quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

“A Ópera de Três Vinténs” – peça de Bertold Brecht musicada por Kurt Weill – o desafortunado Filch aparece no escritório de J.J. Peachum por indicação de dois capangas do “rei dos mendigos” que o surraram; acertando a licença para mendigar; Mac Navalha conseguiu aproximar-se de Polly; a prostituta Jenny persegue o amado até a taberna onde ele se diverte

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2021/01/a-opera-de-tres-vintens-peca-de-bertold.html antes de ler esta postagem:

Peachum possuía a firma “O amigo do mendigo”... E foi para lá que o miserável Filch foi enviado para ter com o J.J. Peachum. O maltrapilho admirou-se com os vários dizeres expostos para a sensibilização das pessoas levadas a doar esmolas.
Peachum foi logo querendo saber quem era aquele que vinha ao seu encontro. Perguntou-lhe o nome, mas o Filch apresentou um resumo de sua vida carregada de infortúnios desde o nascimento (sua mãe era uma alcoólatra inveterada), não teve um pai ou lar para ampará-lo... Desde cedo percebeu que a vida mendicante pelas violentas ruas da cidade foi o que lhe restou.
Peachum não se sensibilizou, pois já estava acostumado a todo tipo de tragédia real ou falsa narrada por seus agregados. Quis saber em que parte da cidade ele mendigava e vivia a espalhar aquela “história da carochinha”... Filch começou a dizer que no dia anterior estivera na Highland Street, mas assim que Peachum verificou um “livro de ocorrências” o interrompeu para arrematar que sabia que dois de seus “agentes”, Honey e Sam, haviam aplicado uma bela surra num sujeitinho que se instalara no décimo distrito sem sua autorização. Filch confirmou e implorou por ajuda, já que os dois malvados lhe entregaram o cartão que o levara até ali. Peachum justificou a surra que o outro havia tomado. O que aquele tipinho esperava? Será que não tinha noção de que estava se intrometendo num dos melhores pontos para a mendicância?
O “rei dos mendigos” apresentou um mapa de Londres e explicou sua divisão em quatorze distritos... Quem desejasse iniciar a mendicância tinha de obter a “licença da Jonathan Jeremiah Peachum & Cia”.
Filch mostrou que não tinha como “pagar uma licença”, pois possuía apenas dois xelins. Peachum deixou claro que o rapaz precisaria de dez vezes mais aquele valor. Filch apontou para um cartaz onde se lia “Não tapeis o ouvido ao clamor do pobre”... Peachum apontou para o que dizia “Daí, e dar-se-vos á”. Filch sugeriu pagar-lhe dez xelins... Peachum o corrigiu dizendo que podia ser, mas o candidato deveria entregar-lhe a metade do que obtivesse de esmolas, e se adotasse algum equipamento de seu escritório o valor a ser repassado aumentaria em vinte por cento.
Filch acabou se interessando e quis saber em que consistia o pagamento e em qual distrito faria “o ponto”.

(...)
Voltando ao filme...
A sequência de cenas que segue não tem registro no texto da dramatização... Como veremos mais adiante, ela dará maior sentido aos episódios que marcam o casamento:

Polly e a amiga pararam diante de uma vitrine de artigos femininos da moda. Contemplaram
demoradamente um manequim vestido com um belo vestido de noiva... Suas expressões sonhadoras se refletiam no vidro da imponente loja. Pelo reflexo vemos a aproximação do Mac Navalha... Ao notá-lo na vidraça, Polly vira-se para ele.
Os dois se encaram por algum tempo até que a amiga de Polly a puxa para continuarem o passeio. As duas aceleraram os passos e o Navalha faz o mesmo...
Mac Navalha conseguiu alcançá-las e ofereceu-lhes um drink. Elas aceitaram no mesmo instante e seguiram-no a uma bodega onde ele já era bem conhecido de todos. O ambiente escuro e enfumaçado possuía mesas, muita bebida e uma pista para a dança... Uma banda animava os frequentadores...
O Navalha disse a um tipo que não queria ser incomodado durante a noite festiva. De fato, o tipo foi à porta e barrou a entrada de Jenny, prostituta que chegava perguntando sobre o paradeiro do seu amado, ninguém menos do que Mac Navalha. O tipo era tão “fiel” ao outro que se ofereceu à Jenny para que passassem juntos uma noite agradável. Ela o repeliu com toda firmeza.
Não havia mesas vagas... Então Mac se aproximou de uma delas, onde dois marmanjos se embriagavam. Esses notaram seu olhar ameaçador e se retiraram imediatamente. Ele acomodou suas convidadas e cobrou ação imediata do garçom, que largou o que estava fazendo para atendê-lo.
Entrementes, à porta do estabelecimento, enfim, Jenny conseguiu se livrar do assédio.
Leia: “A ópera de três vinténs”. Editora Paz e Terra.
Indicação do filme (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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