Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/03/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_6.html antes
de ler esta postagem:
O
Navalha riu-se do pobre Matthias e de seu desejo de se tornar famoso por
espetaculares delitos, como o de incendiar o hospital infantil de Greenwich...
O chefe levantou a mão na altura do pescoço em gesto de clara indicação de
enforcamento e disse ao capanga que de qualquer modo ele “subiria na vida” (ao cadafalso)
ainda que pensasse que podia “concorrer” com o “mestre”. Na sequência fez piada
com a situação: “Onde já se viu um professor de Oxford deixar qualquer um de
seus assistentes assinar seus erros científicos? Ele mesmo assina”.
Robert foi quem encerrou a conversa ao se dirigir à Polly e garantir
que, enquanto Mac Navalha estivesse viajando, ela podia contar com eles às
quintas-feiras para a “prestação de contas”.
(...)
Navalha voltou-se para a esposa e pediu que não se esquecesse de se
maquiar diariamente como se a vida continuasse a mesma... De sua parte, ela
pediu para ele não mais olhar para outras mulheres. Insistiu que não se tratava
de ciúme.
O Navalha a tranquilizou. Garantiu que não tinha o
menor interesse por “baldes furados”, pois a amava. Também explicou que logo
que anoitecesse fugiria a cavalo e, antes mesmo que ela pudesse contemplar a
lua, ele já teria ultrapassado o pântano de Highgate.
Novamente Polly se entristeceu e disse que tinha o coração partido. Ele
bem que poderia ficar e seriam felizes... Mac respondeu que ele também partia o
próprio coração, pois devia ir embora sem saber quando voltaria. Ela lamentou e
deixou escapar que “durou pouco”...
Por acaso acabou? Era o fim? Foi o que ele quis saber. Polly não
respondeu a essas questões diretamente e disse que havia tido um sonho na última
noite... “Olhava pela janela e ouvia uma gargalhada desde a rua”... A lua
estava muito fina, tal qual “um vintém bastante gasto”. O que mais tinha a
dizer? Pediu ao marido que, onde estivesse, não se esquecesse dela. Ele
respondeu que não a esqueceria e pediu-lhe um beijo de despedida...
Adeus Mac... Adeus Polly...
O Navalha se retirou lembrando da canção do casal à luz do luar no Soho pouco
antes de se casarem: “O amor dura ou chega ao fim; Neste ou noutro lugar”.
(...)
Polly ficou só... Deixou
escapar que “E ele não mais voltará” e pôs-se a cantar:
“Tudo era belo, então,
Mas agora só resta a dor.
Arranca seu coração,
Diga adeus, meu amor!
Não adianta o lamento!
Virgem do céu, ouve esta
prece!
Ah, se minha mãe soubesse
O que comigo acontece!”
Os sinos das igrejas de Londres começaram a repicar... Polly soube no
mesmo instante que a grande comitiva da rainha chegava em procissão...
Londres... Onde ela estaria no dia da coroação.
(...)
Neste ponto o texto da peça
situa o intermezzo...
Vemos Célia Peachum e a prostituta Jenny Espelunca
diante da cortina...
A mãe de Polly orienta a outra a denunciar o Mac Navalha ao policial
mais próximo assim que ela e suas companheiras forem contatadas pelo bandido.
Se assim o fizerem receberão dez xelins...
Jenny explica que dificilmente encontrariam o Navalha,
pois a polícia já estava em seu encalço. Certamente não iria ter com elas
quando a caçada mais feroz tivesse início...
Dona Célia explicou que mesmo com toda Londres atrás dele, o marginal
não renunciaria a seus hábitos.
(...)
A Senhora Peachum parecia saber o que dizia... Prova
disso é que na sequência ela cantou a “Balada da servidão sexual”.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/03/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_28.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto