Vemos Deckard em visita à Rosen, empresa fabricante dos androides utilizados pelos humanos na colonização espacial...
Como sabemos, uma leva de unidades Nexus-6 se rebelou e se dirigiu à Terra. Um transtorno para as autoridades!
Vimos que o principal caçador de androides, Daven Holden, foi atingido pelo laser do terceiro andy que investigava... Por se tratarem de máquinas perfeitas, e em quase tudo semelhantes aos humanos, a polícia tinha dificuldade em detectá-los com os testes convencionais... O caso sobrou para Deckard, que tinha plena confiança na Escala Voigt-Kampff.
Para o chefe policial, inspetor Harry Bryant, o instrumento de inquirição deveria ser conferido no exame de exemplares selecionados pela própria Rosen misturados aleatoriamente a humanos...
(...)
É por isso que Deckard está na Rosen.
Rachael Rosen o recebeu... Podemos notar a sua
angústia em relação ao caso. Principalmente porque, em sua opinião, como a
polícia não acompanhou o desenvolvimento tecnológico aplicado aos humanoides, a
empresa pode ser obrigada a recolher as unidades e não mais produzir os
Nexus-6.
Vemos Deckard encantado com os animais que a empresa possui... Um
verdadeiro zoológico... Um maravilhoso guaxinim... Uma coruja... Ele não se
conforma porque o catálogo da Sidney’s informa que esses bichos estão
extintos... Só ele sabe o quanto tem se esforçado para adquirir uma criatura de
porte para substituir a sua ovelha elétrica.
(...)
Rachael notou o seu interesse... Ele insistiu que aqueles animais só podiam
ser artificiais... Mas ela redarguiu, garantindo que a empresa possuía
fornecedores de animais naturais instalados no Canadá, onde ainda havia áreas
florestais preservadas... As transações não eram reveladas nunca, então nem
mesmo a Sidney’s poderia imaginá-las.
Deckard não concordava com
o que ouvia porque se lembrava perfeitamente dos anos de guerra e das notícias
sobre a mortandade dos bichos...
Isso à parte, pensou sobre sua necessidade de adquirir um animal
verdadeiro para substituir a ovelha elétrica que o repugnava tanto... Aquele robô,
que era tratado como se criatura verdadeira fosse, não podia ter a menor
consciência da existência de seu dono... Os androides eram assim mesmo, não
tinham “capacidade de apreciar a existência do outro”...
Haveria semelhança entre um animal elétrico e um andy?
Um seria superior ao outro?
Equivaler-se-iam?
(...)
A moça percebeu o
interesse de Deckard também quando ele perguntou por quanto lhe venderiam a
coruja... Perguntou se ela saberia de quanto seria a entrada...
Rachael foi logo dizendo que nunca venderiam a coruja e, mesmo se a
vendessem, ele não teria condições de pagar por ela.
Depois a moça quis saber
sobre o animal que ele possuía em casa... Deckard explicou que era uma ovelha,
“fêmea suffolk, de cara preta”... Esclareceu que estava satisfeito com o seu
animal, mas sempre quisera possuir uma coruja desde a época em que elas “caíram
mortas”... Pelo visto, aquela da empresa Rosen era descendente de alguma
sobrevivente.
Rachael se referia à coruja como Scrappy (esse nome pode ter algo a ver
com o fato de não ser natural, mas uma confecção a partir de sucata)... Deixava
claro que o outro não conseguiria comprá-la também porque a empresa a reservava
para um ambicioso projeto de cruzamento.
(...)
Alheia a essas reflexões e conversa, a coruja
dormia sossegadamente.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_84.html
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto