Rachael estava na tela do vidfone do hovercar utilizado por Rick Deckard... Ela oferecia-lhe companhia na caçada aos andys... Vimos que o caçador de recompensas em nenhum momento admitia aceitá-la na empreitada.
Ela explicou que, depois da armação que lhe aprontaram na sede da Rosen, a empresa sentia-se na obrigação de colaborar com ele.
Deckard impacientou-se. Quis encerrar a conversa dizendo que aceitava a oferta “como um aviso”... Ia desligar o aparelho, quando Rachael sentenciou que, antes que ele conseguisse se aproximar de um dos Nexus-6 fugitivos, seria capturado pelo humanoide.
Despediram-se e Deckard ficou a pensar no tipo de mundo em que vivia... “Uma androide vidfona para um caçador de recompensa e oferece ajuda?”
Irritado, solicitou à vidfonista que não mais lhe encaminhasse chamadas provenientes de Seattle...
A funcionária aproveitou para perguntar se Kadalyi o havia encontrado... Deckard disparou que se o outro não aparecesse logo, ele se mandaria dali.
(...)
Deckard voltou a estudar as informações sobre Luba
Luft... Um táxi estacionou a poucos metros de seu veículo... Um tipo de rosto
avermelhado desceu e se aproximou para cumprimentá-lo... Devia ter uns 50 anos
e “sua aparência era angelical”... Usava um pesado sobretudo russo.
O homem perguntou se ele era o sr. Deckard, “caçador de recompensas do
departamento de Polícia de São Francisco”... Falou com carregado sotaque
eslavo... Enquanto o táxi levantava, ele se apresentou como Sandor Kadalyi...
Depois abriu a porta e sentou-se ao lado de Deckard...
(...)
Deckard viu que Kadalyi tinha um tipo de tubo de laser totalmente
desconhecido... O russo percebeu o seu estranhamento e foi explicando que
conseguiu a arma em Marte... Ainda admirado, Deckard disse que acreditava ser
conhecedor de todas as “armas de mão”, inclusive as que se fabricavam nas
colônias espaciais.
Kadalyi passou-lhe a sua arma, e foi com certa satisfação que explicou
que era “fabricação deles” (queria fazer entender que se tratava de um
equipamento “marca registrada” soviética)... Deckard observou a arma em todos
os seus detalhes ainda sem entender o que havia de diferente e qual vantagem podia
se extrair dela... Mentalmente a comparava com as armas convencionais... O
russo explicou que ele poderia apertar o gatilho para experimentá-la.
Deckard colocou o braço para fora do hovercar e apontou o tubo para o
alto... Disparou, mas nada aconteceu... Não se notou nenhum raio de luz...
Olhou para Kadalyi, que explicou que o circuito do disparo não permanecia fixo
na arma... Então abriu a mão e o mostrou... Depois completou que o raio de luz
poderia ser direcionado (“dentro de certos limites”) a qualquer direção
independentemente de para onde a arma estivesse apontada.
(...)
No mesmo instante Deckard
percebeu que aquele tipo não podia ser o “Kadalyi enviado pela WPO soviética”...
É claro que não sabia quem devia ser o tal Kadalyi e nem mesmo podia afirmar se
existia de fato um policial daquela agência com esse nome...
De modo confuso,
arriscou-se a emitir a sua opinião dizendo que sabia que ele não era Polokov,
mas sim Kadalyi... O tipo o corrigiu dando a entender que já não se importava
em ser identificado como Polokov... Na sequência preparou-se para atirar com o
seu tubo de laser.
Mas a arma não correspondia... Nada ocorria... Mesmo
que Polokov acionasse o “miniaparelho de disparo” seguidas vezes.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_24.html
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto