Aconteceu que Deckard deixou de pensar unicamente na coruja que a empresa Rosen lhe oferecia...
Foi de repente que decidiu que deveria apresentar mais uma questão para Rachael.
(...)
A mudança de postura do
investigador “caçador de recompensas” levou a moça olhar para o seu tio Eldon,
de quem buscava uma resposta sobre qual deveria ser a sua atitude... A um sinal
dele, Rachael posicionou-se à mesa... Fez isso contrariada e pôs-se a reclamar...
Afinal o que havia ainda a ser feito por Deckard?
Ele não perdeu tempo e dirigiu o emissor de luz ao seu
olho direito... Depois colou o adesivo em sua bochecha... Fez isso e na
sequência chamou a atenção para a sua pasta, um modelo típico utilizado pelo
departamento de polícia...
Isso já era o teste.Rachael não estava interessada, mesmo assim ele
completou dizendo que a pasta era feita de “pele de bebê”... Material “cem por
cento autêntico”.
Enquanto fez essas considerações, analisou os mostradores: “os dois
ponteiros giraram freneticamente”; “mas só depois de um pequeno intervalo”.
Ele sabia bem que naquele caso não poderia haver nenhum atraso...
Na sequência ele agradeceu, dizendo que a “reavaliação já estava
concluída”... Foi reorganizando o material para se retirar.
(...)
A moça não conseguia conter a sua surpresa... Mas então ele estava indo
embora? Não entrevistaria aos demais?
Confiante, Deckard garantiu
que a escala funcionou perfeitamente... O teste era mesmo eficiente... Depois
olhou para Eldon e perguntou se Rachael sabia de sua real condição...
Estava claro que a
empresa tentou implantar “memórias falsas” nos andys, e esperava
equivocadamente que isso fosse suficiente para que suas reações se alterassem
nos exames policiais...
O velho confirmou que haviam feito uma programação completa em
Rachael... Ponderou que certamente ela já suspeitava de que não fosse humana...
Com a cabeça a humanoide sinalizou positivamente... Eldon consolou-a dizendo
que não precisava temer Deckard, pois ela não era um androide refugiado
ilegalmente no planeta... Ela era uma ferramenta, um produto que pertencia à
empresa, que podia vendê-la a “potenciais emigrantes”...
(...)
Rachael repeliu o braço
consolador do “tio”... Deckard disse-lhe que Eldon estava certo... Ele não iria
aposentá-la...
Enquanto saía perguntou se a coruja era mesmo
natural... O tipo velho explicou que já não existiam mais corujas naturais...
(...)
Deckard partiu e os Rosen ficaram a observar o seu distanciamento... Não
havia nada a dizer...
Enquanto voava em seu hovercar, concluía a respeito do
modo de operar da “grande empresa Rosen”: Desonestamente.
Não era de se estranhar que os policiais tivessem dificuldades em suas
investigações... Além de aperfeiçoados, os humanoides Nexus-6 poderiam
participar de “maquinações”?
Se deu conta de que tinha se deparado pela primeira vez com um humanoide
daquela avançada categoria (a bela Rachael)... A empresa quase conseguiu
depreciar definitivamente a Escala Voigt-Kampff... No entanto ele sabia desde o
começo que ela era “o único método disponível para detectá-los”.
A empresa, afinal, apenas tentou “proteger os seus produtos”... Foi uma
boa tentativa.
Enquanto o veículo atingia
altitude mais elevada, Deckard refletia sobre os seis Nexus-6 que teria pela
frente...
Mereceria “cada centavo” das recompensas que
viesse a receber. Isso se sobrevivesse à caçada que empreenderia.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_76.html
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto