Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/01/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold_24.html antes
de ler esta postagem:
No
texto da peça vemos o Navalha reprimindo os seus capangas e desconsiderando o
esforço dos homens ao vociferar que tudo o que trouxeram era “lixo”. Um deles,
chamado Jakob-dedo-de-gancho cumprimentou o casal pela celebração e desejou felicidades
ao mesmo tempo em que se desculpava dizendo que na Ginger Street, 14, havia
pessoas no primeiro andar e, sendo assim, tiveram de “desinfetar a área”...
Outro que era conhecido como Robert-serrote também desejou felicidades ao
capitão e se explicou dizendo que teve de eliminar um tira, que acabou “virando
presunto na beira do rio”.
Mac Navalha não se cansava de reprová-los. Chamou-os
de “amadores e incompetentes”. Outro capanga conhecido como Ede respondeu que
haviam feito o que podiam e não conseguiram evitar a morte de três pessoas no
Westend... Parecia que queriam morrer! Disse isso e depois felicitou o chefe
pelo casamento, mas Mac Navalha só tinha palavras para criticá-los... Por fim,
o capanga de nome Jimmy explicou que sobraram agressões e tiros também para um
velho, mas com sorte nada de mais grave teria ocorrido. Jimmy também saudou o
capitão pelo casório.
(...)
O Navalha vociferou que
havia dado orientações para que tudo ocorresse sem derramamento de sangue.
Lamentava profundamente que seus capangas jamais seriam homens de negócios. Em
vez disso, podiam ser canibais. Ele foi interrompido por
Walter-salgueiro-chorão que também resolveu cumprimentar o chefe e agradar a
noiva com um cravo que, segundo pronunciou, “até meia hora pertencia à duquesa
de Somersetshire”... Polly quis saber que móveis eram aqueles destinados ao
casal... Afinal toda violência e mortes ocorreram por causa daqueles móveis?
Desolada, chorou.
Mac Navalha deu razão para a esposa e exclamou, “e que
móveis!”, “tudo lixo!”... E seguiu criticando a falta de harmonia de tudo o que
fora trazido. O sofá renascentista em nada combinava com o cravo marchetado (o
instrumento musical certamente valioso). E não é que não haviam trazido nenhuma
mesa?
O “Salgueiro-chorão” tratou de organizar os
companheiros para arranjarem umas tábuas sobre os cochos (não podemos esquecer
que no texto da dramaturgia o casamento ocorreu numa estrebaria, e não num
armazém do porto, como destacado no filme). Polly manifestou sua infelicidade e
pediu a Deus que o pastor não aparecesse ... Matthias apressou-se a garantir
que o reverendo chegaria a qualquer momento, pois lhe haviam ensinado o
caminho. Neste momento o Walter-salgueiro-chorão anunciou que a mesa estava
pronta.
Polly ainda mais chorou. O Navalha gritou sua
indignação e perguntou sobre as cadeiras. Tinham o cravo e nenhuma cadeira! Era
muita insolência! Justamente no dia em que festejaria a boda! Dirigindo-se ao
Salgueiro-chorão, perguntou quantas vezes os deixava agir sozinhos... Logo na
primeira vez tornavam infeliz a sua esposa!
Ede quis remediar as coisas dirigindo-se à Polly,
chamando-a “querida”. Mac enfureceu-se ainda mais e deu um safanão no abusado.
Como ousava chamar sua esposa de “querida”. Disse que afundaria a cabeça do
outro “até as tripas”. Xingou-o e perguntou se por acaso havia dormido com
Polly.
Ela pediu ao Mac que parasse com as agressões. Ed
começou a jurar que jamais se envolvera com a digníssima esposa do chefe, mas
Walter-salgueiro-chorão o interrompeu e dirigiu-se a ela com um “minha ilustre
senhora” e garantiu que, se ela achasse falta de alguma peça no mobiliário,
eles sairiam mais uma vez para providenciar tudo de acordo. Mac Navalha
disparou um riso nervoso e observou mais uma vez que tinham um cravo marchetado
e nenhuma cadeira... O que a esposa pensava disso?
Polly respondeu que aquilo
não era o pior... Mac sugeriu uma situação pior (“duas cadeiras e um sofá, e os
noivos sentam no chão”). Ela concordou e no mesmo instante ele ordenou que
serrassem as pernas do cravo.
Quatro dos homens começaram
o serviço enquanto cantaram a balada de Bill Lawgen e Mary Syer... A mesma que,
no filme, é cantada por um par deles diante do espelho:
“Bill
Lawgen e Mary Syer
Tornaram-se
marido e mulher,
Mas,
quando se casaram na capela,
Ele
ignorava de onde vinha a roupa dela,
E
ela não sabia o nome dele sequer,
Viva!”
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/02/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold.html
Leia: “A
ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um
abraço,
Prof.Gilberto