quarta-feira, 18 de setembro de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – Peri armou-se e pensou numa maneira de fazer os nomes dos traidores chegarem a Álvaro; Cecília estava triste por não ter convencido o índio a aceitar a sua fé; Peri se explicou e emocionou a menina; “carta” de Peri a Álvaro; ignorou a vigilância de Martim Vaz e Vasco Afonso e seguiu para a mata

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-explicando.html antes de ler esta postagem:

Desde a manhã, Peri pensava sobre como deveria proceder. Armou-se com as pistolas que havia recebido de sua senhora... Não conhecia os acontecimentos recentes que envolviam a partida de d. Diogo na companhia de quatro aventureiros, e entre eles Loredano (que o índio imaginava se preparando para reunir-se com os comparsas). Para Peri importava agir e, se possível, deixar o mínimo a ser concluído por Álvaro... Deixou sua cabana e ao entrar no jardim viu que Cecília brincava na relva com a sua pequena ave de estimação.
Ele notou que sua senhora deveria estar triste por causa da conversa sobre torná-lo um nobre cristão... De fato, a educação recebida da mãe levava a menina a se incomodar com o fato de o amigo não reconhecer o seu Deus e a sua religião, então o seu desejo era catequizá-lo... Com isso, Cecília esperava torná-lo estimado por todos. Em seu raciocínio, sua intenção se equivalia a retribuir ao amigo toda dedicação dispensada por ele na defesa de sua vida... É por isso que na noite anterior pegou a guitarra espanhola, tirou dela alguns acordes e cantou a xácara sobre o amor do mouro que abandonou seus princípios e se converteu à religião de uma donzela cristã.
Peri explicou que pretendia prosseguir na vida em que havia nascido para servi-la... Cecília não entendeu o que ele queria dizer. Então Peri disse que, selvagem como era, só tinha uma lei e religião (que era a própria Cecília)... Mas se se tornasse cristão seria apenas um escravo sem possibilidade de defendê-la. A menina quis fazê-lo entender que o considerava um amigo fiel. Então o índio argumentou que se fosse cristão não poderia, pelos princípios da doutrina, matar quem a ofendesse... Isso era inconcebível para ele, que entendia que qualquer agressor de Cecília era um inimigo e, assim sendo, deveria morrer. E completou dizendo que sua desobediência se devia à necessidade de defendê-la, e garantiu que tão logo ela não mais corresse perigo, se ajoelharia aos seus pés e beijaria a cruz que ela havia lhe dado... Finalizou pedindo que não se zangasse com ele.
Cecília admirou-se das palavras de Peri, e concluiu que sua dedicação só podia ser inspirada pela religião que ela professava. Ela expressou-lhe sua satisfação dizendo que não exigiria mais dele... Disse que esperaria o momento de sua conversão e garantiu que o estimaria ainda mais.
Depois Peri pediu a Cecília que “riscasse um papel” para ele. A menina entendeu que deveria escrever algo, então pegou folha de papel e pena em sua banquinha, pediu que ele se aproximasse para dizer o que ele desejava que fosse escrito. O índio ditou “Peri a Álvaro”... Cecília concluiu que se tratava de uma carta para o rapaz fidalgo. Peri confirmou, mas na sequência ele pediu que ela escrevesse apenas os nomes do italiano e os de seus cúmplices. Solicitou que ela dobrasse o papel... A menina selou a “carta” e quis saber do que se tratava. Peri nada respondeu a respeito e pediu que ela a entregasse somente à tarde.
Era dessa forma que Peri esperava garantir que Álvaro chegasse a conhecer os nomes dos traidores brancos ainda que morresse em sua perseguição aos malfeitores. Alheia a tudo isso, Cecília estava prestes a dizer que não falaria com Álvaro, mas como teria de entrar em detalhes sobre o ocorrido, isso a fez pensar que Peri se zangaria com o rapaz e com Isabel “por lhe terem causado um pesar involuntário”, então nada falou.
Peri olhava para Cecília com ternura. Ela não podia imaginar que aquilo podia ser a despedida do amigo... Ele se sentia preparado para morrer por Cecília no enfrentamento aos inimigos.
O índio despediu-se de sua senhora e logo a seguir foi a vez de d. Diogo fazer o mesmo... Peri também encontrou Vasco Afonso e Martim Vaz fazendo a vigilância... Eles cruzaram suas espadas e tentaram impedir a sua saída... Mas Peri não deu ouvido, passou por eles e logo desapareceu pela mata.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-enquanto.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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