sábado, 5 de outubro de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – enquanto os guerreiros aimoré preparam suas armas, o cacique aspira a fumaça do fumo queimado por sua bela e jovem filha; outro fragmento com conteúdo inferiorizante sobre os inimigos de d. Mariz; Peri se lança sobre os aimoré; carnificina; golpe contra o cacique

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/10/o-guarani-de-jose-de-alencar-peri_4.html antes de ler esta postagem:

Entre os ferozes aimoré estava o velho chefe da tribo. Ele também era bem alto... Via-se que sua posição era de grande importância porque observava o trabalho dos demais como quem preside tarefas. Sua filha, uma índia jovem e bela, o acompanhava de perto. Além da beleza, ela se destacava pela aplicação que dedicava à sua tarefa, que consistia em produzir espessa fumaça a partir da queima de folhas de tabaco.
O velho aspirava a fumaça e se transformava. O fragmento a seguir também concebe uma classificação inferiorizante:

Envolto pelo fumo espesso que se enovelava (...) aquela figura fantástica parecia algum ídolo selvagem, divindade criada pelo fanatismo desses povos ignorantes e bárbaros.

Algo chamou a atenção da jovem índia. Ela debruçou-se sobre o ombro do pai, que se tornou paralisado... Falou-lhe ao ouvido e, na sequência, a um sinal dele, voltou a queimar as folhas de pitima (de petim; tabaco)...
Passou-se algum tempo e os aimoré permaneceram em seus afazeres. Novamente a menina estremeceu... Ela ouvia rumores na floresta, e dessa vez um guerreiro também se agitou e levantou a cabeça por ter notado algo... Logo todos os demais estavam em postura de atenção. Todo o bando voltou-se para a índia depois que ela soltou um tremendo grito enquanto estendia a mão em determinada direção... Imediatamente o cacique girou sua tangapema (um porrete ou tacape; em tupi, “arma valente de guerra”). Os demais também empunharam suas armas... Fez-se um aglomerado e no meio dele se posicionaram as crianças.
Todos esperavam o ataque dos brancos, mas se passou algum tempo e nada ocorreu. Convenceram-se de que não haveria nenhum combate e que o rumor que notaram devia ser próprio da floresta.
Mas aconteceu que, de repente, Peri aterrissou no meio deles. Ao lançar-se de uma das árvores eliminou dois guerreiros. Movimentou o montante sobre a sua cabeça, e foi assim que um círculo de inimigos abriu-se ao seu redor. Depois encostou-se a uma pedra de tal modo acomodada que os selvagens só conseguiam atacá-lo, no máximo, aos pares. A narrativa expressa o horror que se seguiu:

Houve uma confusão, um turbilhão horrível de homens que se repeliam, tombavam e se estorciam; de cabeças que se levantavam e outras que desapareciam; de braços e dorsos que se agitavam e contraíam, como se tudo isto fosse partes de um só corpo, membros de algum monstro desconhecido debatendo-se em convulsões.

A gritaria era intensa e misturava-se aos gemidos e aos choques das armas... De um momento para outro os ataques cessaram porque uma grande quantidade de cadáveres se acumulou entre Peri e os guerreiros... O goitacá estava exausto e, como o seu braço direito já não dava conta de manipular o montante, passou a arma para a mão esquerda. Foi nesse momento que o velho cacique caminhou em sua direção com uma enorme clava portando “escamas de peixes e dentes de fera”. Peri apenas o olhou e, no momento em que sofreria o golpe, decepou o punho de seu inimigo com o batente... Clava e mão foram ao chão enquanto o líder aimoré gritava de dor... Seu sangue tingia os demais guerreiros.
É claro que eles se tornaram sedentos de vingança.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/10/o-guarani-de-jose-de-alencar-peri-se.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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