Podemos notar que Deckard encontra-se em uma situação confusa demais... Depois que a srta. Luba Luft acionou a polícia, ele caiu como que numa ”trama paralela”... De perseguidor passou a suspeito... O tira Crams disse-lhe que conhecia todos os caçadores de recompensa da região! Então como é que podia não conhecê-lo?
Seriam humanoides todos ali? Seria ele um androide, como Luba dissera ao provocá-lo?
Ninguém conhecia Harry Bryant... Os restos mortais em seu hovercar seriam investigados e, se o resultado do exame desse em negativo para “androide”, Deckard estaria em maus lençóis...
Crams o conduziria ao Palácio de Justiça... Mas a direção tomada era a oposta...
Algo como um sonho ruim parecia estar ocorrendo.
(...)
A direção sul simplesmente não fazia sentido algum... Deckard insistia
que o Palácio ficava na Lombard... Depois que Crams disse que o endereço citado
era do antigo prédio arruinado, Deckard insistiu para que o levasse até lá...
Queria conferir a informação, pois ela negava a sua rotina diária! Era lá que
trabalhava!
Em apenas três minutos poderiam chegar no “antigo”
Palácio da Justiça... Mas Crams não deu crédito às palavras de Deckard... Sem
levar em consideração as preocupações do outro, cogitou que talvez ele fosse um
androide com memórias falsas embutidas... Seria possível? E perguntou se ele já
havia pensado a este respeito.
Ao notar que Crams conduzia o veículo para o sul, resignou-se... Nada
mais podia fazer, além de aguardar o curso dos acontecimentos...
Cada vez mais se imaginava envolvido num macabro plano androide...
O havercar policial chegou à Mission e preparou-se para a aterrissagem.
(...)
O oficial Crams levou Deckard a um moderno e “espiralado” edifício... O
imenso prédio na Mission Street nunca havia sido visto por ele... Algo
fantástico de se observar do alto.
Em pouco tempo Deckard foi
identificado e levado para local reservado onde, entre outras verificações,
conferiram seu “padrão cefálico”... Em seu tempo de “policial fardado”, levara
muitos suspeitos para ambientes como aquele.
Apesar de considerar
familiares os vários procedimentos ali realizados, não tinha a menor ideia de
quem fossem aqueles tipos... E o lugar, então? Jamais ouvira falar daquelas
instalações!
Além do mais, aqueles
agentes todos não o conheciam e nem conheciam o Departamento que ele tinha por
oficial... Era muito estranho ter de aceitar de repente que existiam “duas
agências policiais paralelas”...
(...)
O oficial Garland não usava farda...
Ele perguntou ao Crams quem
era aquele que havia sido conduzido por ele... Crams disse que se tratava de um
suspeito de homicídio... Explicou que Deckard alegava que sua vítima era um
androide... Depois completou garantindo que isso também estava sendo
verificado...
Crams despejou as informações sobre Deckard e não poupou
sua ironia ao relatar que ele se passava por policial e caçador de recompensas,
sendo essa a forma que encontrou para acessar o camarim de uma bela cantora
lírica e fazer-lhe perguntas obscenas.
Deckard foi entregue aos cuidados de Garland, que daria
prosseguimento ao caso...
Algumas surpresas nos aguardam...Por enquanto devemos saber que sua atenção caiu sobre a pasta de Deckard, que teve de explicar que era material para o “teste de personalidade Voigt-Kampff”, e que faria o teste num suspeito quando foi apreendido por Crams.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_31.html
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto