quinta-feira, 23 de outubro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – fim do “vidfonema” de Rachael; mas que mundo estranho; Kadalyi aparece; Deckard em perigo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_23.html antes de ler esta postagem:

Rachael estava na tela do vidfone do hovercar utilizado por Rick Deckard... Ela oferecia-lhe companhia na caçada aos andys... Vimos que o caçador de recompensas em nenhum momento admitia aceitá-la na empreitada.
Ela explicou que, depois da armação que lhe aprontaram na sede da Rosen, a empresa sentia-se na obrigação de colaborar com ele.
Deckard impacientou-se. Quis encerrar a conversa dizendo que aceitava a oferta “como um aviso”... Ia desligar o aparelho, quando Rachael sentenciou que, antes que ele conseguisse se aproximar de um dos Nexus-6 fugitivos, seria capturado pelo humanoide.
Despediram-se e Deckard ficou a pensar no tipo de mundo em que vivia... “Uma androide vidfona para um caçador de recompensa e oferece ajuda?”
Irritado, solicitou à vidfonista que não mais lhe encaminhasse chamadas provenientes de Seattle...
A funcionária aproveitou para perguntar se Kadalyi o havia encontrado... Deckard disparou que se o outro não aparecesse logo, ele se mandaria dali.
(...)
Deckard voltou a estudar as informações sobre Luba Luft... Um táxi estacionou a poucos metros de seu veículo... Um tipo de rosto avermelhado desceu e se aproximou para cumprimentá-lo... Devia ter uns 50 anos e “sua aparência era angelical”... Usava um pesado sobretudo russo.
O homem perguntou se ele era o sr. Deckard, “caçador de recompensas do departamento de Polícia de São Francisco”... Falou com carregado sotaque eslavo... Enquanto o táxi levantava, ele se apresentou como Sandor Kadalyi... Depois abriu a porta e sentou-se ao lado de Deckard...
(...)
Deckard viu que Kadalyi tinha um tipo de tubo de laser totalmente desconhecido... O russo percebeu o seu estranhamento e foi explicando que conseguiu a arma em Marte... Ainda admirado, Deckard disse que acreditava ser conhecedor de todas as “armas de mão”, inclusive as que se fabricavam nas colônias espaciais.
Kadalyi passou-lhe a sua arma, e foi com certa satisfação que explicou que era “fabricação deles” (queria fazer entender que se tratava de um equipamento “marca registrada” soviética)... Deckard observou a arma em todos os seus detalhes ainda sem entender o que havia de diferente e qual vantagem podia se extrair dela... Mentalmente a comparava com as armas convencionais... O russo explicou que ele poderia apertar o gatilho para experimentá-la.
Deckard colocou o braço para fora do hovercar e apontou o tubo para o alto... Disparou, mas nada aconteceu... Não se notou nenhum raio de luz... Olhou para Kadalyi, que explicou que o circuito do disparo não permanecia fixo na arma... Então abriu a mão e o mostrou... Depois completou que o raio de luz poderia ser direcionado (“dentro de certos limites”) a qualquer direção independentemente de para onde a arma estivesse apontada.
(...)
No mesmo instante Deckard percebeu que aquele tipo não podia ser o “Kadalyi enviado pela WPO soviética”... É claro que não sabia quem devia ser o tal Kadalyi e nem mesmo podia afirmar se existia de fato um policial daquela agência com esse nome...
De modo confuso, arriscou-se a emitir a sua opinião dizendo que sabia que ele não era Polokov, mas sim Kadalyi... O tipo o corrigiu dando a entender que já não se importava em ser identificado como Polokov... Na sequência preparou-se para atirar com o seu tubo de laser.
Mas a arma não correspondia... Nada ocorria... Mesmo que Polokov acionasse o “miniaparelho de disparo” seguidas vezes.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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