quinta-feira, 11 de maio de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – o piloto do barco de pilotagem “nº 43” se apresenta; apesar da interessante oferta, não houve acerto para uma viagem até Yokohama; porto de Shangai e novidades sobre a partida do navio para São Francisco; Fix entre o triunfo e a frustração

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/05/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_10.html antes de ler esta postagem:

Quando menos esperava, Fogg foi abordado por um marinheiro. O homem se aproximou respeitosamente e perguntou se o distinto cavalheiro estava à procura de um barco. Certamente estava correndo entre os que trabalhavam no porto a notícia de que um lorde inglês acompanhado de elegante senhorita procurava algum meio de embarcar imediatamente.
Fogg quis saber se o tipo possuía uma embarcação pronta para zarpar. Este lhe disse que respondia pelo barco de pilotagem “nº 43”, um dos melhores. O inglês mostrou que tinha interesse de saber se o barco era de bom desempenho.
Pelo visto não era nada desprezível... “Entre oito e nove milhas”... Fogg quis conferir do que estavam tratando. Neste momento o homem perguntou se ele pretendia fazer um passeio pelo mar, e foi então que ficou sabendo que o potencial cliente pretendia contratá-lo para uma viagem a Yokohama.
O marinheiro arregalou os olhos e perguntou se o distinto cavalheiro não estava lhe pregando uma peça. Fogg respondeu que não brincava, justificou que havia perdido o Carnatic e que precisava de embarcação que o levasse a Yokohama até o dia 14 (no máximo). De lá pegaria outro navio até São Francisco.
(...)
Como podemos depreender por sua reação inicial, o marinheiro só podia dizer que aquilo que acabara de ouvir era impossível. Fogg adiantou-se e ofereceu-lhe cem libras por dia de navegação. E, no caso de a meta ser alcançada no tempo esperado, ele acrescentaria gratificação de duzentas libras.
A atitude do piloto do barco “nº 43” começou a mudar. Era sem dúvida uma das ofertas mais interessantes que já haviam lhe feito. Voltou os olhos para o mar e pensou nos grandiosos desafios que aquele tipo de viagem representava para a sua embarcação.
Fix observava e ouvia a tudo com grande interesse. E é por isso que começou a ficar nervoso. Ele viu quando Fogg perguntou à jovem Aouda se ela tinha medo da travessia... A moça respondeu que conseguiria encarar a viagem.
(...)
O marinheiro tornou-se agitado e dava para perceber o seu nervosismo pelo modo como girava o chapéu entre as mãos. Fogg perguntou se podiam acertar o serviço e ele respondeu que não podia se arriscar e nem arriscar a vida de seus homens. Seu barco tinha apenas vinte toneladas! Além de a travessia ser longa, a época do ano não era das mais propícias.
O marinheiro foi sincero e disse em tom de conclusão que as 1650 milhas até Yokohama não seriam vencidas pelo seu barco.
Fogg o corrigiu dizendo que a distância era de 1600 milhas. O outro respondeu que “dava na mesma”.
Fix entendeu que a tentativa de seu suspeito havia frustrado. Mas logo o marinheiro sentenciou que poderiam arranjar outra maneira. Então o policial voltou a sentir calafrios...
Fogg perguntou ao rapaz qual seria a alternativa. Ele explicou que poderiam navegar com a sua embarcação até Nagasaki, no sul do Japão, que estava a uma distância de 1100 milhas. Ou então seguir para Shangai, a 800 milhas de Hong Kong, com a vantagem de não se distanciarem da costa chinesa, e ainda terem as correntes favorecendo a navegação para o norte.
Fogg ouviu e redarguiu que precisava chegar a Yokohama, e não para Shangai ou Nagasaki. Precisava alcançar o porto de onde sairia o navio para a costa oeste americana.
O marinheiro informou que o navio para São Francisco fazia paradas em Nagasaki e Yokohama. Na verdade, o seu porto de partida era Shangai.
O inglês admirou-se ao ouvir aquilo e imediatamente quis que o rapaz confirmasse e explicasse a data de partida desde Shangai.
Dia 11, às sete da noite. Essa foi a sua resposta.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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