segunda-feira, 1 de março de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – o reverendo Kinball também usa facas para comer peixe; o chefe Brown chegou para cumprimentar o velho amigo e sua noiva; um susto para os capangas

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/03/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold.html antes de ler esta postagem:

Os homens não notaram o chefe advertindo a esposa, pois estavam mais interessados em notar os modos do reverendo e a rir dele à mesa. O Navalha também voltou sua atenção ao religioso e sem disfarçar o espanto perguntou-lhe o que tinha nas mãos... Jakob adiantou-se e respondeu que eram duas facas... Então o chefe perguntou o que tinha em seu prato... Os homens continuaram a rir e, sem entender o que se passava, o reverendo Kimball respondeu que achava que era salmão.
Então o senhor come salmão com a faca? Foi o que Mac Navalha vociferou... Jakob, que havia sido humilhado pelo chefe pelo mesmo motivo pouco antes da chegada do reverendo, não perdeu a oportunidade de provocar perguntando se já tinham visto alguém comer peixe com a faca. Depois emendou com a mesma truculência do Navalha: “quem faz isso é simplesmente um...”, o capitão completou “animal!” e teve de reconhecer que ele mesmo errara com o capanga. Voltando-se diretamente ao Jakob, disse que “a gente sempre aprende”.
(...)
O capanga Jimmy entrou abruptamente anunciando que os tiras haviam chegado e que o próprio chefe Brown estava à frente... Outro exclamou com espanto, “Brown, o Tigre!”. O Navalha ouviu com naturalidade e acrescentou que o homem era o “sustentáculo de Old Bailey”...
Os demais bandidos ficaram apavorados e se esconderam... Jakob se retirou lamentando que certamente seriam enforcados. O Navalha encheu o peito para dizer que ele, o Capitão Macheath teria a honra de receber o supremo chefe da polícia londrina em seu barraco.
Assim que Brown entrou, Mac o cumprimentou com um “alô”... O tira explicou que não podia se demorar, pois devia retornar logo ao trabalho... Falou sobre isso e protestou contra a “estrebaria alheia”. Um novo arrombamento!
(...)
A postagem sobre o filme, na parte que trata deste encontro (ver https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/02/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_22.html), nos revela que o texto da peça foi reproduzido quase integralmente.
Podemos notar que a produção cinematográfica mostrou o chefe de polícia preocupado com o fato de o amigo ter se envolvido com a filha do “rei dos mendigos”, algo que não percebemos no texto da peça.
Outro detalhe é a “Canção dos Canhões” que no texto é apresentada pelo Navalha e o chefe Brown na comemoração do casamento... Veremos que no filme essa apresentação ocorre em outro momento.
(...)
O Navalha explicou que o “serviço” (a ocupação da estrebaria) tinha sido muito fácil, que não havia com o que se preocupar... Na sequência manifestou sua alegria por ter o velho amigo em seu casamento. Apresentou-lhe a Polly, que vinha da família Peachum para ser sua esposa... Deu uns tapinhas no ombro do policial e apresentou-o à Polly tratando-o por “meu chapa”.
Mac Navalha não se esqueceu de apresentar também os seus comparsas... Certamente o amigo policial já tinha ouvido falar deles ou até os teria visto alguma vez... Um tanto apavorado, Brown respondeu que não estava ali a serviço e o amigo o tranquilizou dizendo que eles também não, pois participavam da festa de seu casamento. Então passou a chamar um a um dos rapazes...
Jakob-dedo-de-gancho, Jimmy, Robert, Walter, Ede, Matthias... Brown percebeu que os tipos saíram de mãos para o alto dos esconderijos. Tranquilizou-os ao dizer que Jakob era “um grande porco” e ao acrescentar que podiam se sentar tranquilamente. Eles agradeceram.
O chefe Brown salientou que estava alegre por conhecer a bela senhora do velho amigo. Polly respondeu respeitosamente... O Navalha pediu ao Brown que se sentasse e bebesse do whisky. Na sequência chamou a atenção de todos para umas palavras que tinha a dizer sobre o amigo, que o rei havia colocado bem acima dos pares, mas que permanecera seu “amigo em todas as tormentas e reveses”... Ele e Jackie Brown se conheciam de longa data, quando eram soldados e serviam na Índia. Revelou essas coisas e pediu ao companheiro que o acompanhasse na “Canção dos Canhões”, que conheceremos na próxima postagem.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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