domingo, 5 de maio de 2019

“Mayombe”, de Pepetela – Mundo Novo consegue garantir uma reunião mais geral para deliberar sobre as falhas do Teoria e de Vewê; conclusões sobre os últimos episódios e sobre as possibilidades de maior engajamento dos civis; início de novo relato do Chefe de Operações

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/05/mayombe-de-pepetela-esclarecendo-o-mal.html antes de ler esta postagem:

Tanto Vewê quanto o Teoria sentiam-se culpados pelos últimos transtornos...
No final, Sem Medo achou graça de tudo e destacou a coragem do Vewê no episódio em que imaginou que os tugas estivessem invadindo a Base... Vimos que o equívoco acabou provocando o deslocamento de guerrilheiros e militantes civis para o interior do Mayombe. E foi por pouco que o Teoria não foi executado pelo comandante enquanto se banhava no rio.
(...)
O Comissário Político interrompeu a fala de Sem Medo dizendo que o Comando deveria decidir o que fazer a respeito da desastrosa iniciativa do jovem.
Sem Medo respondeu que apenas havia proferido sua opinião, sem dar a ela qualquer caráter de veredicto.
Mundo Novo se intrometeu ao sugerir um julgamento público que se valesse da presença de todos naquele instante mesmo, pois seria bem mais democrático. O Comissário redarguiu lembrando que a ideia contrariava o Estatuto do Movimento. Mundo Novo disse que estava de acordo, mas todos tinham de considerar que as palavras de Sem Medo haviam sido contundentes, principalmente em relação à defesa da coragem do Vewê. Ele destacou ainda que o discurso do comandante tocou a todos, e que uma reunião para tratar do assunto reforçaria a ideia de mobilização. Disse também que seria muito positivo se cada um pudesse expressar sua opinião.
Sem Medo e o Chefe de Operações se declararam favoráveis à ideia. Então o Comissário manifestou que aceitava a opinião majoritária do Comando.
(...)
Sem Medo notou que o jovem Mundo Novo já devia perceber que seu nome vinha sendo cogitado para o posto de responsável em Dolisie... Isso o deixava mais à vontade para expressar opiniões em reuniões como aquela.
(...)
Depois do almoço ocorreu a reunião mais ampla proposta pelo Mundo Novo.
Vewê não sofreu punições... Teoria defendeu-se garantindo que a surucucu o atacaria, então a votação deliberou o castigo de ser obrigado a cumprir guardas extras durante um mês.
À noite, antes de se entregar ao sono mais que atrasado, Sem Medo notou a dificuldade do Comissário para dormir. No dia seguinte, o Comando decidiu que fariam um ataque desde a Base às instalações dos tugas no Pau Caído para forçar o seu recuo... Antes disso, Sem Medo retornaria para Dolisie para preparar a ação da qual não tomaria parte... Era de se lamentar a inusitada situação, todavia seguia animado com a certeza de que os civis voltavam com  a convicção de que precisavam apoiar a formação de novos guerrilheiros para atuarem na Base.
(...)
Sem Medo e o Comissário se despediram friamente.

(...)

Na sequência temos um novo relato pessoal do Chefe de Operações...
Dessa vez ele afirmou que Sem Medo havia se mostrado “um grande comandante”. O seu ponto de vista era o de que as atitudes e palavras do outro haviam caído como bofetadas no Comissário.
A respeito do Comissário Político. O Chefe de Operações deu a entender que o mesmo já vinha se considerando o melhor quadro do Comando. Mas ao opor-se ao Sem Medo fez um papel ridículo perante os demais.
Sobre a reunião, garantiu que os guerrilheiros apoiaram o Sem Medo, e cada vez mais se tornava evidente que todos o admiravam. Todos o elogiaram e entenderam como positiva sua ação rápida ao juntar os civis.
O próprio Chefe de Operações se juntou aos demais no apoio ao comandante.
Leia: Mayombe. Editora Leya.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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