domingo, 14 de março de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – retomando o filme; Mackie comunica ao bando que terá de viajar, mas deixará Polly no comando; incertezas na despedida melancólica; uma recepção marcada por afrontas dos capangas e reação enérgica da nova capitã; recreio na casa das mulheres de Turnbridge; Jenny é chamada à porta; conversas a respeito do vestido da rainha; o Navalha era aguardado


Mac Navalha dirigiu-se aos seus capangas e explicou que, infelizmente, teria de fazer uma viagem... Os homens não entenderam e questionaram o fato de o momento ser dos mais importantes, pois a festa da coroação estava chegando. O chefe procurou tranquilizá-los e disse que passaria o comando à sua esposa.
Os tipos estranharam... Uma mulher? E como procederiam durante o “grande assalto ao banco”? Navalha exigiu silêncio e esclareceu que se tudo desse certo com o assalto o bando passaria a viver dias melhores, e não mais sairiam batendo carteiras pelas ruas. Por fim diriam adeus ao Soho e partiriam para ações na “cidade grande”.
Houve gritos de comemorações... Polly o ajudou a vestir o casaco. Novamente de posse de sua bengala e devidamente trajado, despediu-se dos capangas com um “adeus, pobres tolos”... “Adeus capitão”, foi o que os bandidos disseram...
(...)
Polly acompanhou o marido... Subiu as escadas que davam para a saída. Os dois estavam visivelmente tristes e pararam. Ela parecia ter repensado a ideia de fuga e pediu-lhe que não despedaçasse o seu sofrido coração, podia ficar e tentariam ser felizes. O Navalha respondeu que estava despedaçando o próprio coração, já que tinha de partir e ninguém sabia ao certo quando poderia retornar.
Ela mais ainda se entristeceu... Salientou que o casamento durou pouco tempo. Mackie perguntou se estava “tudo acabado”... Polly implorou-lhe que não se esquecesse dela quando estivesse “no exterior”. Ele afirmou que não se esqueceria e pediu que o beijasse.
Polly o abraçou e o beijou. Sua angústia era das mais intensas, mas conseguiu manifestar que não queria que ele visitasse as “mulheres de Turnbridge”. O Navalha garantiu que amava somente a ela. Por fim se despediu.
(...)
Polly manteve-se por algum tempo na escada. Seu rosto estava molhado de lágrimas... Lá embaixo estavam os capangas que a partir de então teriam de obedecê-la. Ela virou-se na direção deles e afirmou que estava no comando.
Os homens aguardaram as primeiras palavras da chefe, e assim que ela desceu disse-lhes que o capitão podia partir confiante, pois eles realizariam o trabalho... Fez essa afirmação e perguntou-lhes se não era isso mesmo. Sem dar-lhes chance de responder, complementou que o fariam “em grande estilo”.
Um dos tipos arriscou a dizer que, mesmo sem se considerar a pessoa certa, não sabia se uma mulher é “o homem certo” para o importante momento que teriam pela frente. Os demais gargalharam com a piada... Eles a cercaram e um ousou dizer que “não era nada pessoal”.
Polly adotou postura carrancuda e chamou o tipo de “porco”. Esbravejou que podiam apostar que a postura dele “não era nada pessoal”. Caso fosse, os demais o teriam dado uma surra pelas palavras ofensivas à mulher do capitão. Quis saber se não era isso mesmo. O que havia ousado dizer que não era nada pessoal riu-se a valer e no mesmo instante tomou uma bofetada dela.
Os demais se espantaram e tentaram disfarçar a vergonha alheia... Dessa vez, foi ela quem disse que não era nada pessoal enquanto outro capanga admitiu que Polly sabia mesmo bater. Um terceiro elogiou sua capacidade de dizer as palavras certas... Na sequência a chamaram de capitã e bradaram vivas a ela.
Triunfante, Polly pronunciou que a partir daquele momento acertariam “as contas” às quintas-feiras. Na sequência dispensou-os.
E a tela se escureceu.
(...)
Na cena seguinte vemos uma casa onde “mulheres de Turnbridge” estão acomodadas à mesa ou em frente ao espelho, fumam ou ajeitam os cabelos. Uma delas está ao piano, outras duas consultam a sorte nas cartas... A um canto duas outras comentam a respeito do luxuoso vestido com o qual a rainha será coroada, dizem que é lindo e que custou sete mil libras. E o que podiam imaginar sobre as “roupas de baixo” da rainha? Uma delas pergunta para que a rainha precisaria de “roupas de baixo”...
Vê-se que o momento é de descanso... Uma delas foi atender à porta e retornou dizendo à Jenny que queriam falar-lhe. Esta deixou a sala enquanto as demais prosseguiram em seus afazeres e conversa.
Será que Mackie viria à casa? Outra quis saber...
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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