Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/03/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_24.html antes
de ler esta postagem:
Na
abertura do segundo ato, vemos Polly alertando o marido bandido a respeito das
conversações de seu pai com Brown... Como se pode depreender, o texto não
apresenta o diálogo tal como assistimos no filme, em que o chefe de polícia se
curvou diante das ameaças do “rei dos mendigos”.
(...)
Polly chegou à estrebaria visivelmente agitada... Mac Navalha notou o
seu apavoramento e quis saber o que estava acontecendo, então ela pediu que ele
não se assustasse e foi explicando que estivera com o velho Peachum no
escritório de Brown... Falou que conversaram e que no começo o amigo manifestou
apoio, mas depois concluiu que o camarada Navalha devia “sumir por uns tempos”.
Sendo assim, precisava arrumar suas coisas o mais rápido possível e fugir.
O Navalha respondeu que
aquilo era bobagem e que no momento pretendia “fazer outra coisa com Polly”, e
não as malas... A garota o repeliu ao mesmo tempo que disse que estava assustada
porque durante o encontro só falavam de forca.
Mas como podia ser? O bandido redarguiu garantindo que
não constava nada contra ele na Scotland Yard. Polly disse que talvez sua
condição tivesse mudado muito de um dia para outro... Na sequência explicou que
tinha uma lista de acusações e nem sabia se conseguiria lembrar de todas elas...
Então falou do “assassinato de dois comerciantes, trinta arrombamentos,
incêndios, vinte e três assaltos, falsificações, homicídios premeditados,
falsos testemunhos”... E tudo em apenas um ano e meio!
Polly mais se entristeceu ao dizer que as autoridades sabiam que ele
havia seduzido “duas irmãs menores em Winchester”... Em sua defesa, Mac Navalha
respondeu que as garotas em questão haviam lhe dito que “tinham mais de vinte
anos”. O que Brown dissera a respeito?
Polly respondeu que o chefe de polícia lhe avisou que
não podia fazer nada pelo amigo... Desolada, lançou-se ao pescoço do marido
marginal. Mac Navalha mostrou resignação e disse que, já que teria de partir,
era melhor passar a ela a “direção do negócio”.
(...)
A moça mais se entristeceu... Disse que não era momento para falarem de “negócios”,
pois sequer podia ouvir a respeito. Pediu que a beijasse e jurasse que “nunca”...
Estava provavelmente a falar do caso das duas irmãs, mas o outro a interrompeu.
Ele a levou à mesa e a colocou numa cadeira. Na sequência mostrou-lhe os
livros de contabilidade, a relação dos capangas, o tempo de serviço de cada um
e o que haviam conseguido em suas ações criminosas. Mostrou-lhe anotações que
revelavam suas impressões a respeito dos homens. Sobre o Jakob-dedo-de-gancho,
por exemplo, “um ano e meio de serviço”, alguns relógios de ouro, o que era
pouco, mas o tipo “trabalhava limpo”... Polly foi para o colo do marido, mas
este tinha pressa de passar-lhe novas informações.
Mac leu sobre o
Walter-salgueiro-chorão e comentou que se tratava de tipo “pouco confiável”, já
que eventualmente se metia em projetos “por conta própria”... Aconselhou Polly
a mantê-lo por mais umas seis semanas e devia entregá-lo ao Brown...
A moça estava atenta às
informações, mas não conseguia conter as lágrimas... Mac prosseguiu com as
fichas dos capangas... Sobre Jimmy II, disse que era um “sujeito descarado”.
Dava lucro, mas era dos que surrupiavam até “as calcinhas das senhoras da alta
sociedade”. Sugeriu a Polly que lhe desse um “adiantamento”.
Sobre
Robert-serrote, pouco a dizer, já que se tratava de um tipo sem qualquer
talento, que “não morre enforcado, mas também não devia nada”. De resto orientou
Polly a seguir fazendo o que já sabia: levantar-se às sete, se lavar, tomar
banho...
(...)
Por fim, Polly acabou concordando que devia fazer um esforço e “cuidar
dos negócios”. O que era de Mac era dela também! Disse isso e perguntou a
respeito de alguns quartos que ele mantinha... Não seria melhor se desfazer
deles? Era muito gasto com aluguel! Livrando-se dos quartos, podiam economizar
um bom dinheiro.
O Navalha não concordou e afirmou que ainda
precisava dos quartos... Ela insistiu que os aluguéis consumiam dinheiro... Ele
respondeu que estava com a impressão de que ela achava que o marido não mais voltaria.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/03/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_6.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto