Para qualquer um de nós, aquela tempestade foi das mais assustadoras. Mesmo assim vimos que os danos do Tankadère foram praticamente nulos porque a embarcação era muito bem construída e seu piloto sempre cuidou de realizar as manutenções regulares.
Apesar disso, temos que considerar que os que tiravam o seu sustento daquelas águas garantiam que a intempérie havia sido “descomunal” porque ela fora de “pouca duração” (!).
Passada a tormenta, Bunsby ordenou a armação de todas as velas. Pela manhã pôde constatar que a embarcação estava a cerca de cem milhas de Shangai. Essa distância teria de ser percorrida ao longo do dia, pois o navio para a América partiria naquela mesma tarde.
(...)
A tempestade atrasou o
Tankadère. Àquela altura deviam estar a apenas umas trinta milhas do destino.
Ao meio-dia, quando faltavam seis foras para a partida
do navio de Shangai para a costa oeste americana, Bunsby soube que teria de
vencer perto de quarenta e cinco milhas. Essa informação deixou a tripulação
bem agitada. Para obter êxito, deveriam manter a embarcação a uma velocidade
média de nove milhas por hora!
(...)
As rajadas de vento não eram uniformes. Isso atrapalhava, mas o
Tankadère era leve e estava tão bem equipado que as lufadas o conduziam ao
destino em segurança.
Às seis da tarde, o piloto constatou que estavam distantes
umas dez milhas do rio de Shangai. Mais uma hora se passou e ainda restavam
três milhas.
Bunsby praguejou. Simplesmente não podia acreditar que perderiam a
gratificação depois de terem enfrentado o transtorno da tempestade e de terem
chegado tão perto. Duzentas libras escapavam-lhe dramaticamente.
Phileas Fogg mantinha-se impassível. E nós sabemos que ele é quem estava
perdendo uma verdadeira fortuna após a malsucedida travessia.
(...)
De repente avistaram a enorme embarcação americana que tinha como rumo o
Japão. Nesse momento Dunsby entendeu que a premiação prometida por Fogg estava
perdida.
Foi o inglês quem sugeriu
que ele recorresse aos sinais convencionais trocados entre as embarcações pelos
mares do mundo.
Bunsby ordenou que o pequeno canhão de seu “nº 43” fosse carregado até a
boca. Nas situações de névoa espessa, os capitães de navios menores atiravam
para que os maiores soubessem de sua posição e evitassem os acidentes.
A visibilidade era mais que aceitável e Fogg sabia que apenas o espocar
do canhão não resultaria em nenhuma situação satisfatória. Então solicitou ao
piloto que mantivesse a bandeira a “meio pau”. Isso indicava “perigo”.
Phileas Fogg tinha esperança de que o navio americano se aproximasse do
pequeno Tankadère para prestar-lhe um eventual auxílio.
(...)
Tantas postagens sobre este
“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias” e em nenhuma delas destacamos o capítulo a
que se referiam...
É bom que se saiba que a
partir deste ponto passamos a tratar sobre o capítulo XXII, que Verne reservou
para tratar de acontecimentos do dia sete de novembro, quando o Carnatic partiu
para o Japão às seis e meia da tarde.
Como sabemos, o navio teve
a sua saída antecipada (ver http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/05/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_80.html).
O Carnatic partiu para Yokohama carregado de
mercadorias e com muitos passageiros. Evidentemente duas de suas cabines de
popa, que haviam sido reservadas por Passepartout em nome de Phileas Fogg,
seguiram desocupadas.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/05/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_16.html
Leia: A
Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto