sexta-feira, 6 de setembro de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – como d. Mariz descobriu que os aimoré atacaram; relacionando as informações, concluiu a inocência e dedicação de Peri; depois de sofrer para se livrar das amarras do cipó, Aires Gomes chega pretendendo solicitar autorização para castigar o índio; surpreende-se com as homenagens a ele e com a forçada reconciliação; Cecília e Isabel passeiam à tarde

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-na.html antes de ler esta postagem:

O texto esclarece como foi que d. Mariz ficou sabendo da luta de Peri contra os dois aimoré.
Logo depois do almoço, ele havia se aproximado da janela da sala. De lá avistou uma grande quantidade de abutres sobrevoando pelos lados do Paquequer... Imaginou que algum grande animal estivesse morto por ali... Decidiu que deveria checar o local. Chegou ao sítio onde Cecília costumava tomar banho no rio e viu que os urubus se refestelavam do outro lado da margem. Graças a uma pequena canoa, pôde passar à margem oposta, e foi assim que descobriu os corpos dos aimoré.
Ele notou que os índios haviam sido mortos com armas de fogo, e deduziu que estavam ali para atacar o casarão. Logicamente isso o deixou muito preocupado... Relacionou as mortes dos índios ao fatídico episódio em que d. Diogo acertara involuntariamente a indiazinha enquanto caçava. Entendeu que as manobras aimoré só podiam se tratar da vingança que já estava em curso... Retornou a casa e ordenou que dois aventureiros enterrassem os corpos mantendo segredo sobre o assunto, pois não queria assustar aos familiares. Em suas reflexões, imaginava que a vítima daqueles ataques seria ele próprio.
(...)
Só depois de ouvir a advertência de Peri, e de relacionar as informações de Isabel sobre os disparos e a flecha lançada em direção a Cecília, é que ele pôde concluir o que de fato havia ocorrido... A ferida de Peri apenas reforçou o enredo de seu raciocínio.
(...)
Aires Gomes chegou à saleta onde todos estavam reunidos a celebrar o entendimento sobre a permanência de Peri. O escudeiro enfrentou dificuldades para se livrar do cipó que o prendia à árvore. Mesmo em péssimas condições, dirigiu-se a casa para dar satisfação a respeito da tarefa que havia recebido... É claro que ele não entendeu a cena que presenciou. Chegou com o intento de pedir permissão a d. Mariz para eliminar o índio abusado, mas viu que todos estavam muito felizes em torno dele. D. Antônio riu-se ao ver Aires Gomes completamente desalinhado e com ares de espanto. Como sabia que o fiel escudeiro tinha diferenças em relação ao goitacá, considerou que era momento de ele também se reconciliar...
D. Antônio pediu que o velho companheiro apertasse a mão do estimado Peri... Gomes ficou paralisado porque se tratava de um pedido de d. Mariz ao mesmo tempo em que era forçado a apertar a mão de um tipo que o havia injuriado. Estendeu o braço e Peri apertou-lhe a mão animadamente. Todos riram ao ouvir Peri dizer com sua naturalidade que considerava Gomes um amigo... E que não o amarraria novamente... Gomes murmurou para consigo que aquele era mesmo um “maldito bugre”.
(...)
Na tarde daquele domingo em que d. Mariz revelou o seu “testamento” a d. Diogo e a Álvaro (e que todos festejaram a permanência de Peri), Cecília e Isabel passearam de braços dados...
Via-se que formavam um belo par com seus vestidos e traços peculiares... As meninas saíram do jardim e cada qual carregava seus pensamentos voltados para os acontecimentos da manhã... Isabel ainda avaliava os possíveis desencadeamentos da revelação que havia feito à prima... Será que todos notariam o seu interesse por Álvaro? Ao menos sentia que os ares estavam mudados... Apreciava o frescor, o perfume e as cores do ambiente... Seguia com o seu bracelete e sentia-se diferente. Agradou-lhe ouvir de Cecília o elogio sobre a sua beleza... Percebeu que a outra não usava o seu bracelete, conforme havia combinado... Relevou o “esquecimento” da prima... Sabia que não haveria como buscá-lo porque (evidentemente) não existia outro bracelete.
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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