Na cena seguinte vemos Alvarez mudado no velho
mendigo e caminhando com seu amigo Barata... Ele acabava de contar sobre o
ocorrido após a festa em sua casa e sobre a conversa que tivera com Nancy, o
modo como ela disse que o adorava... Em sua opinião, ela havia mentido...
Barata quis saber se
ela revelou que mentiu antes de ganhar o belo colar... O velho explicou que foi
depois. Mas ele mesmo não havia ensinado que o dinheiro é o que merece ser
amado no mundo? Essa foi a outra pergunta de Barata. O velho concordou, mas
deixou claro que, como vivia guardando o que recebia de esmola, era o que tinha
e podia dar.
A conclusão de Barata era simples... Já que Nancy era muito bonita,
certamente iria embora. Em sua opinião, as mulheres bonitas sempre apreciam os
mais jovens. Contrariado, Alvarez discordou e disse que a verdadeira juventude
está na inteligência.
Barata
disse mais... Uma mulher bonita e boa como Nancy não iria querer viver com um
homem que pede esmolas por aí. O amigo respondeu que nem ela nem ninguém
sabia... Só mesmo o companheiro conhecia sua identidade e do que vivia. Barata
pensou e concordou... Disse que se contasse a respeito ninguém acreditaria. Ele
mesmo tinha dificuldade para acreditar que era verdade que tinha um amigo
milionário e mendigo. Era de estranhar!
Alvarez ouviu o
colega e disse-lhe que era por isso que se dispusera a levá-lo a um local secreto
naquela noite. Disse que estava disposto a ir até o fim em uma decisão que
estava para tomar, mas que precisava de forças. Barata ficou curioso... O velho
respondeu que se tratava de algo ao qual ele havia se proposto. Falta muito?
Talvez alguns dias.
(...)
Os
dois chegaram a um casarão que parecia abandonado...
Alvarez conduziu o
amigo por uma escadaria. Este se perguntava por que havia sido “o escolhido”.
Em resposta, o velho disse que Barata era uma alma simples, que apreciava crer
em sua narrativa e não se empenharia em planos complexos para prejudicá-lo.
Alvarez nutria bom
apreço pelo Barata... Disse-lhe que sua companhia o enchia de motivação. Talvez
se não andassem juntos, viveria a falar sozinho e provavelmente o internariam
num asilo de loucos.
Andaram por cômodos
como se passassem por um complexo labirinto. Então chegaram a uma sala usada por
Alvarez para a troca de roupa. Havia peças para diferentes ocasiões e
necessidades de um mendigo... Havia as que usava junto a campos de futebol, as
que serviam para as portas dos teatros... Barata disse que o amigo bem poderia
emprestar-lhe uma daquelas. O velho respondeu que tudo aquilo seria passado
para ele assim que “chegar o dia”.
Outra sala lembrava um camarim com toucador e espelho iluminado...
Alvarez sentou-se diante dele e começou a tirar o disfarce de seu rosto. E foi
como se estivesse “mudando a alma”. Produtos limparam a maquiagem e
facilitaram-lhe a retirada da barba postiça... Barata quis saber se ele o
ensinaria sobre aquilo também. O velho respondeu que o amigo não tinha
necessidade de disfarces.
(...)
Barata aproximou-se de um cabide... Alvarez disse-lhe que aquela foi a
primeira roupa que ele usou para pedir esmolas. Mantinha-a como uma lembrança.
Ao lado havia outra roupa... Via-se que era
listrada e tinha um número no alto do bolso... Um uniforme de presidiário.
Barata quis saber... Alvarez explicou que se tratava de outra lembrança, pois o
tinha usado por oito anos. E não era para pedir esmolas. Usou o uniforme porque
esteve preso.
Barata disse que não
se assustara com a revelação... Emendou que sua mamãe vivia dizendo-lhe que a
prisão é o destino para os que vivem fugindo do trabalho. Alvarez começou a
explicar que aquela era outra falsa ideia, uma mentira sobre “os que vivem do
trabalho alheio”. Tanto é que se fosse verdade “faltariam cadeias” para tantos
especuladores e falsários.
Barata
arregalou os olhos e perguntou se o amigo havia matado alguém no passado... O
velho interrompeu a limpeza que fazia no rosto e disse que não precisava ter medo.
O puseram naquele uniforme injustamente... Num momento de sua vida em que mais
trabalhava.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/06/filme-dios-se-lo-pague-alvarez-comeca.html
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto