A jovem percebe que a sorte começa a abandoná-la
no jogo da roleta... Todavia um tipo charmoso que já a observava a algum tempo
se aproxima. Ele a cumprimenta, ela tenta se esquivar, mas acaba convencida de
que pode ficar com a companhia.
O modo como o tipo se
comporta à mesa revela que se trata de um viciado nos jogos de azar e nas
apostas arriscadas... Perde a rodada e para demonstrar que a venera,
pergunta-lhe o seu número preferido. Ela responde “oito”, ele aposta as fichas
que ainda lhe restavam. O risco era alto, mas, para ele, o fato de os demais
homens o invejarem naquele instante já podia ser considerado um afortunado.
(...)
Depois do último giro da roleta ambos estavam zerados... Todavia o tipo
anunciou que tinha um trunfo e pediu que ela o seguisse até o escritório de
janelas gradeadas. Disse mesmo que podia conseguir quantas fichas desejassem.
Encostou-se e pediu 10 mil em fichas ao funcionário, que respondeu no mesmo
momento que sentia muito não poder atender à solicitação.
Ficamos sabendo que o tipo
se chama Péricles Richardson... Apesar de ter seu pedido recusado, vê-se que se
trata de alguém influente. O que cuida do caixa indica que o jogador teria de
conversar diretamente com o gerente. Enquanto Richardson vai ter este em sua
sala, a jovem foi abordada por outro funcionário que lhe informa que não era
conveniente que seu acompanhante prosseguisse gastando, pois essa situação
poderia trazer problemas para o “clube”.
(...)
A questão é que o rapaz não
passava de um “playboy”, que se aproveitava da fortuna do pai, um rico
industrial. O pior para a casa é que o Richardson pai estivera no local e
ameaçou denunciá-los à polícia. Logo percebemos que o rapaz estava torrando o
dinheiro da família com o passatempo proibido. Ele tinha dívidas com o cassino
e entregou ao gerente ações da empresa do pai como garantia... Os papéis não
eram guardados no “clube”, pois eram muito valiosas... O rapaz temia que o pai
soubesse da sua manobra com as ações.
Péricles saiu furioso da
sala do gerente sem que pudesse rever a garota...
(...)
A moça também se retirou do
“clube”... Enquanto passava pela porta, um funcionário disse-lhe que sua maré
de azar passaria.
A noite havia avançado e
ela precisava de um táxi para retornar aos seus aposentos... Encontrou o mesmo
chofer que a conduzira na noite anterior. Este recusou-se a levá-la porque
havia sido deixado por ela à frente do hotel, aguardando que ela lhe pagasse
pela corrida... Ela havia lhe dito que entraria para pegar o dinheiro, mas não
voltou ou deu qualquer satisfação.
O velho mendigo estava na mesma calçada. Ele viu e ouviu o que tinha
acabo de ocorrer, então perguntou à jovem se podia ajudá-la de alguma forma. A
mulher considerou a oferta uma falta de respeito... O velho respondeu que “há
momentos em que todos somos iguais”. No momento mesmo em que ela exigia que ele
se calasse, policiais chegaram ao clube clandestino... O comissário já foi
dando ordem para prender uns tipos que acabavam de sair.
O velho perguntou à moça se ela queria chamar os tiras para prendê-lo por
sua insolência... Todavia ela tratou de se recolher atrás dele de modo a se
esconder dos policiais. Estava claro que o pai do Péricles havia feito a
denúncia... Se a vissem, certamente seria conduzida à delegacia.
A situação havia mudado... No momento a mulher
sequer queria que o velho se afastasse e pediu-lhe desculpas pelo modo como o
havia tratado. Um tira se aproximou, o mendigo levantou-se imediatamente para
esconder a mulher. Perguntado se muita gente havia saído da casa, respondeu que
não sabia e que tinha acabado de chegar. Irritado, o policial quis saber se ele
tinha licença (para mendigar). O velho apresentou-lhe o papel no mesmo
instante. O tira pôs-se a caminhar, mas de repente voltou para ofertar-lhe uma
moeda. O velho agradeceu com um “Deus lhe pague”.
(...)
Mais tarde chegou um ônibus
para conduzir os viciados em jogatina à delegacia... Um veículo estacionou para
recolher os policiais. Um deles permaneceu para guardar o local. O velho
mendigo foi informando à moça sobre o que ocorria. Ele disse que ela precisaria
esperar um pouco mais, fazer um “sacrifício extra” por ter de permanecer ao
lado dele. Ela já havia se desculpado por ter sido grosseira, então pediu-lhe
que não fosse rancoroso. Sabia que, graças a ele, se livrou de passar a noite
na prisão.
O velho filosofou ao dizer
que era mais fácil ajudar do que pedir ajuda... Ela estranhou, pois se tratava
de um tipo que vivia de pedir ajuda aos outros... Ele explicou que aos poucos
se acostumou e que não é fácil pedir... Principalmente no começo. A mulher
disse que entendia a situação e ele também estranhou. Tão bonita... Jamais
entenderia o que é pedir uma moeda aos prantos.
Ela
respondeu que sabia o que era pedir uma joia sorrindo.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/06/filme-dios-se-lo-pague-o-velho-mendigo.html
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto