sábado, 13 de fevereiro de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – retomando o texto; a organização do jantar de núpcias continua bem tumultuada; votos de felicidade, novos desentendimentos, referências às companheiras prostitutas e trocas de ofensas; um presente para Polly e um relógio de pêndulo

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/02/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold.html antes de ler esta postagem:

Ao final da cantoria o “Salgueiro-chorão” anunciou à Polly que já possuíam um banquinho graças aos cortes que impuseram às pernas do cravo... O Navalha exigiu que seus capangas se trocassem, pois vestiam uns trapos e tinham de se trajar de acordo com a solenidade de seu casamento. À Polly solicitou que cuidasse das bebidas e comida. Ela interpelou-o a respeito do “banquete nupcial”, era mesmo tudo roubado? E se o xerife chegasse à estrebaria?
O Navalha respondeu que se isso ocorresse ela veria do que o marido seria capaz. O bandido Matthias-moeda quis tranquilizá-la ao dizer que no momento a polícia estava mais preocupada em guarnecer a localidade de Daventry por causa das festividades de coroação da rainha que ocorreria na próxima sexta-feira.
Polly observou a precariedade dos talheres... Apenas duas facas para quatorze garfos! Mais uma vez Mac Navalha esbravejou contra seus capangas, que só conseguiam realizar “trabalho de aprendiz”... Onde já se viu? Certamente não saberiam diferenciar um Chippendale de um Louis XIV!
(...)
A gangue que havia se retirado para vestir as roupas “adequadas à solenidade” retornou com trajes elegantes... Todavia o comportamento dos bandidos continuou ultrajante.
O “Salgueiro-chorão” adiantou-se a dizer que pretendiam trazer para o chefe o que há de melhor. Apontou para a madeira de um dos móveis observando que a madeira era de primeira.
Matthias dirigiu-se ao capitão e pediu a palavra... Mac pediu para Polly se aproximar para ouvir o que o capanga tinha a dizer... De fato, ele pronunciou palavras de cumprimentos ao casal. Falou sobre a nova vida que o chefe estava iniciando e expressou seus sinceros e profundos votos de felicidade. Na sequência apertou a mão do noivo e exclamou que devia “manter a cabeça erguida”.
O Navalha agradeceu a gentileza enquanto Matthias o abraçava... O tipo cumprimentou Polly com um aperto de mão, chamou-a de patroa e sugeriu que também não baixasse a cabeça... Atrapalhado, corrigiu-se dizendo que era Mac que não podia permitir tornar-se “cabisbaixo”. Todos pareceram entender a piada e gargalharam a valer... O Navalha enfureceu-se, derrubou o Matthias depois de puxar-lhe pelo pescoço, e gritou que o capanga devia contar suas piadinhas sujas à Kitty, sua prostituta de estimação.
Polly interveio dizendo que Mac não devia tratá-los com tanta vulgaridade. Matthias manifestou sua indignação, levantou-se com dificuldade ao mesmo tempo que dizia que não gostara de ouvir o chefe chamar a sua Kitty de “rameira”. Ele jamais dissera “piadinhas sujas” a ela! A estimava muito e sabia que isso ninguém poderia entender, nem mesmo Mac... Depois soltou que Lucy (outra prostituta) lhe contara sobre as piadinhas muito piores que o Navalha lhe contara.
Obviamente o chefe dirigiu-lhe um olhar fulminante... O bandido Jakob lembrou que estavam num casamento e que deviam celebrar... Afastaram o Matthias e a situação voltou ao “normal”. Mac voltou-se à Polly e mais uma vez lamentou que no dia de sua boda tinha de se perceber rodeada por lixo. Mas o que fazer se não podiam imaginar que o marido seria “deixado assim” pelos amigos? Pelo menos era um aprendizado...
Polly observou que estava gostando... O capanga Robert se intrometeu ao dizer que o chefe estava falando bobagens, afinal ninguém dissera que abandonaria o grupo... Salientou que as divergências acontecem em qualquer lugar. Fez questão de falar que todos ali gostavam da Polly como das demais mulheres com as quais se relacionavam. Depois pediu ao “moedinha” (como o Matthias era carinhosamente chamado por eles) para entregar-lhes o presente.
Polly ficou encantada com a camisola que recebeu dos capangas de seu marido. O Matthias provocou o chefe ao perguntar se ele não considerava mais aquele gesto uma “piadinha suja” da parte deles... O Navalha pediu desculpa e disse que não queria ofender os amigos em dia tão festivo.
Para coroar o desfecho, Walter-salgueiro-chorão exclamou “Chippendale!” e revelou um belo exemplar de relógio do “estilo Chippendale”. Mac Navalha viu que os homens conseguiram o relógio de pêndulo e lhe faziam uma surpresa... Mesmo assim corrigiu-os dizendo que se tratava de um “Louis XIV”.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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