Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-como-d.html
antes de ler esta postagem:
As moças passeavam à
tarde... À frente da casa estavam d. Mariz e Álvaro conversando... Cecília
encaminhou-se até eles sempre de braços dados a Isabel. Ela pediu que o pai as fizesse
companhia... Álvaro não apresentou nenhuma objeção, então eles continuariam
seus assuntos enquanto caminhavam um pouco mais atrás das duas moças. Foi assim
que Cecília conseguiu aproximar Isabel de seu amado.
Álvaro ainda estava triste com a lembrança do diálogo com Cecília... O
rapaz notava que ela o evitava, porém percebeu que aquele era um momento
amistoso... O caminho que faziam era o preferido de Cecília para suas carreiras
e brincadeiras entre as folhagens. Isso permitia apartar-se de Isabel, e tanto
forçou os gracejos que d. Mariz e Álvaro se aproximaram delas. Foi então que a
menina resolveu que tinha um segredo para tratar com o pai. Restou a Álvaro
fazer companhia a Isabel.
Ele notou que Cecília o
desprezava, mas não entendia por que ela estava envolvendo Isabel em sua
maquinação. Logo ele perguntou a Isabel qual era o significado daquela
situação... A moça respondeu que não sabia, embora desconfiasse que estivesse sendo
vítima do escárnio de Cecília...
Ela mostrou o bracelete para Álvaro e deixou claro que
havia sido enganada, pois jamais o aceitaria. O moço percebeu que ela sabia que
o objeto era um presente seu destinado a Cecília, então quis entender como é
que ele tinha ido parar no braço dela... Esclareceu que ele também estava sendo
humilhado e caçoado pela outra.
Isabel falou que havia sido enganada por Cecília sem saber o motivo...
Álvaro pegou a mão da donzela e encostou um dos joelhos no chão para
implorar-lhe por uma resposta sobre o motivo de ser rejeitado por Cecília, e
também por que a sua prenda havia sido desprezada por ela... Ele insistiu e até
adulou Isabel dizendo que ela era uma pessoa boa que não o deixaria sofrer. De
sua parte, Isabel estava encantada por ter a mão tocada por Álvaro, que lhe
suplicava aos pés... Então falou que sua resposta o faria odiá-la. Ele encheu-a
de confiança e disse que nada poderia fazê-lo irritar-se, pois a considerava
uma amiga... Disse que ela podia considerá-lo um amigo.
A moça estava disposta a revelar-se, mas esperava ser
perdoada pelo que diria. É claro que Álvaro não entendia por que razão deveria
perdoá-la... Ele não tinha a menor ideia dos sentimentos que Isabel nutria por
ele, e não tinha a menor noção do medo que ela sentia de sua reação... Ela
pensava sobre os sentimentos que sabia que o rapaz devotava a Cecília, e se
considerava indigna de estar ali na sua presença... Não foi por acaso que ela colocou
as mãos no rosto.
Em vez de levá-lo a desistir, essa reação o tornou ainda mais curioso.
Álvaro quis entender de uma vez por todas de que se tratava aquele “enigma”...
Inquiriu-a ainda outra vez e percebeu que ela estava chorando... Ele se
entristeceu com isso e disse que estava ainda mais cheio de dúvidas... Na
sequência, tomou-lhe as duas mãos... Isabel empalideceu e mais uma vez
perguntou se ele a perdoaria ao saber o que se passava (ou seja, por que
Cecília a havia enganado). Álvaro respondeu afirmativamente, e quis saber
também por que deveria perdoá-la, já que não conseguia perceber nenhum motivo
para isso.
Isabel respirava profundamente e sentia aquele momento em toda a sua
plenitude, enquanto Álvaro continuava a segurar as suas mãos e a manter-se de
joelhos aos seus pés... O rapaz não deixou de notar a beleza de Isabel, que
estava radiante... Ela deitou a cabeça em seu ombro e disse quase que
sussurrando: “Porque... vos amo!”
A reação de Álvaro foi instantânea. Afastou-se
imediatamente do contato com Isabel como se estivesse sendo atacado... Seu
devotamento por Cecília não admitia aquela intromissão... A situação se
inverteu e foi Isabel que se ajoelhou aos seus pés, lágrimas rolavam de seus
olhos e seu sorriso era de amargura... O que havia dito não podia ser
apagado... Conseguiu dizer que ele havia prometido perdoá-la. Sobre isso, o
rapaz esclareceu que nada havia a ser perdoado, solicitou que não se falasse
mais àquele respeito. A moça garantiu que não diria mais nenhuma palavra sobre seu
sentimento e, se fosse do desejo dele, não o olharia mais.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-alvaro.html
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto