quarta-feira, 15 de outubro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – o Teste Voigt-Kampff não falha; Rachael é uma humanoide Nexus-6; a coruja é artificial; Deckard está pronto para a caçada

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_35.html antes de ler esta postagem:

Aconteceu que Deckard deixou de pensar unicamente na coruja que a empresa Rosen lhe oferecia...
Foi de repente que decidiu que deveria apresentar mais uma questão para Rachael.
(...)
A mudança de postura do investigador “caçador de recompensas” levou a moça olhar para o seu tio Eldon, de quem buscava uma resposta sobre qual deveria ser a sua atitude... A um sinal dele, Rachael posicionou-se à mesa... Fez isso contrariada e pôs-se a reclamar... Afinal o que havia ainda a ser feito por Deckard?
Ele não perdeu tempo e dirigiu o emissor de luz ao seu olho direito... Depois colou o adesivo em sua bochecha... Fez isso e na sequência chamou a atenção para a sua pasta, um modelo típico utilizado pelo departamento de polícia...
Isso já era o teste.Rachael não estava interessada, mesmo assim ele completou dizendo que a pasta era feita de “pele de bebê”... Material “cem por cento autêntico”.
Enquanto fez essas considerações, analisou os mostradores: “os dois ponteiros giraram freneticamente”; “mas só depois de um pequeno intervalo”.
Ele sabia bem que naquele caso não poderia haver nenhum atraso...
Na sequência ele agradeceu, dizendo que a “reavaliação já estava concluída”... Foi reorganizando o material para se retirar.
(...)
A moça não conseguia conter a sua surpresa... Mas então ele estava indo embora? Não entrevistaria aos demais?
Confiante, Deckard garantiu que a escala funcionou perfeitamente... O teste era mesmo eficiente... Depois olhou para Eldon e perguntou se Rachael sabia de sua real condição...
Estava claro que a empresa tentou implantar “memórias falsas” nos andys, e esperava equivocadamente que isso fosse suficiente para que suas reações se alterassem nos exames policiais...
O velho confirmou que haviam feito uma programação completa em Rachael... Ponderou que certamente ela já suspeitava de que não fosse humana... Com a cabeça a humanoide sinalizou positivamente... Eldon consolou-a dizendo que não precisava temer Deckard, pois ela não era um androide refugiado ilegalmente no planeta... Ela era uma ferramenta, um produto que pertencia à empresa, que podia vendê-la a “potenciais emigrantes”...
(...)
Rachael repeliu o braço consolador do “tio”... Deckard disse-lhe que Eldon estava certo... Ele não iria aposentá-la...
Enquanto saía perguntou se a coruja era mesmo natural... O tipo velho explicou que já não existiam mais corujas naturais...
(...)
Deckard partiu e os Rosen ficaram a observar o seu distanciamento... Não havia nada a dizer...
Enquanto voava em seu hovercar, concluía a respeito do modo de operar da “grande empresa Rosen”: Desonestamente.
Não era de se estranhar que os policiais tivessem dificuldades em suas investigações... Além de aperfeiçoados, os humanoides Nexus-6 poderiam participar de “maquinações”?
Se deu conta de que tinha se deparado pela primeira vez com um humanoide daquela avançada categoria (a bela Rachael)... A empresa quase conseguiu depreciar definitivamente a Escala Voigt-Kampff... No entanto ele sabia desde o começo que ela era “o único método disponível para detectá-los”.
A empresa, afinal, apenas tentou “proteger os seus produtos”... Foi uma boa tentativa.
Enquanto o veículo atingia altitude mais elevada, Deckard refletia sobre os seis Nexus-6 que teria pela frente...
Mereceria “cada centavo” das recompensas que viesse a receber. Isso se sobrevivesse à caçada que empreenderia.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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