terça-feira, 15 de outubro de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – um amanhecer esplêndido; Isabel passou a noite com maus pressentimentos; os aimoré não estavam por perto, mas d. Mariz sabia que não devia transmitir falsas ilusões; Peri chega trazendo Álvaro completamente desfalecido; o moço tombou depois de confronto desigual contra os selvagens

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/10/o-guarani-de-jose-de-alencar-noite-os.html antes de ler esta postagem:

O belo dia que se iniciava trazia novas esperanças aos corações... Nem todos, porém, alimentavam grandes expectativas...
Isabel saiu de casa para contemplar a luz do dia. A moça deitou a cabeça no ombro de Cecília para esconder suas preocupações... Trazia em seu íntimo um amargo sentimento devido aos maus pressentimentos que alimentou durante toda a noite.
(...)
D. Mariz concluiu que, de fato, os aimoré haviam retraído suas posições. Aires Gomes e mestre Nunes percorreram os locais onde eles realizaram o cerimonial canibal da véspera e não constataram a sua presença... Os selvagens cuidaram de enterrar os seus mortos e partiram... Mesmo recebendo o relato positivo de seu escudeiro, d. Mariz não se mostrou animado e nem transmitiu qualquer esperança aos seus.
De fato, logo todos perceberam que havia muito com o que se preocupar e que a tragédia teimava em se fazer presente entre eles.
(...)
Peri retornou ao casarão na manhã daquele mesmo dia ensolarado e tranquilo para a gente de d. Mariz... O seu grito foi escutado quando ele chegava à escada de pedra. Cecília, tomada de intensa alegria, quis dirigir-se até ele... Mas viu que mestre Nunes baixava uma prancha para que o índio chegasse até a porta da sala.
Peri trazia Álvaro desfalecido em seus ombros... A chocante visão emudeceu d. Mariz, d. Lauriana e Cecília... Isabel desmaiou.
Peri chorava enquanto caminhava até o sofá para deitar o cavalheiro... Respeitosamente, os aventureiros também se mantinham em silêncio. D. Antônio quis saber o que havia ocorrido. Então Peri contou-lhe tudo, desde o momento em que deixara a casa para se livrar do envenenamento conforme prometera à sua senhora.
(...)
O texto esclarece que Peri conhecia, graças aos ensinamentos de sua mãe, os antídotos que a própria natureza oferece... E foi assim que conseguiu se restaurar.
É claro que enfrentou dificuldades logo que se dispôs a restabelecer-se, pois seu organismo estava muito debilitado pelo veneno. Mas ele conseguiu novo vigor conforme ingeriu os frutos e raízes que serviam de antídoto... Passou a noite na floresta.
Pela manhã, quando caminhava depois que algumas horas do novo dia já tinham se passado, ouviu o estrondo de armas de fogo... Resolveu dirigir-se na direção dos tiros e chegou ao local em que Álvaro e os nove aventureiros (com os quais saíra em busca de víveres) estavam em confronto com mais de cem aimoré.
O goitacá explicou que a situação era das mais complicadas para Álvaro e seus companheiros... Eles estavam organizados em duas colunas, uma de costas para a outra, para se defenderem com suas espadas e arcabuzes... Depois de uma hora de resistência, a luta se tornara praticamente corpo a corpo.
Na verdade Peri chegou ao cenário no momento em que o aventureiro que estava de costas para Álvaro resolveu se adiantar um pouco. Infelizmente isso deixou a coluna vulnerável e o cavalheiro completamente indefeso... É verdade que, mesmo assim, ele conseguiu eliminar vários selvagens com sua lâmina... Mas acabou violentamente atingido na cabeça por uma pesada tangapema.
Mesmo ao cair, Álvaro conseguiu abater o seu agressor... Depois disso, vários guerreiros inimigos o cercaram. Peri jogou-se em cima deles e, tendo conseguido agarrar uma espingarda que estava no chão, atacou-os fazendo a arma girar como se fosse uma clava... Os aimoré se afastaram, e Peri conseguiu resgatar o amigo.
Alguns ousaram persegui-lo. Mas Peri foi hábil... Deitava Álvaro, carregava a espingarda e disparava contra o que estava mais próximo... Os demais batiam em retirada só de reconhecê-lo do dia anterior.
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas