quarta-feira, 10 de maio de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – Phileas Fogg conduz Aouda às compras em Hong Kong; nem Carnatic nem criado no porto de Hong Kong; com todo seu cinismo, Fix se aproxima de seu suspeito para lamentar a partida antecipada da embarcação; à procura de qualquer navio pronto para embarcar

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/05/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_80.html antes de ler esta postagem:

A jovem Aouda aceitou o convite de Phileas Fogg para levá-la à Europa. A moça entendia mesmo que não tinha outra saída para a sua situação. Retornar para a Índia era impossível e permanecer em Hong Kong estava fora de cogitação.
Portanto não era por acaso que Fogg passara a ocupar-se de passeios com ela pelos centros comerciais para obter todo o necessário, principalmente roupas, para a longa viagem que ainda tinham pela frente.
Aouda manifestava certo desconforto em relação à dedicação do inglês. De sua parte, Fogg insistia que atender às necessidades dela era um imperativo que contribuía para os seus próprios propósitos (concretizar a volta ao mundo em oitenta dias).
(...)
Depois das compras os dois seguiram para o hotel. A mesa que estava reservada a eles foi muito bem servida.
Havia sido um dia bem cansativo e Aouda retirou-se com um “aperto de mão à inglesa” após a refeição. Depois Fogg permaneceu concentrado em leituras do “Times” e do “Illustrated London News” por um bom tempo.
Ele recolheu-se para o quarto na hora habitual sem problematizar a ausência de seu criado. Não se preocupou porque a embarcação para Yokohama partiria apenas na manhã seguinte.
(...)
Pela manhã, Fogg tocou a campainha para chamar Passepartout. Evidentemente o criado não apareceu e não temos condições de registrar o que o patrão pensou a respeito.
O cavalheiro inglês simplesmente pegou a bolsa de viagem e solicitou que avisassem à jovem Aouda que o momento de deixar Hong Kong se aproximava.
Às oito horas foi providenciado um palanquim que os levou ao porto. A maré estava alta o suficiente para que o Carnatic se retirasse dos “escolhos do porto”. Fogg entendia que a partida ocorreria às nove e meia.
O transporte foi feito em meia hora.
(...)
Ao chegar ao porto, o inglês soube que o navio teve sua partida antecipada para a noite anterior.
Por incrível que pareça, o homem não demonstrou nenhum sinal de decepção pela falta do Carnatic ou de seu criado. Aouda o olhava desapontada, então ele lhe disse que aquilo não passava de um incidente.
Fogg dizia palavras tranquilizadoras à jovem no mesmo momento em que Fix se aproximou deles. O policial cumprimentou e perguntou se ele também não estava no Rangoon.
Phileas Fogg respondeu afirmativamente e ia dar a entender que não o conhecia quando Fix antecipou-se e disse que estranhava não encontrar o criado do distinto cavalheiro. No mesmo instante Aouda perguntou-lhe se sabia onde Passepartout estava.
O policial fingiu espanto. Então o simpático rapaz não estava com eles?
Aouda respondeu que desde o dia anterior não o viam. A jovem emendou pergunta a respeito da possibilidade de Passepartout ter seguido no Carnatic.
Fix manteve sua dramatização. Quis saber se o casal também embarcaria para Yokohama. Querendo mostrar-se decepcionado, disse que o Carnatic teve partida antecipada em doze horas sem que ninguém fosse avisado. Não era um absurdo? A próxima partida ocorreria em apenas oito dias!
Por dentro o policial não podia se conter de tanta alegria. Afinal, a sorte parecia sorrir-lhe. Oito dias eram tempo suficiente para que o tão desejado mandado de prisão os alcançasse.
A tudo Phileas Fogg ouviu desinteressadamente. De repente disse que no porto havia outros navios. Sem demora, ofereceu o braço à Aouda e se encaminhou com ela para as docas. 
(...)
Phileas Fogg esperava encontrar uma embarcação que estivesse de partida.
Fix não se sentiu nem um pouco incomodado em seguir o casal descaradamente. Por três horas andaram de um lado para outro e tudo o que viram foram navios carregando ou descarregando produtos. Pelo visto nenhum estava de partida, mas Fogg não descartava a possibilidade de fretar uma embarcação para levá-los ao Japão. Estava disposto a seguir para a Macau portuguesa se não lhe restasse alternativa.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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