa simples e analfabeta, até porque apenas os endinheirados podiam dedicar-se à educação formal. Barata quis saber se ela ainda vivia... Então Alvarez pôs-se a contar-lhe sua história.
(...)
Certa tarde, enquanto Alvarez descansava antes de assumir a jornada noturna, Maria tratou de cuidar dos afazeres da casa quando foi surpreendida pela chegada de um cavalheiro muito bem vestido... O homem atravessou o portão do cortiço onde viviam e foi direto à porta. Entrou sem bater e foi perguntando à Maria se ali morava o senhor Yuca (assim Alvarez era chamado no passado). Ela respondeu afirmativamente e disse que ele estava doente.
O tipo disse que sabia e que estava ali para se certificar de que o médico da fábrica lhe fizera uma visita como ele havia ordenado. No mesmo instante Maria reconheceu que aquele só podia ser o dono da fábrica onde o marido trabalhava. Ele confirmou e emendou que Yuca era um de seus empregados. Ela respondeu que o médico viera à casa e que recomendou repouso ao marido. Depois agradeceu a gentileza do patrão.
Maria perguntou se era necessário despertar Yuca, mas o cavalheiro adiantou-lhe que queria tratar diretamente com ela. E foi dizendo que se ela amava o esposo devia cuidar bem dele, pois o médico lhe dissera que o estado dele era grave. Ela respondeu que fazia o que podia, pois também era muito atarefada. Como que a dar uma advertência, o patrão reprovou o fato de Yuca trabalhar à noite, fora do expediente da fábrica. Por isso é que só podia dormir mal e sofrer problemas com a saúde!
A ingênua Maria foi logo dizendo que o patrão tinha razão, mas o marido estava muito envolvido numa “invenção”. O patrão a desdisse garantindo que aquilo de invenção era algo que o esposo queria que ela acreditasse. Depois perguntou que invenção seria... Maria se mostrou surpresa... Então o patrão não sabia? Pois Yuca lhe dissera que já havia falado a ele!
Na sequência, Maria contou que se tratava de um tear e que já estava quase pronto. O dono da fábrica garantiu que não sabia de nada... Será que poderia dizer ao Yuca que a própria esposa lhe revelara o segredo? A mulher se mostrou apavorada e implorou que não lhe dissesse nada, pois o marido a fizera jurar que jamais falaria sobre o projeto com ninguém.
O empresário foi ardiloso e disse à Maria que aquilo só podia indicar que o empregado o vinha enganando... Ela garantiu que não havia enganação e que o projeto estava na casa e que ela mesma o guardava. O homem estava mesmo mal intencionado e redarguiu garantindo que, se era assim, o empregado cometia o erro de não lhe falar a respeito. Maria quis saber em que o marido errava... O tipo disse que precisava saber se o projeto era importante...
Antes que continuasse, a própria Maria adiantou que o projeto possibilitaria que um único tear realizasse o trabalho de cem empregados. O patrão explicou que se fosse verdade poderia permitir que Yuca trabalhasse em casa, receberia salário sem que precisasse ir à fábrica. Ela mostrou-se admirada... Poderia mesmo fazer isso pelo marido?
O patrão respondeu que precisaria ver os planos, desenhos... Se conseguisse acessar os papéis concederia uma licença médica para começar. Mas sem os papéis ele só podia lamentar... Mas a mulher não havia dito que guardava os papéis? Mas e o juramento? O homem quis passar-lhe confiança e acrescentou que não tinha nenhuma intenção de prejudicar o seu melhor empregado.
Maria vacilava... Todavia o patrão sabia como lidar com a situação... Ele se virou na direção da porta e deu a entender que, já que ela não confiava nele, não podia fazer nada e iria embora.
No último instante Maria pediu ao homem que não se fosse.
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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