quarta-feira, 7 de maio de 2014

Filme: Zuzu Angel - Segunda Parte

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/05/filme-zuzu-angel-primeira-parte.html antes de ler esta postagem:

De repente a realidade se tornou carregada... Sônia foi presa e, após ter sido libertada, teve
de se mudar para a França. No filme vemos Zuzu assustada com os rumos das vidas dos jovens.
No meio militante, seu filho tornou-se Paulo. Um dia ele apareceu dizendo que teria de permanecer escondido por um período... Mais tarde, através de um telefonema, Zuzu ficou sabendo que ele estava detido na base aérea do Galeão.

Ela insistiu de todas as formas para que os militares lhe fornecessem informações a respeito do filho... E, como não respondiam satisfatoriamente, concluiu que ele estava morto... Mais tarde isso se tornou uma certeza.
Sabemos que reiterou seu desejo junto a personalidades e autoridades nacionais e internacionais para que pressionassem o governo brasileiro a entregar o corpo do filho (isso é um direito!).

A sua costura tornou-se panfletária e o anjinho criado em memória do filho passou a estampar tecidos, embalagens e fivelas... O desfile em Nova York, ocasião em que a enlutada Zuzu apresenta o retrato de Stuart na passarela, foi emblemático e demonstrou a sua coragem...

Ela ficou sabendo do modo como o filho foi brutalmente assassinado depois de receber uma carta de Alex Polari, jovem que também esteve preso onde Stuart sofreu tortura... Ele contou que da grade de sua cela pôde notar que o amigo nunca cedeu às pressões dos militares durante as sessões de tortura, e nada disse a respeito de Lamarca, procurado pelo regime. O filho de Zuzu foi levado ao pátio do quartel, onde um veículo militar o arrastou pelo terreno... O moço acabou esfolado e morreu intoxicado pelo gás emitido pelo cano de escapamento.

Elke Maravilha, modelo que desfilava para a marca criada por Zuzu, enfrentou autoridades quando notou cartazes que apontavam Stuart como terrorista procurado...
Essa modelo (mais tarde famosa jurada de programas de calouros da televisão) era amiga próxima de Zuzu. A verdadeira Elke também aparece no filme interpretando uma cantora de uma casa de espetáculos. Sem dúvida, uma grande homenagem.

Stuart foi julgado à revelia, pois evidentemente “não compareceu” ao tribunal... Foi declarado inocente, e Zuzu despejou toda a sua indignação contra aquela farsa perante juiz, advogados, júri e assistência.

O episódio em que Zuzu tirou o microfone de uma aeromoça no instante em que o avião aterrissava no Rio de Janeiro, e discursou sobre os casos de tortura e assassinatos de jovens que lutavam por liberdade no país, é lembrado pelo filme de Rezende...

Cada vez mais ela atraia contra si o foco da repressão, que passou a vê-la como alguém que devia ser silenciada. O filme retorna à cena do hotel de Curvelo, onde Zuzu gravou seu depoimento - num ponto em que relata sobre a brutal morte de Sônia (1973), também assassinada por agentes da ditadura.

O filme dá a entender que um dos agentes da repressão, que teria participado da prisão de Stuart, procurou Zuzu e prometeu que lhe entregaria provas de que agentes do regime assassinaram o seu filho... Ele esclareceu que o moço foi atirado ao mar depois de morto...
A carta que ela entregou ao secretário norte-americano, Henry Kissinger, é episódio apresentado no filme como resultado da pressão que Zuzu sofreu após as revelações bombásticas.
O tipo repassou os documentos a ela, mas acabou capturado...
No filme, o atentado que Zuzu sofreu na madrugada de 14 de abril de 1976 foi seguido da subtração do envelope pardo, aquele mesmo que havia sido passado para ela no começo da história. A "caçada àquelas provas" seria a motivação para o assassinato.

Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas