terça-feira, 14 de outubro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – a Rosen entregará a coruja Scrappy, mas não abre mão de futuras ninhadas; Deckard, a possibilidade de ser dono da valiosa coruja e seu desabafo sobre a armadilha da qual foi vítima; mudança repentina nos planos

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_14.html antes de ler esta postagem:

Foi Eldon que exigiu que a sobrinha dissesse de uma vez por todas que Deckard poderia ter a coruja...
É claro... Aqueles tipos exigiriam algo em troca.
(...)
Rachael falou a respeito da coruja, que poderia ser dele... Fez isso e apontou para o telhado, onde Scrappy pousara... Mas a moça ressaltou que aquela historia de pretenderem cruzá-la com um macho era real... Os filhotes pertenceriam à empresa...
Deckard vislumbrou a possibilidade de ser dono de um animal verdadeiro, de magnífico porte... Quis que também os filhotes da coruja ficassem com ele, mesmo que tivesse de “dividi-los com a empresa”...
Rachael respondeu “não” no mesmo instante, e despejou que, se assim fosse, ele “teria direito à única linhagem de corujas pelo resto da eternidade”... Ela impôs outras condições... A coruja teria de ser devolvida à Rosen assim que ele morresse.
Deckard respondeu que aquilo podia ser a sua sentença de morte, já que para que a empresa recuperasse a guarda da coruja bastaria assassiná-lo. A moça o criticou dizendo que ele tinha autorização para portar arma a laser, assim, se não podia proteger a si mesmo, como é que aposentaria a meia dúzia de Nexus-6 restante?
Rachael disse isso e advertiu que os Nexus-6 eram “bem mais espertos do que os W-4 da corporação Grozzi”.
(...)
O fato de perceber que a cláusula o tornava um “perseguido” o fez pensar na condição dos humanoides, cujas existências na Terra eram marcadas por serem “caçadas” por tipos ávidos por recompensas...
Rachael disse que a Rosen poderia ceder em relação à coruja e passá-la aos seus herdeiros... Mas a empresa não abriria mão da ninhada em nenhuma hipótese.
Ela sentenciou que se Deckard não concordasse com os termos do acordo, poderia retornar a São Francisco, explicar-se ao Departamento de Polícia que a Voigt-Kampff não era capaz de distinguir um Nexus-6 de um humano qualquer e, por fim, arranjar uma nova ocupação para garantir o sustento.
Deckard pediu que o deixassem pensar por algum tempo...
(...)
Como vemos, ele nem sabe ao certo o que exigirão dele... Está muito interessado na coruja e pelo visto entende que pode conseguir também seus potenciais filhotes... Parece mesmo que ele tem plena confiança de que a ave (contrariando suas convicções anteriores) seja verdadeira.
(...)
Eldon concedeu-lhe meia-hora... Enquanto ele e a sobrinha se retiravam da saleta, Deckard desabafou sobre a “armação” de que fora vítima... O teste havia sido um fiasco, e o chantageavam com a coruja...
(...)
Rachael interrompeu os seus protestos afirmando que a “coisa” praticamente já pertencia a ele... Era certo que amarrariam em sua perninha a informação de seu endereço em São Francisco... Não havia dúvidas de que ela voaria para ele...
(...)
Deckard estava praticamente convencido...
Mas de repente a situação se inverteu.
As últimas palavras de Rachael o levaram a mudar de atitude... Em vez de refletir a respeito do que estavam negociando, resolveu que apresentaria uma nova questão da Escala Voigt-Kampff para a sobrinha do velho Rosen.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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