Deckard chegou à Associação Rosen, em Seattle... Quem o esperava era uma mulher “esbelta, de cabelos negros”, que estava usando os “novos e enormes óculos com filtragem de Poeira”.
(...)
A recepção não foi das mais calorosas... Rick notou o desagrado daquele
tipo, que se apresentou como Rachael Rosen... Como que querendo adivinhar, ela
disse que ele devia ser o senhor Deckard...
Ele, como que a justificar
a sua presença, falou que sua ida até a empresa não era ideia sua... Rachael
deu mostras de que tinha se entendido com o inspetor Bryant e que ali tudo
estava encaminhado para que sua tarefa fosse desempenhada... Por outro lado,
fez questão de manifestar que ele representava o Departamento de Polícia de São
Francisco e que, em relação à empresa, sua missão tinha a prerrogativa daqueles
que não acreditam que a Rosen possuísse alguma utilidade pública...
(...)
Deckard deixou claro que não tinham nada contra os
robôs humanoides desde que esses permanecessem entre os humanos como
benefício... Rachael o interrompeu completando que, a partir do momento em que
os androides se tornavam uma ameaça, ele entrava em cena. Depois quis saber se
era verdade que ele era um caçador de recompensas... Deckard apenas balançou a
cabeça...
A moça afirmou que para ele não deveria haver dificuldade em encarar o
androide como “algo inerte”, assim era mais fácil “aposentá-lo”.
Demonstrando que queria dar início ao trabalho,
Deckard perguntou se haviam reservado o grupo que passaria pelos testes.
Interrompeu o que dizia ao perceber os animais da empresa...
(...)
Ao encaminhar-se ao cercado, se afastou da moça... Assim pôde contemplar
muitos animais que estavam acomodados das mais diferentes maneiras e que
exalavam os mais diversos odores...
Encantou-se ao ver um “guaxinim de verdade”... Conhecia apenas as
imagens em 3D da televisão... Depois concluiu que era mesmo lógico que uma
empresa poderosa como aquela investisse num zoológico completo... Foi de modo
automático que abriu o seu catálogo da Sidney’s para consultar os valores dos
guaxinins... Os preços constavam em itálico (assim como os percherons, não
havia exemplares à venda) e eram exorbitantes.
Rachael explicou que o guaxinim tinha sido adquirido pela Rosen no ano
anterior a partir de uma empresa subsidiária...
(...)
Deckard viu que estava sendo observado a todo instante por guardas
armados com potentes metralhadoras... Evidentemente sabiam que, para a empresa,
ele era um tipo não conveniente, um policial... Seu hovercar também denunciava
isso.
Deckard concluía a respeito
do que se passava ali ao mesmo tempo em que entendia o investimento da Rosen,
que faturava com a fabricação e comércio de humanoides e aplicava o capital
excedente em animais... Sem dúvida, um grande negócio.
Notando o interesse
de Deckard, Rachael Rosen quis mostrar-lhe uma coruja... Mas o tira sabia que
corujas já não existiam há muito tempo. O catálogo da Sidney’s mostrava que as
corujas estavam extintas...
Se a Sidney’s “nunca erra”, em quem poderia
confiar? Imediatamente, Deckard sentenciou à moça que aquela bela ave só podia
ser artificial... Rachael negou num gesto todo particular... Ele notou que ela
era mesmo muito bonita.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_9.html
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto