segunda-feira, 29 de março de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – Jenny lê a sorte do Navalha; mulher astuta tem o nome iniciando por J, não seria P?; vaticínio de tempos difíceis; Jakob se diverte com as denúncias contra o capitão; “do berço ao túmulo, o importante é a roupa”, uma conversa das prostitutas sobre o que preferem e o que deploram na vestimenta; introduzindo a “balada do cafetão”


Uma das companheiras de Jenny, Dolly, mostrou-se interessada na “leitura da sorte” do Navalha, aproximou-se com uma luminária a querosene e a animou a observar com atenção a mão do outro, pois ela “entendia do riscado”.
O Navalha queria saber apenas de boas notícias, então perguntou se Jenny “via” alguma herança em seu futuro... A resposta foi curta e negativa. Betty, outra moradora da casa, assustou-se com a fisionomia da amiga e quis saber o que ela tinha a dizer. Seria alguma longa viagem? O Navalha também começou a ficar ansioso... Novamente a resposta foi curta e negativa. A Encrenqueira perdeu a paciência; o que era então?
O Navalha só queria ouvir boas previsões... Mas Jenny ainda mais o deixou confuso e desconfiado quando pediu que todos esquecessem, pois ela só “via escuridão apertada e pouca luz”... Disse que estava vendo também um grande “A” de “astúcia de uma mulher”...
Talvez a cigana dissesse mais, porém o próprio Navalha a interrompeu querendo saber “o nome da mulher astuta”. Jenny respondeu que o nome da astuta se iniciava com J e no mesmo instante o Navalha a corrigiu dizendo que a inicial da “mulher astuta” só podia ser P.
O vaticínio veio na sequência... Jenny revelou que, “quando os sinos da coroação em Westminster começarem a repicar”, Mac Navalha viveria tempos difíceis. Ele pediu para ela continuar, mas de repente Jakob disparou uma gargalhada e o capitão correu até ele para saber o motivo... Pelo visto tratava-se de alguma informação sobre seus delitos e ao ler a informação protestou dizendo que era uma mentira, pois “eram só três”... O “dedo-de-gancho” afirmou que sabia que ele dizia a verdade, e era por isso que estava rindo.
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Mac Navalha dava mostras de que pouco se importava com a perseguição e as acusações falsas... Logo se esqueceu da gozação do “dedo-de-gancho” para provocar uma das prostitutas que se mantinha à sua volta... Disse-lhe que sua roupa era “bonitinha” e ela respondeu que “do berço ao túmulo, o importante é a roupa”. Então teve início uma conversa entre suas colegas a respeito das vestes e tecidos que apreciavam ou deploravam. Uma mais velha salientou que jamais usava seda, pois os clientes imaginavam que isso era uma indicação de doença...
Jenny se retirou do grupo e seguiu em direção à janela... Alguém perguntou aonde ia, ao que ela respondeu que logo todos saberiam. Molly, outra prostituta mais interessada no Mac Navalha e na conversa das demais, disse que o linho caseiro também a desagradava. A mais velha deu sua opinião a favor do tecido que lhe trazia “muita sorte”... A Encrenqueira a provocou garantindo que dessa forma conseguia fazer com que os homens se sentissem em casa.
O Navalha trouxe Betty à conversa ao perguntar-lhe se ela continuava a usar “galões negros” e que roupa usava “por baixo”... Ela respondeu afirmativamente à primeira pergunta, mas foi interrompida por uma das colegas que se intrometeu dizendo que não podia levar ninguém ao quarto, pois sua tia era daquelas doidas por homens... Fez questão de dizer que ela mesma não usava nenhuma roupa por baixo.
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Alheio à reunião do capitão com as prostitutas, Jakob permaneceu atento à leitura do jornal e às informações sobre as acusações contra o chefe... Voltou a rir e explicou que havia chegado à parte que tratava dos estupros...
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O Navalha quis saber de Jenny que, como sabemos, havia se retirado do grupo... Na sequência resolveu contar a história que o ligava à Jenny. Entre as damas que o cercavam, a Encrenqueira era a que gostava de provocar, por isso, obviamente despeitada ao notar a preferência do famoso cliente pela outra, começou a imitá-lo... “Muito antes de a minha estrela brilhar sobre esta cidade...”, foi assim que ele começou.
O bandido estava para iniciar a “Balada do Cafetão”, que narra os primeiros tempos e seu vínculo com Jenny... Como veremos, ela participará da canção confirmando sua cumplicidade mesmo sendo explorada por ele.
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O texto da peça traz breve explicação: “Enquanto Mac canta, Jenny em pé do lado direito da janela, faz sinais para o policial Smith. A Senhora Peachum vem juntar-se a ela. Debaixo do poste, os três observam a casa”.
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O Navalha prosseguiu dizendo às mulheres que havia vivido em precárias condições... Se tornara famoso, mas jamais esqueceria os que se mostraram companheiros nos tempos sombrios... Sobretudo Jenny que, “entre todas as meninas”, era a que mais considerava.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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