quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – retomando o filme; a muito custo e sustos o reverendo consegue se livrar do armazém e da companhia de Mac Navalha e sua gang; algum entretenimento antes do jantar comemorativo; Polly apresenta uma bela canção; a polícia chega ao local


O reverendo foi flagrado se retirando do armazém ocupado pelos homens do Mac Navalha para a realização de seu casamento com Polly. Mas será que não os honraria com a sua presença? O religioso disse que tinha um batismo... Mas àquela hora? Um dos capangas brincou que em breve ele seria necessário para celebrar algum batismo como resultado do casamento do capitão...
O reverendo sentiu-se incomodado, os homens riram a valer. Polly também deu boas gargalhadas, mas todos foram interrompidos pelo Navalha que vociferou para que se calassem. Justificou que não deviam fazer piadas sujas na frente de uma dama e na sequência perguntou novamente sobre o relógio de pêndulo. Os bandidos se entreolharam, um apontando para o outro... Pelo visto a prenda tão esperada não havia sido “recolhida”.
Mac Navalha ordenou que acompanhassem o reverendo pelo seu caminho de volta, pois todos sabiam que a região portuária era das mais perigosas. Um dos homens conduziu o religioso e seu revólver disparou acidentalmente enquanto desciam a escada externa. Isso provocou tremendo susto ao reverendo... Aquele que devia acompanhá-lo parou por um instante para ajeitar os sapatos e a situação caiu sob medida para que o outro saísse às carreiras por um beco.
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No interior do armazém número três, a gang pôs-se a servir-se dos pratos que prepararam para o jantar comemorativo. Os homens avançaram vorazmente sobre petiscos, carnes e massas. Mais uma vez o chefe chamou-lhes a atenção e, ao lado de Polly, disse que gostaria que não se apressassem a comer e que, antes disso, podiam se divertir um pouco. A própria Polly adiantou-se a dizer que também estava com fome. O Navalha argumentou que na sociedade sempre havia algo para entreter os convivas nessas ocasiões. Será que ninguém se habilitava a apresentar algo?
Vemos um dos tipos se empolgando e exibindo algo circense... Plantou “bananeira” sobre uma mesa e depois fez uns malabarismos com uma baixela. A cena patética foi reprovada pelos demais que o olharam em silêncio. Mac Navalha perguntou aborrecido se alguém se encarregara de vigiar a porta...
No mesmo momento um dos capangas se dirigiu à porta... Os demais permaneceram à mesa e em silêncio enquanto aguardavam a autorização para comer... De repente, Polly manifestou-se dizendo que, como ninguém se prontificava a apresentar algo, ela mesma o faria. Disse que oferecia aos presentes uma canção. O Navalha mostrou-se admirado e voltou o olhar para a noiva. Imitando o chefe, os capangas a aplaudiram. Houve quem disfarçadamente começou a comer dos pratos.
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Polly canta sobre a época inocente de uma garota que bem podia ser ela mesma... A canção retrata o aparecimento de pretendentes em sua vida e o quanto eram diferentes uns dos outros. De modo simplificado podemos dizer que, sem ter recebido qualquer orientação, dispensou-os um a um e acabou rendendo-se ao menos gentil.
No texto da peça a referida canção aparece num outro momento (https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/03/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_21.html)... Mais precisamente quando Polly dá a entender aos pais que se juntara ao bandido Mac Navalha. Em breve a canção será apresentada em postagem sobre a cena citada.
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Vemos Polly com seu vestido de noiva, devidamente centralizada, entre flores e um candelabro... Num dos cantos do armazém ela se posicionou para apresentar sua canção. Uma bela cena... À sua frente estão os delinquentes companheiros de seu marido, o perigoso Mac Navalha... De sua boca saem versos sobre a necessidade de ser fria e calculista, além de manter-se firme e rejeitar amáveis e promissores pretendentes.
O Navalha se encantou com a apresentação da esposa... Evidentemente se enxergou na parte final da canção e mais se envaideceu quando ela terminou e todos os presentes aplaudiram com empolgação. Gritaram que ela sabia mesmo cantar, que a canção era linda... Mas mais uma vez Mac Navalha chamou-lhes a atenção vociferando que eram idiotas por não entenderem que não havia nada de “bonito” na canção. E isso porque Polly havia apresentado um número de arte. Ele mesmo sentenciou que foi maravilhoso, foi arte demais para aquele “lixo”... Disse isso em referência aos seus capangas, que eram os expectadores daquele espetáculo.
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O sermão do Navalha foi interrompido pelo tipo que vigiava a porta. Ele chegou avisando que a polícia acabara de chegar ao local.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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