Que realidade tínhamos? A mais dramática... E infelizmente algo muito parecido com o que vemos na atualidade: Crianças abandonadas e desnutridas, indigentes sem teto dormindo ao relento e famílias miseráveis contrastando com a riqueza ostentada por pequena parte da sociedade.
Como se vê, a renda estava concentrada. Esse colapso marcou o fim da longa ditadura militar e contrariou a expectativa defendida por economistas que apoiavam o regime... Dizia-se por exemplo que era preciso que o bolo crescesse para dividi-lo.
De fato, houve tempos de crescimento da riqueza nacional (os tempos do “Milagre Brasileiro”), mas o custo de vida tornou-se mais caro e a parte mais pobre da população empobreceu ainda mais. Os índices de pobreza aumentaram!
(...)
Então
a violência saltava aos olhos...
O autor destaca que além das carências que se
evidenciavam, a realidade também era de opressão, exploração e autoritarismo
que perseguia, produzia vítimas e afastava a população das decisões políticas.
O
livro parte do princípio de que o desrespeito, a violação e a mutilação dos
direitos humanos explicavam a situação...
Se
os direitos fossem respeitados, a realidade seria diferente.
(...)
O propósito é o de explicar esses direitos, suas origens,
importância e a luta histórica das sociedades por esses direitos.
Didaticamente, o professor pergunta por que a realidade era
de tanta injustiça... Seria um castigo dos céus? Não haveria como fugir da
crueldade do destino? Aos seres humanos está reservada apenas a condição de
miséria?
Logo na abertura da primeira parte lemos “O Bicho” (1947),
poema de Manuel Bandeira:
O bicho
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre
os detritos.
Quando achava alguma
coisa,
Não examinava nem
cheirava:
Engolia com
voracidade.
O bicho não era um
cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus,
era um homem”.
O poema sensibiliza, leva-nos à empatia pelos que são
desfavorecidos...
Não
se pode admitir que um semelhante viva em tão precária condição.
O desrespeito aos direitos favorece a exclusão!
A
partir do momento em que os excluídos apontam por todos os lados e se tornam
visíveis (como sugere o poema), a sociedade civil acomodada à realidade passa a
perceber que há negação de condições mínimas para todos.
E isso torna a espécie mais próxima da barbárie.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/05/os-direitos-humanos-de-ari-herculano-de_22.html
Leia: Os
Direitos Humanos. Editora Do Brasil.
Um abraço,
Prof.Gilberto