quarta-feira, 17 de março de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – de volta ao texto da peça; Brown-o-tigre se despede do amigo Mac Navalha e de Polly; “sumiço” garantido a qualquer encrenca que poderia complicar o amigo com a Scotland Yard; a última surpresa dos capangas; a canção sob o luar do Soho; encarando os velhos Peachum


O chefe Brown admirou-se da ousadia dos bandidos capangas de seu camarada... Roubaram uma rica peça da Companhia de Tapetes Orientais! Era demais... Por essa e outras que haviam aprontado o Navalha salientou sua preocupação. Esperava que Brown não tivesse problemas por ter comparecido ao seu casamento. Mas este deixou claro que, em nome da amizade, não lhe recusava nada... Todavia não podia ficar por mais tempo, pois estava muito preocupado com os preparativos da festa de coroação da rainha, quando nenhum incidente poderia ocorrer.
Já de saída, Brown ouviu o Navalha dizer-lhe que o sogro era um nojento e “burro velho”, que talvez quisesse lhe aprontar alguma. Será que havia algo contra Mac Navalha na Scotland Yard? O chefe de polícia garantiu que não, pois dera “sumiço a tudo”.
O chefe do bando exigiu que todos se levantassem em respeito à saída do velho amigo. Brown cumprimentou Polly mais uma vez e se retirou acompanhado pelo Navalha. Os capangas aproveitaram para desabafar com ela sobre o receio que tiveram logo que o Brown-o-tigre havia chegado... Por sua vez, Matthias contou vantagem garantindo-lhe que o bando tinha ”relações com as mais altas autoridades”. Walter completou dizendo que quando menos esperavam o capitão aparecia “com uma carta na manga”... Emendou que eles também possuíam “cartinhas”, e lembrou que já eram nove e meia.
(...)
Eles se posicionaram atrás do tapete... Matthias anunciou que chegara o momento principal. Mac Navalha, que acabara de retornar depois de ter se despedido de Brown, quis saber o que estava acontecendo.
Matthias anunciou que era mais uma pequena surpresa... Ainda atrás do tapete, os homens voltaram a cantar a Canção de Bill Lawgen”, mas logo o tapete foi puxado e revelou a cama do casal... Vimos que no filme este trecho foi reproduzido quase fielmente ao texto da peça.
O capitão agradeceu... Os capangas começaram a se retirar de fininho enquanto o chefe sentenciou à esposa que chegara o momento “do sentimento”, pois o homem não podia se tornar “um animal de carga”...
(...)
Mac perguntou se Polly podia ver a lua sobre o Soho... Ela garantiu que sim e perguntou se ele sentia o seu coração bater... Sim! A apaixonada Polly afirmou que o acompanharia para onde quer que ele fosse... De sua parte, o Navalha assumiu que ficaria onde ela decidisse ficar. Em coro, os dois completam que “mesmo sem registro civil afinal”...
A canção tem prosseguimento...
                   “E sem flor no altar,
                   Sem saber de onde vem teu vestido nupcial,
                   Sem grinalda para te enfeitar –
                   O prato, do qual tu comeste teu pão,
                   Sem dó, deves longe jogar!
                   O amor dura ou chega ao fim,
                   Neste ou noutro lugar.

O casal canta a mesma canção no filme, todavia em momento diferente... Mais exatamente quando haviam acabado de chegar ao armazém número três e os capangas estavam ajeitando os ornamentos para o casamento. Vimos que Polly e Mac haviam se retirado para contemplar a noite e a lua sobre o Soho (ver https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/01/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_24.html).
(...)
Na sequência, o texto da peça nos apresenta novamente o escritório e rouparia do velho Peachum... Ele e a esposa estão à direita e observam Polly, que traz uma mala e acaba de chegar.
(...)
A Senhora Peachum desabafou sua indignação... Casou mesmo? Como pôde fazer uma coisa dessas! Deram-lhe de tudo, vestidos, chapéus, luvas e sombrinhas... Gastaram tanto quanto teriam gastado num transatlântico! Como podia “jogar-se na sarjeta feito um pepino podre”?
A resposta de Polly surge em forma de canção na qual “insinua aos pais seu casamento com o ladrão Macheath”. Como vimos, no filme essa canção é apresentada por ela para entreter o jantar do casamento (ver https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/02/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold.html). Na citada postagem adiantamos o “momento” do texto da peça em que ocorre a apresentação.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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