quarta-feira, 11 de setembro de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – Loredano retornou aos comparsas depois de se livrar de Álvaro e Peri; Bento Simões insistia que a voz que ouviram na touça de cardos não podia ser de um humano; os bandidos decidiram passar o dia na mata e retornar à casa na “boca da noite”

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-alvaro.html antes de ler esta postagem:

O texto retoma o momento em que Loredano havia jurado que deixaria o casarão de d. Mariz perante Álvaro e Peri depois do episódio em meio à mata, logo depois que o cavalheiro se recusou a executar o italiano traiçoeiro.
Aconteceu que, como sabemos, Peri e Álvaro seguiram no rumo do casarão... Loredano retornou aos seus dois comparsas, Simões e Soeiro, com o propósito de atacar Peri e Álvaro, mas desistiu desse intento por considerar que os seus cúmplices eram muito vacilantes... Além disso, ele respeitava a destreza de seus adversários... Ao reencontrar os dois, o italiano sentenciou que a misteriosa voz não podia ter vindo de Álvaro pelo simples fato de o rapaz não executá-lo quando teve chance...
Soeiro e Simões, que já não admitiam que o ”traidores!” fosse obra de algum humano, voltaram a cogitar que haviam sido alvo da atenção de espíritos ou de algum castigo divino... Loredano discutiu com eles e disse que nem sombra nem espírito se envolvem com maquinações humanas... Bento Simões era o mais impressionado e garantia que não havia como uma “voz humana sair de dentro da terra” e, para provar, pediu a Rui Soeiro que ficasse do lado de fora do cercado de cardos e gritasse...
De fato, sem conhecer o expediente utilizado por Peri, não haveria como repetir fielmente o que havia ocorrido. Tendo falado “à boca do formigueiro” do lado de fora da cerca de cardos, a impressão causada para os que estavam escondidos no cercado era a de que a voz saia do interior da terra... Como os malvados não sabiam desse detalhe, Soeiro soltou sua voz aos ares.
Enquanto Rui Soeiro se encaminhava para o interior do cercado para conferir o resultado com os comparsas, Loredano não dava a mínima importância para o “experimento”... Para ele, contava o fato de que fosse quem fosse que estivesse do lado de fora no momento em que tramavam suas ações contra os Mariz e o casarão, não pôde ouvir tudo o que haviam combinado... No máximo, garantiu, levantou alguma desconfiança. Disse isso e depois ameaçou de morte a Bento Simões se este insistisse com aquela hipótese de “voz do outro mundo” que se afinava a crendices. O aventureiro ficou tão assustado com a ameaça do italiano que lhe jurou admitindo que a misteriosa voz só podia ser mesmo de um humano.
Soeiro retornou e os três caminharam em silêncio. Ficaram por cerca de uma hora sentados à sombra de uma árvore... Loredano calculava a situação em que estavam metidos... Pensava que não poderiam esperar mais para agir e que deveriam tomar as decisões antes que o seu plano fosse descoberto... Pensava nas possibilidades sem deixar de considerar as paixões: a riqueza que poderia obter com a exploração das minas de prata do sertão da Bahia; e Cecília, a doce menina que queria para si... Por alguns instantes considerava que deveria fugir para salvar o seu tesouro, mas isso implicava perder Cecília. Depois de matutar sobre isso, apresentou as possibilidades aos companheiros: entrar na casa, ou fugir dali de onde estavam.
Bento Simões opinou por fugir e percorrer pelos sertões sem parar... Rui Soeiro declarou-se contrário a essa alternativa, garantindo que a fuga equivalia a se denunciarem... Além disso, explicou que não teriam chances de sobrevivência no enfrentamento das dificuldades impostas pela agressiva natureza. Sua proposta foi a de entrarem na casa como se nada tivesse ocorrido... Loredano o apoiou e depois quis saber quantos aventureiros cada um havia cooptado... Soeiro garantiu oito, e Bento outros sete. O italiano decidiu que na mesma hora do dia seguinte todos deveriam se encontrar para dar início às ações.
Resolveram que era melhor aguardar a escuridão da noite para retornarem à casa. Fariam um sorteio par definir quem seria o primeiro a entrar... Passariam o dia em meio à mata, se alimentariam de alguma caça e por volta das cinco da tarde se dirigiriam para o casarão... Loredano fez questão de esclarecer que se encaminhavam para uma luta declarada, assim, recomendava, era necessário estarem prontos para eliminar inimigos.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-escondido.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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