terça-feira, 2 de maio de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – em Cingapura; passeio pelas estradas, bosques e cidade de perfumadas árvores; mais uma decepção de Fix; Rangoon parte para Hong Kong com novos passageiros

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/04/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_15.html antes de ler esta postagem:

Passepartout decidiu que nada falaria ao patrão a respeito de suas conclusões sobre as atividades secretas de Fix, que ele entendia tratar-se de espião enviado pelos sócios do Reform Club que participavam da aposta da “Volta ao Mundo em oitenta Dias”.
Mas o francês sentia que não podia perder a oportunidade de zombar do outro. Faria isso comportando-se de modo ingênuo e deixando escapar frases provocantes para notar a reação do tipo.
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Na tarde de 30 de outubro, o Rangoon navegou o estreito de Malaca. Os personagens puderam contemplar muitas ilhas montanhosas que escondiam a grande Sumatra.
Na madrugada seguinte, o navio chegou a Cingapura, onde devia permanecer por um tempo até que pudesse ser carregado de carvão.
Em sua planilha, Fogg fez o registro de “saldo positivo”. O Rangoon fizera excelente navegação até ali.
Ele resolveu levar a senhorita Aouda para um passeio em terra firme. Passepartout riu-se a valer quando notou que Fix se esgueirava para acompanhar o casal à uma distância segura.
Cada vez mais convicto de sua opinião a respeito do “agente secreto”, o criado seguiu para as compras que haviam se tornado hábito a cada parada.
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Fogg alugou uma bela condução puxada por cavalos imponentes pelas estradas de Cingapura. De acordo com Verne, a ilha carece de montanhas, mas possui vistosas palmeiras de folhagem brilhante e graciosas árvores de cravo.
Os cavalos que eram atrelados às carruagens davam muita graça ao transporte. O autor afirma que eles eram procedentes de Nova Holanda. A paisagem tropical era das mais agradáveis. Sem manifestar-se, Fogg notou que as residências eram separadas por sebes formadas por pimenteiras e que o perfume das árvores (palmeiras e moscadeiras) exalavam agradável perfume.
Muitos macacos povoavam os bosques locais. Os que ousavam penetrar a mata fechava podiam se deparar com tigres. Esses não eram naturais de Cingapura e chegavam à ilha desde Malaca depois de atravessarem o estreito a nado.
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O passeio durou duas horas. A condução passou pela cidade, onde as casas eram baixas. Eram dispostas de modo aglomerado, mas à sua volta havia jardins repletos de mangueiras, pés de ananás e de muitos outros frutos.
Por todo o tempo foram vigiados por Fix, mas em nenhum momento desconfiaram da perseguição. O tipo lamentou ter de desembolsar pelo passeio que jamais teria feito se não fosse o seu propósito de flagrar uma fuga do suspeito.
Às dez horas voltaram ao Rangoon. Passepartout já estava acomodado no convés. Ele havia comprado boa quantidade de deliciosas mangas e ofereceu algumas à jovem Aouda. A moça o agradeceu de modo gracioso.
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Uma hora depois o Rangoon iniciou a partida para Hong Kong.
A embarcação foi devidamente carregada de carvão e logo deixou Malaca e suas montanhas. No imaginário de muitos passageiros ficou a ideia de que as densas florestas escondiam belíssimos tigres selvagens.
Mais mil e trezentas milhas e o navio chegaria ao território inglês incrustrado na costa chinesa. O pensamento de Phileas Fogg estava voltado para aquele objetivo e esperava alcançá-lo em até seis dias. Desse modo seria possível embarcar noutro vapor que partiria para Yokohama a seis de novembro.
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Muitos novos passageiros embarcaram em Cingapura. A segunda classe do Rangoon ficou abarrotada de cingaleses, malaios, hindus e portugueses.
Houve uma mudança no tempo. Talvez por causa da mudança da lua. As águas tornaram-se agitadas, porém o vento soprava de sudeste e isso favorecia o progresso da navegação.
Em situações como essa, o capitão acionava as duas velas e, graças ao vapor e ao vento, a embarcação podia avançar rapidamente.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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