quinta-feira, 18 de junho de 2020

Filme – “Dios se lo pague” – o velho juntou dinheiro, mas explicou que não era dos que sabem administrar um empreendimento ou viver de rendimentos; conversando sobre a origem das propriedades e do Direito; Barata quer saber por que a dona seguia tão triste, se era rica devia promover festas; os dois foram à frente da casa da mulher, onde acontecia um encontro festivo para a alta sociedade; conversa dos motoristas particulares e os extravios promovidos por funcionários

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/06/filme-dios-se-lo-pague-cheia-de-si.html antes de ler esta postagem:

Barata ouviu do velho que ele já juntara muito dinheiro... Então sugeriu-lhe que aplicasse o acumulado e vivesse de renda... Poderia tentar investir no ramo industrial ou no comércio... O outro respondeu que não tinha jeito para negócios e por questão de princípios não se envolveria em transações para lucrar explorando os demais. Na condição de mendigo “cobra da sociedade o que ela lhe deve” e sua intenção era fazê-lo até o último centavo.
O amigo quis saber se a sociedade lhe devia muito... Enigmático, o velho respondeu que a sociedade lhe deve “tudo o que devia pertencer-lhe”. Depois passou a falar sobre uma “distribuição igualitária das riquezas”, algo ainda distante de ocorrer no mundo, mas que, segundo ele, fatalmente ocorrerá um dia... Até lá continuaria cobrando, ainda que “pequenas quantias, humildemente”.
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Barata o interrompeu e apontou para uma que vinha chegando à igreja... É exatamente aquela que havia sido despejada do hotel e que, pelo visto se arranjara com o homem misterioso, amante da música de Wagner, benevolente e rico. Mais do que depressa, o velho procura se esconder para não ser visto por ela. Bem ao contrário, Barata não perdeu a chance de pedir-lhe, e foi prontamente atendido.
O mendigo exclamou que só recebeu uma moeda, então concluiu que ela devia estar pobre. O velho disse que sabia muito bem que ela é rica e que possui de tudo o que o dinheiro possa comprar. Barata perguntou se o dinheiro era dela... Em resposta ouviu um “sim, até onde algo pode ser de alguém”.
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Depois veio uma explicação “panfletária”...
O velho disse que no princípio tudo era de todos, a terra e a água não pertenciam a ninguém... Mas na sociedade em que vivemos cada pedaço de terra e nascente têm dono. Em sua ingenuidade, Barata quis saber quem lhes deu... Obviamente a resposta é complexa. O velho sugeriu que perguntassem ao dono de um hectare de terra... Obviamente ele diria que o comprou de um dono antigo. E esse antigo, de quem adquiriu? E os anteriores? Alguém deve ter sido o “primeiro dono”... De quem ele comprou a terra? De ninguém! Pegou a terra para si por conta própria! E com que direito fez isso? Barata não podia entender... Mas o velho prosseguiu dizendo que o Direito foi inventado exatamente para garantir a propriedade.
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Barata aceitou que os que criaram a trama da propriedade não tinham o “direito” de fazê-lo... Então decidiu voltar a falar da mulher rica... Por que estaria de mal humor? O velho disse que era algo que o amigo devia aprender... O dinheiro traz tristeza e “tem como nome o seu pecado original”. Barata argumentou que da primeira vez que a tinham visto ela caminhava contente... Estaria doente? Se não era o caso, devia se alegrar, dar festas... O velho disse que sabia que na casa onde ela morava acontecia uma festa naquele mesmo momento.
(...)
Barata topou ir à frente da casa.   Não teriam como saber do ambiente interior, mas na rua “as pessoas não usam máscaras” e eles poderiam ver e ouvir os assuntos dos ricos convidados. Depois que elas ingressam na festa é que “colocam máscaras”.
Logo que chegaram tiveram a oportunidade de observar a saudação de convidados e um diálogo entre alguns motoristas particulares... Um dos motoristas quis saber se já havia muita gente na residência... Sim, a casa já estava bem cheia... Um outro disse que “o dinheiro pede, e o dono da casa pede dinheiro”, referindo-se à ideia de que “dinheiro atrai dinheiro”. Alguém comentou que a situação havia mudado recentemente, pois antes de o proprietário se casar o lugar mais parecia um cemitério. Um motorista que servia à casa garantiu que o dia-a-dia era dos mais fartos ali, com champanhe francês em todas as refeições... E como poderia saber? Alguém perguntou... O tipo respondeu que ele mesmo tinha duas garrafas no carro que lhe foram dadas pelo jardineiro. Um outro logo se interessou e afirmou que pediria uma garrafa para si... Nisso foi alertado de que teria de “dar algo em troca”. Mesmo assim consideraram que valia a pena e se retiraram para conversar com o jardineiro naquele mesmo instante.
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Barata que ouvia à conversa com atenção cutucou o velho sugerindo irem também... O amigo perguntou-lhe para quê queria champanhe... Barata respondeu no mesmo instante que nunca tinha provado. O velho argumentou que ele tinha muita sorte por nunca ter experimentado da bebida, pois assim nunca sentiria falta dela.
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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