O gerente ficou bem impressionado ao saber que o
senhor Richardson havia enviado flores à mulher que tinha dívidas com o hotel.
Pensou que devia agradá-la por isso, além de buscar corrigir o equívoco com as
flores enviadas pela chefia de polícia e provavelmente extraviadas nas dependências
do hotel. Como desculpa por ter permanecido até altas horas entre os
empregados, disse que estava ali para acertar umas contas com eles... Um deles
chegou avisando que o quarto da senhorita estava fechado (queria dizer que já
podiam encerrar sua conta), mas o gerente se antecipou a dizer que o havia mandado
verificar se as flores não estavam nos aposentos.
Demonstrando
irritação, a jovem deixou o saguão e se dirigiu ao quarto com a certeza de que
passaria uma noite tranquila.
(...)
O quarto é bastante amplo e tem uma antessala. Deve ser uma das melhores
instalações do hotel.
Na
sequência vemos a criada a despertando... Ela anuncia que já são sete horas...
De uma nova noite. A moça estranha, pois não havia solicitado que a acordassem.
A criada explica que teve de fazê-lo por causa de belas orquídeas que acabavam
de chegar para ela. Concluiu que deviam ser da parte do gerente do hotel, por
isso disse bruscamente que deviam ser devolvidas imediatamente.
A empregada explicou
que não tinham sido mandadas pelo gerente, então resolveu deixá-las sobre a
mesa. Em vez de um cartão, o buquê traz uma entrada para uma apresentação de
orquestra sinfônica no teatro. Há uma reserva para ela, o camarote 314... Um
mensageiro trouxe as flores, mas ele não soube dizer quem era o remetente. No
mesmo instante, ela se comunica com a garagem ao mesmo tempo em que orienta a
criada sobre o traje que usará. Do outro lado da linha telefônica comunicam-lhe
a respeito de uma dívida...
Ao
descer, depara-se com o gerente. Este se mostra satisfeito e quer saber se as
flores chegaram bem desta vez... Pede a um dos funcionários que providencie um
táxi para a jovem.
(...)
Um cartaz à frente do
teatro informa o programa, peças de Richard Wagner, “Grande Concerto”. Os
apreciadores da música clássica chegam em seus belos trajes... Obviamente ela
não tem dinheiro para pagar a mais esta corrida de táxi, o chofer a cobra, mas ela
diz que ele deve aguardá-la na saída da apresentação. Sem dar tempo para
maiores protestos, deixa o carro e segue para a entrada. O taxista é obrigado a
sair da frente do teatro e a estacionar na esquina.
O auditório está
repleto, mas o camarote é amplo e ela experimenta um conforto que em nada
combina com sua precária situação... Está só, bem acomodada e ouvindo acordes
maravilhosos. De repente, batem à porta... Talvez imagine que seja seu
admirador secreto. Ao abrir vê o taxista, por isso tranca a porta no mesmo
instante.
O motorista está desesperado e vai ao camarote vizinho, que está
desocupado, e insiste que quer receber pelo seu trabalho. Ela responde que o
hotel o pagará, mas ele não aceita, pois noutra ocasião caiu no mesmo conto e
ficou com o prejuízo. Um funcionário do teatro chega ao camarote onde está o
taxista e exige que ele saia... Uma pequena discussão ocorre e a mulher explica
que não tem dinheiro no momento, mas depois acertaria o que devia. Neste instante,
um senhor aparece em seu camarote 34 e exige que o motorista peça desculpas a
ela. Para não causar maiores transtornos, o homem estende algumas notas, o
taxista as recolhe, pede desculpas e se retira.
Naturalmente a jovem se espantou e disse que esperava uma explicação do
homem. Ele está bem trajado e a olha com admiração. Refere-se à música, Tannhäuser,
e pergunta se ela conhece a lenda. Na sequência explica que um cavaleiro
peregrino passa diante de uma bela desconhecida... Tão bela que ele não tem
palavras para descrevê-la ou contemplá-la... Fala dos espíritos maléficos que
são afastados por sua presença... Mas a moça quer saber quem é o sujeito que
chegou ao seu camarote sem ser chamado. Ele diz que falar sobre si com a música
de Wagner ao fundo lhe parece sacrilégio e pergunta se ela espera por alguém...
Ela respondeu que sim... Pois então estava disposto a se retirar imediatamente.
O caso é que já se acomodara ao ambiente e ouvia a bela música, se retiraria
logo após o fim da abertura.
O homem diz que era encantado por Tannhäuser...
Quis saber se ela era da mesma opinião. Em resposta a moça diz que ao menos
deveria pedir perdão (obviamente se referia a ele)... Enquanto ouvem “O canto
dos peregrinos”, o homem diz que Tannhäuser perde perdão à donzela por ter
quebrado o seu encanto, já que ele não passava de um caminhante descalço e
moribundo.
Ela
o adverte... De tanto falar, pedirão que se cale para não atrapalhar a
apresentação. O homem chega-se para mais perto dela e diz que assim poderia
falar-lhe mais baixo.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/06/filme-dios-se-lo-pague-o-camarote-ao.html
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto