Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/02/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_15.html antes
de ler esta postagem:
De fato, no piso superior, e prestes a descer a
escada, estava o chefe da polícia londrina... O Navalha sorriu e acenou
cumprimentando-o... “Olá Jackie!”... Com a aparência carrancuda, o tira
respondeu, “Olá Mackie!”.
Os dois se
aproximaram na base dos degraus, cumprimentaram-se novamente batendo
continência e deram-se as mãos que foram calorosamente apertadas. Sorriram um
para o outro... O policial observou o ambiente e perguntou se o amigo de longa data
não poderia ter escolhido outro local para celebrar o casório. Tinha de se
apropriar do armazém de outra pessoa? Com o dedo em riste, exclamou que aquilo
era uma invasão... Mais uma!
O Navalha não deu atenção... Abraçou o amigo e disse que estava contente
porque ele não deixou de comparecer ao seu casamento. Jackie respondeu que
fizera questão, que tinha muito prazer por estar ali para parabenizá-lo. Disse
isso e logo pediu desculpa, pois tinha de se retirar para o trabalho.
Mac
virou-se para a noiva e a chamou... Apresentou o amigo, “Tiger Brown”, chefe de
polícia de Londres. Este não escondeu o seu encantamento, tirou a cartola
respeitosamente e aceitou a taça que a jovem lhe ofereceu.
Enquanto bebericava
da taça, Tiger Brown pôs-se a falar mais animadamente... Falou sobre os muitos
lugares onde os dois amigos estiveram juntos em combate pelo império britânico:
“Índia, Sudão, muitas batalhas...”. Mac Navalha interrompeu a falação para
apresentar-lhe Polly formalmente. Disse que se tratava da “ex-senhorita”
Peachum.
No
mesmo instante, Jackie Tiger Brown espantou-se pedindo ao Navalha que
confirmasse o que acabara de revelar... Mas aquela jovem era filha do velho
Peachum! E Mac ousara fugir com ela, a “filha do rei dos mendigos” de Londres?
Era muita coragem! Ele certamente teria problemas por isso.
Voltando-se
diretamente para Polly, o chefe de polícia tratou-a por “minha senhora” e
voltou a dizer que precisava ir. Ao amigo Navalha insistiu que precisava voltar
ao escritório, pois a coroação da rainha estava próxima e ele devia cuidar para
que nada de errado ocorresse. Ele seria responsabilizado se ocorresse algo...
Seu cargo estava em jogo!
Antes que o outro
iniciasse a subida da escada, Mac quis saber da Scotland Yard... Sabiam de algo
que o pudesse comprometer? Jackie fez questão de garantir que não tinham nada
contra o Navalha porque ele mesmo “cuidara de tudo”...
Despediram-se... O policial corrupto avançou pela escada reclamando da
precariedade do local. Da próxima vez deviam escolher “um armazém melhor”!
(...)
Polly organizava a mesa... Quis saber dos capangas se aquele que acabava
de se retirar era mesmo o famoso Tiger Brown... Eles confirmaram e adiantaram
que o grupo tinha relações com as “mais altas autoridades”.
Um dos homens anunciou ao chefe que chegara o
momento da “melhor parte”... Numa área menos tumultuada do armazém, os capangas
se alinharam com suas roupas elegantes e com alguns candelabros... Os
recém-casados se acomodaram para apreciar a surpresa, a canção de “Bill Lawegen
e Mary Syer”.
A canção, apenas iniciada e com mínimas
variações, é a mesma apresentada em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/02/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_15.html... No filme os capangas de Mac Navalha fazem uma dramatização ao mesmo
tempo em que levantam cortinas para revelar outros presentes que conseguiram
para o casal... Basicamente a luxuosa mobília para o quarto das núpcias.
(...)
Um narrador...
Assim
que os bandidos levantam o pesado portão do armazém, a tela se torna escura. Um
narrador explica que os espectadores acabaram de assistir “namoro e casamento
de Polly Peachum”. Esclarece que na sequência todos teriam oportunidade de
conhecer “o poder do rei dos mendigos”, que é como o pai de Polly se autodenominava.
(...)
Vemos a entrada do “escritório”
do pai de Polly, “Peachum e Cia”... Na parede se lê “O homem mais pobre de
Londres” e “Não ignore a miséria”... Uma gente miserável transita de um lado
para outro, entram ou saem do escritório... Os mendigos vestem andrajos e levam
equipamentos e acessórios que denunciam suas moléstias e deficiências.
Na
escrivaninha está J.J. Peachum... À sua volta estão os mendigos que lhe devem o
pagamento pela licença que obtiveram ou pretendem obter... Só assim podem
mendigar em determinadas ruas da cidade. Um deles implora ao “patrão” que lhe
conceda uma licença, mas como é muito pobre não tem todo dinheiro exigido. O
homem não se comove e apenas mostra ao desafortunado a parede em que se lê “dê
e receberás”. Depois recolhe parte do pagamento e anuncia as exigências do
escritório.
Peachum chama a
esposa... Então pega um cartão e anuncia um endereço: “Baker Street, 314”.
(...)
Os
registros em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/01/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_13.html
, sobre o texto da peça,
nos revelam que o miserável em questão é o pobre Filch.. Como se pode notar, a adaptação
para o cinema não apresenta o personagem tal como o vemos no texto. Neste reconhecemos
sua amargura por ter sido surrado pelos agentes de Peachum ao ser flagrado “sem
licença” e o “vemos” no escritório para obtê-la... No filme ele aparece como os
demais “candidatos” a mendigos.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/02/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_24.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto